As mudanças nos serviços de apostas ao longo dos anos
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qui 04 dez/25

As mudanças nos serviços de apostas ao longo dos anos


Banner de apresentação do Sergio Freitas, autor do texto Os segredos do processo de precificação nas apostas esportivas.

O mercado de apostas esportivas mudou bastante nos últimos anos, e um dos sinais mais claros dessa mudança é o crescimento dos grupos no formato Staking, que estão ocupando cada vez mais espaço e, em muitos casos, substituindo o modelo tradicional de grupos VIP.

Lá atrás, entre 2016 e 2017, os VIPs se tornaram populares, porque ofereciam algo novo para o mercado brasileiro: o tipster compartilhava apostas, planilhava os resultados e os clientes simplesmente copiavam as operações. O assinante pagava uma mensalidade ou fechava um plano trimestral, semestral, anual e, em alguns casos, até vitalício. Esse formato vitalício, porém, sempre foi um ponto delicado. Eu nunca concordei com ele, porque você vende algo para a vida toda, mas ninguém tem controle sobre quanto tempo vai permanecer nesse mercado, quais projetos vai continuar tocando ou para onde a vida vai te levar. Na prática, vender um serviço vitalício acaba soando como um golpe disfarçado, e vimos isso acontecer diversas vezes. Serviços que prometiam “acesso para sempre” sumiram em um, dois ou três anos, deixando clientes na mão e reforçando o quanto essa prática era insustentável. Eu mesmo já descontinuei projetos porque em certas fases simplesmente não fazia mais sentido continuar. A vida muda, as prioridades mudam, o mercado muda. Por isso, nunca ofereci nenhum serviço vitalício de apostas e sempre mantive minha postura crítica a esse formato.

Mercado de apostas amadureceu

Com o amadurecimento do mercado, o comportamento dos apostadores também foi mudando. Hoje, muitos deles buscam algo mais sério, mais transparente e mais profissional. É aí que entra o grupo de Staking, que vem ganhando força justamente por resolver muitos dos problemas que os VIPs tradicionais nunca conseguiram resolver. No Staking, o tipster continua compartilhando as entradas, mas o funcionamento é outro. O cliente informa qual odd pegou, se conseguiu entrar na operação, se a liquidez passou de acordo com a sua stake e se a linha era realmente a mesma. Tudo é registrado em uma planilha individual de cada cliente, e isso muda tudo. Aqui, o cliente só paga pelo que ganhou, ou seja, ele só repassa ao tipster uma porcentagem sobre as unidades realmente lucradas. O valor desta unidade varia conforme o acordo: pode ser R$50,00, R$100,00, R$200,00 ou até mais, dependendo da metodologia, da liquidez do mercado e da proposta do serviço. Esse formato funciona para diversas modalidades, como futebol, basquete, tênis e outras, tanto no pré-jogo quanto no ao vivo. Mas existe um ponto fundamental: um grupo de Staking só funciona quando o tipster é realmente sério, experiente e consolidado. Quem vive apenas de VIP e trabalha de forma recreativa dificilmente consegue manter um grupo de Staking, porque exige consistência, responsabilidade, disciplina e principalmente um histórico real que sustente o método.

Outra diferença importante é o público. Um iniciante, geralmente, não tem maturidade nem experiência suficiente para seguir um serviço baseado em Staking. É mais fácil atrair iniciantes para um VIP recreativo, onde o critério é simplesmente copiar entradas. Já o cliente do Staking entende risco, entende mercado, sabe analisar liquidez, sabe que linhas mudam rapidamente e que odds caem. Ele está mais preocupado com consistência do que com quantidade de tips enviadas. Por isso, o Staking traz muito mais seriedade para o mercado. Enquanto nos VIPs tradicionais muitas vezes o tipster pontua entradas sem se importar se o cliente pegou a mesma odd ou se a linha já tinha mudado, no Staking isso não acontece. A relação passa a ser baseada na verdade matemática do que o cliente realmente conseguiu lucrar, e não no que deveria ter lucrado em teoria.

Esse modelo também exige que o cliente tenha uma stake minimamente razoável. Ele precisa ter caixa, estrutura emocional e operacional para seguir o serviço, porque parte do lucro será repassada ao tipster. É uma relação ganha-ganha. O tipster só ganha quando o cliente ganha e o cliente só paga quando lucrar. Isso reduz conflitos, aumenta a transparência e fortalece o profissionalismo do mercado. Por tudo isso, o modelo de Staking vem ocupando o espaço dos VIPs tradicionais e deve continuar crescendo nos próximos anos, acompanhando a maturidade do apostador brasileiro e a evolução do próprio mercado de apostas esportivas.

#Betbra

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