Atletas Brasileiros no NBA
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Brasileiros na NBA: A complicada relação entre os atletas brasileiros e a maior liga de basquete do mundo
ter 25 jan/22

Brasileiros na NBA: A complicada relação entre os atletas brasileiros e a maior liga de basquete do mundo


Não existem dúvidas de que alguns dos brasileiros que passaram pela maior liga de basquete do mundo, a NBA, já tiveram muito destaque e inclusive conquistaram títulos e realizaram marcos históricos. Leandrinho, por exemplo, foi campeão da NBA com o Golden State Warriors em 2015 e ainda foi eleito o melhor sexto homem da temporada 2006/07, quando ainda atuava pelo Phoenix Suns, do Arizona. Outro atleta das terras tupiniquins que obteve muito sucesso na NBA foi Tiago Splitter. O Pivô brasileiro teve uma excelente passagem pelo San Antonio Spurs e conquistou o título da NBA na temporada 2013/14, derrotando o Miami Heat de LeBron James na final. Atualmente, apenas dois brasileiros estão atuando como jogadores na NBA, são eles: Raulzinho (Washington Wizards) e Didi Louzada (New Orleans Pelicans). 

Felizmente, um movimento que vem acontecendo recentemente na NBA tem criado oportunidades para que alguns brasileiros assumam posições importantes na liga, mas não como jogadores, e sim como parte das comissões técnicas e projetos de desenvolvimento de jogadores. Tiago Splitter, por exemplo, é peça importante no desenvolvimento de jogadores do Brooklyn Nets, equipe que vem crescendo muito nas últimas temporadas. Acredita-se que a presença de brasileiros nesses cargos pode facilitar na prospecção de novos talentos brasileiros para a Liga, algo muito positivo para os jovens que têm interesse em disputar a NBA. 

Se já tivemos excelentes exemplos de brasileiros que obtiveram muito sucesso na NBA, quais são os motivos desses jogadores serem casos isolados e não algo corriqueiro como acontece com atletas brasileiros em diversos outros esportes? Vamos expor aqui alguns motivos que dificultam a chegada dos atletas da nossa terra na maior liga de basquete do mundo. 

Dificuldade com o Idioma

Por mais que a língua inglesa seja uma das mais presentes no nosso cotidiano e inclusive fazendo parte da grade curricular das escolas de ensino fundamental e médio brasileiras, algumas pesquisas indicam que apenas 1% da população do Brasil tem capacidade de se comunicar em Inglês fluentemente. Esse fator dificulta muito para os brasileiros que buscam um lugar na liga, pois as equipes cobram dos atletas muita comunicação e estudo do jogo, algo que se torna muito mais difícil caso o atleta não domine o idioma, o que já diminui muito as suas chances.

Concorrência

Para se ter uma noção de toda a concorrência que um atleta buscando entrar na NBA enfrenta, vamos para alguns números. A NCAA, a liga universitária de basquete dos Estados Unidos, possui 68 equipes, com uma média de 15 jogadores por roster (elenco), totalizando 1020 jogadores apenas na liga universitária. Somando a esse número a segunda e a terceira divisão das ligas universitárias, teremos um número aproximado de 2910 jogadores entre todas as divisões buscando o seu lugar na liga. Somado a esse número, os times da NBA ainda têm o direito de oferecer contratos a qualquer jogador maior de 23 anos que atue em ligas do exterior, aumentando ainda mais a concorrência. Em resumo, com esse número de jogadores buscando entrar na liga, todos fatores importam e o jogador precisa ser realmente um dos melhores se quiser conquistar uma vaga. 

Minutagem

Supondo que o jogador conseguiu passar por todo esse processo complicado e conquistou a sua vaga em um elenco da NBA, ele ainda terá que provar que tem a capacidade de se manter na liga e não ser mandado para uma liga de desenvolvimento ou perder o seu contrato, e esse é um fator que muitas vezes pode ser bastante complicado. Um exemplo dessa dificuldade foi o Pivô brasileiro Rafael Bábby, que foi draftado para o Toronto Raptors em uma posição de destaque (8° escolha) em 2004, mas não conseguiu provar seu valor para a franquia. O técnico do Toronto na época tinha uma filosofia de não colocar os calouros para jogar, o que prejudicou e muito a evolução de Bábby, que acabou sendo trocado na temporada seguinte para o Utah Jazz, onde também não brilhou e deu adeus a NBA. Essa situação nos leva para o próximo motivo que faz com que a vida dos brasileiros na NBA seja muito complicada.

 

Emocional

Como citado no motivo anterior, é muito comum que os calouros não tenham espaço para jogar em suas novas equipes, e a falta de minutos pode trazer diversas consequências para os jogadores. Marquinhos, jogador que fez muito sucesso atuando pela seleção, também já deu entrevistas em que contou sua experiência bastante frustrante na NBA. Durante dois anos, Marquinhos participou de apenas 26 jogos, algo que abalou muito o jogador, e foi um dos fatores que levou o atleta a apresentar um quadro de depressão e consequentemente deixar a liga. 

Além da minutagem, os atletas ainda têm que lidar com a saudade da família e amigos somando ao fato de estarem vivendo em uma cultura totalmente diferente da que foram criados, com comidas diferentes, hábitos diferentes e um clima também bastante diferente das terras brasileiras. 

Aptidão Física 

Com todo um trabalho de desenvolvimento físico que vem desde as escolas e passa também pelas faculdades, é muito comum que os atletas estadunidenses tenham uma condição física muito mais preparada para a entrada na liga do que os atletas brasileiros, que precisam passar por processos bastante intensos de fortalecimento quando desejam disputar a liga em alto nível. 

Conclusão

Existem muitos fatores que jogam contra os brasileiros que querem fazer parte da maior liga de basquete do mundo como foi exposto neste artigo, mas alguns atletas já mostraram que esse caminho pode ser traçado com muito foco e dedicação, lutando contra todas as adversidades e dificuldades. Com as distâncias do mundo moderno diminuindo cada vez mais e o aumento significativo do número de brasileiros fazendo parte das comissões técnicas das franquias, é esperado que algumas dessas dificuldades sejam diminuídas e possamos observar um aumento no número de atletas atuando na NBA. 

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