Análise: Charles Oliveira ou Khabib Nurmagomedov?
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sex 27 maio/22

Charles Oliveira x Khabib Nurmagomedov


Charles Oliveira x Khabib Nurmagomedov

As vitórias convincentes de Charles Oliveira em suas disputas de cinturão têm levantado uma questão: o maior finalizador da história do UFC já pode ser considerado também o maior peso leve da história? Khabib já parece estar incomodado, pois tem dado diversas entrevistas se exaltando e falando o quanto foi dominante, diferente de Charles que leva knockdowns em suas lutas.

A categoria dos leves historicamente é uma das mais disputadas do UFC, sempre com muitos contenders e lutadores de nível altíssimo, e acredito que essa discussão não se resuma a Khabib e Charles. Por isso, vamos passar por alguns nomes na história antes de falar desses dois.

Jens Pulver 

 Foi o primeiro campeão da categoria na história do UFC. Wrestler, foi pioneiro em usar suas habilidades na luta agarrada não para derrubar, mas para se manter em pé. Ele tinha mãos muito rápidas e um queixo muito duro. Somou vitórias seguidas sobre John Lewis, Caol Uno, Dennis Hallman e BJ Penn, as 3 últimas valendo cinturão. Além disso, sua primeira luta contra BJ Penn foi uma das melhores da história da categoria no UFC, disputando com Michael Chandler x Justin Gaethje que vimos no final de 2021.

Eddie Alvarez 

Alvarez fez apenas 7 lutas no UFC mas foram contra: Donald Cerrone, Gilbert Melendez, Anthony Pettis, Rafael dos Anjos, Conor McGregor, Dustin Poirier e Justin Gaethje. Não teve UMA luta contra um atleta mediano. São três ex-campeões do UFC, um ex-campeão do Strikeforce, um ex-campeão do WSOF e dois monstros, que mesmo sem cinturão são lutadores de elite. 

Nate Diaz 

Estamos falando do MAIOR peso leve da história, e não do MELHOR, correto? Então como deixar Nate Diaz de fora? Apesar de nunca conquistar o cinturão do UFC, Nate Diaz tem uma legião de fãs, principalmente após sua primeira luta contra Conor McGregor. É um lutador polêmico, com cenas icônicas, gestos obcenos no meio da luta, e entrevistas bem… diferenciadas.

 Rafael dos Anjos

Se falamos de Eddie Alvarez por causa de seu cartel, o que dizer de Rafael dos Anjos? Também campeão após uma vitória dominante sobre Anthony Pettis, Rafael enfrentou nomes como:  Donald Cerrone (2 vezes), Khabib Nurmagomedov, Ben Henderson, Nate Diaz, o próprio Anthony Pettis, Eddie Alvarez, Tony Ferguson, Kevin Lee, Paul Felder… Além de enfrentar no peso meio-médio: Michael Chiesa, Leon Edwards, Kamaru Usman, Robbie Lawler, Colby Covington e Neil Magny. É uma lenda!

 Ben Henderson 

 Confesso que durante seu reinado sempre torcia contra, por causa de suas lutas chatas. Porém, não dá para deixá-lo de fora dessa lista. Venceu Jim Miller, Clay Guida, Frankie Edgar, Nate Diaz e Gilbert Melendez. Sete vitórias seguidas não é para qualquer um. Hoje ele segue lutando, mas no Bellator.

 Tony Ferguson

Ferguson pode estar em uma sequência de 4 derrotas (todas para ótimos nomes) mas já fez história no UFC. Foi o primeiro peso leve a conseguir 10 vitórias consecutivas (depois vieram Khabib e Charles Oliveira) no evento. Foi campeão interino e fez lutas violentíssimas durante sua carreira, mas agora é hora de parar.

 Donald Cerrone

Donald Cerrone é daqueles que ficam sempre no quase mas sempre serão reconhecidos pelo seu talento. Para quem gosta de futebol, quem é o maior jogador dos últimos? Ele foi campeão Mundial? Pois é, sua resposta sendo Cristiano Ronaldo, Messi ou até Lewandovski, o resultado será o mesmo.

Donald Cerrone passou sua carreira próximo do topo da divisão mas nunca conquistou o cinturão. Ele venceu 18 lutas na categoria, incluindo os ex-campeões Eddie Alvarez e Ben Henderson. Suas derrotas para Rafael dos Anjos foram também lutas espetaculares. Agora é outro que deveria se aposentar, vem de derrotas consecutivas para Alex Morono, Anthony Pettis, Conor McGregor, Justin Gaethje e Tony Ferguson. Ele enfrentará Joe Lauzon no dia 18 de junho.

Frankie Edgar

Um dos meus lutadores preferidos na época em que era campeão. Frankie Edgar é minúsculo para a categoria, tanto que hoje luta duas divisões abaixo dos leves. Ele fez lutas incríveis contra o ótimo Gray Maynard, além de uma vitória dominante sobre BJ Penn. 

Um coração enorme, velocidade, wrestling… Edgar sempre deixava tudo no octógono e merece um destaque aqui.

 Khabib Nurmagomedov

Aposentado com 29 vitórias em 29 lutas, Khabib Nurmagomedov sem dúvida foi o lutador mais dominante que apareceu na categoria. Alguns achavam seu estilo chato, mas sempre foi efetivo e ninguém conseguiu parar.

Khabib conseguiu bater o recorde de quedas em uma luta no UFC: nada menos do que 21. Khabib conseguiu balançar Conor McGregor na trocação (que ele evoluiu e muito ao longo dos anos). Todas as lutas pareciam fáceis para ele, e dou aqui o título de lutador mais dominante da história dos leves, mas para mim ele não é o maior de todos.

 Charles Oliveira

Já temos um artigo todo para ele, então recusa apresentações. Charles é o maior finalizador da história do UFC e tem conseguido mostrar que não é só seu jiu-jitsu que é de elite. Balançou Justin Gaethje antes de finalizá-lo, nocauteou Michael Chandler… E está caminhando sim para ser o maior peso leve da história do evento. Acredito que vencendo Islam Makhachev não restará dúvidas sobre isso.

BJ Penn

 E aqui está minha resposta para o título do artigo: hoje, nem Khabib, nem Charles. O maior peso leve da história se chama BJ Penn. Dominou totalmente e em sequência. Jen Pulver, Joe Stevenson, Sean Sherk, Kenny Florian e Diego Sanchez. O domínio foi tão grande que nenhum dos cinco conseguiu se manter no topo por muito tempo, todos tiveram “a alma roubada” como dizemos no MMA quando um lutador parece estar acabado após determinada derrota.

A maioria das pessoas vai discordar de mim pois Penn se aventurou em voltas ao MMA após ter sua carreira encerrada, e apanhou de maneira humilhante em todas elas. Mas no auge, nem Khabib nem Charles teriam vida fácil contra o havaiano. Penn é um dos maiores da história peso-por-peso mas Charles do Bronx tem totais condições de tomar seu posto.

 

Escrito por Raphael Brettas

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