O aguardado SBC Summit Rio 2024 deve acontecer no Rio de Janeiro de 5 a 7 de março. O evento deve ser uma das diversas conferências dedicadas ao mercado brasileiro de apostas e jogos que estão previstas para o próximo ano. Com mais de 2 mil participantes esperados, o SBC Summit Rio promete ser um encontro abrangente para executivos seniores e empresas interessadas em adentrar no complexo mercado brasileiro, que caminha para uma regulamentação polêmica.

O local escolhido para esse evento é o luxuoso hotel Windsor Barra, visto como um espaço ideal para receber um evento de tamanha importância e prestígio como o SBC Summit Rio. Com a regulamentação das apostas esportivas no Brasil encaminhada, o mercado brasileiro pode se tornar um terreno fértil para oportunidades de negócios. Apesar do entusiasmo da organização do evento com a edição da SBC Summit no Rio, algumas grandes marcas da indústria ainda enxergam as oportunidades do mercado nacional com desconfiança.

Quem topar estar presente no evento do Rio de Janeiro deve ter a oportunidade de elevar o conhecimento sobre o mercado nacional, assim como terá uma importante janela de oportunidade para acessar uma rede de contatos de alto nível, incluindo stakeholders importantes, algo que pode ser fundamental para encontrar apoio e somar esforços na missão de explorar o mercado brasileiro e expandir possíveis ações estratégicas no país.

Palestras e agenda

De acordo com informações do site Games Magazine Brasil (GMB), entre os palestrantes e especialistas convidados para o Summit Rio, estão nomes como Xabier Maribona (CEO, Grupo Reabet), Andre Gelfi (presidente, Instituto Brasileiro de Jogo Responsável – IBJR), Thomas Carvalhaes (diretor executivo, Vaidebob), Tiago Gomes (sócio, Ambiel Advogados), Fellipe Fraga (diretor de negócios, EstrelaBet), Paula Young (chefe de ativações comerciais & relações internacionais, SAF Botafogo) e Rafael Ganem (diretor comercial, SAF Botafogo), além de muitos outros especialistas que estarão presentes para compartilhar insights e experiência.

A agenda do evento foi dividida em seis categorias, com a intenção de cobrir uma ampla gama de tópicos considerados cruciais para o sucesso de um empreendimento voltado para o mercado brasileiro. Segundo o GMB, o primeiro dia do SBC Summit Rio será dedicado às áreas de Leaders e Inovação em Marketing, com os conteúdos do encontro sendo feitos para explorar as inovações em experiência do cliente, tecnologias emergentes, estratégias de marketing localizado e muito mais.

No segundo dia, o foco se voltará para Esportes e Mídia, Inovação Tecnológica, Compliance e Inovação em Apostas Esportivas. As discussões devem ser voltadas para abordar a integridade nos esportes brasileiros, o papel das tecnologias emergentes, a digitalização das loterias e as complexidades regulatórias que a região enfrenta. Segundo os organizadores, a ampla gama de tópicos abordados no evento busca fornecer aos participantes uma compreensão abrangente do mercado brasileiro e abrir as portas para que eles venham a se tornar atores-chave em um mercado visto como promissor.

“A agenda da conferência, composta pelos principais especialistas da região, atua como uma porta de entrada para os participantes aproveitarem uma riqueza de informações, de estratégias e de melhores práticas. O mercado brasileiro, conhecido por seu dinamismo e por sua complexidade, apresenta desafios e oportunidades únicas. Consequentemente, é vital proporcionarmos insights aos participantes sobre as principais questões da indústria, garantindo que possam navegar neste mercado com confiança e que possam alcançar o sucesso”, declarou o CEO e fundador da SBC, Rasmus Sojmark.

Foco do evento

A realização do SBC Summit Rio em 2024 representa, sem dúvida, uma oportunidade importante para o Brasil. É um evento que destaca o nosso potencial como indústria regional, mas que também faz emergir o debate sobre a regulamentação do mercado de jogos e apostas no país, que tem ganhado rumos não muito favoráveis nos últimos meses. É provável que, na data do Summit Rio, o Brasil já tenha uma regulamentação em vigor, algo que pode naturalmente alterar o foco inicial do encontro.

Primeiramente, é importante destacar os aspectos positivos. O Brasil, com sua rica diversidade cultural e um público cada vez mais envolvido com as apostas, é o lugar ideal para eventos como o SBC Summit. Essa conferência proporciona uma possibilidade de encontro raro que serve e muito para que diversos players da indústria global do mercado de jogos e apostas possam compartilhar conhecimento e experiência.

No entanto, há um elefante na sala que não pode ser ignorado: a regulamentação do mercado de jogos e apostas no Brasil, que tem sido alvo de críticas e questionamentos. As complexidades regulatórias, incluindo conflitos entre licenças federais e estaduais, além de preocupantes divergências entre alíquotas de arrecadação pretendidas pelo governo brasileiro, têm criado um ambiente de incerteza que pode não ser benéfico nem para operadores nem para os apostadores. Hoje, há muito mais dúvidas do que certezas quanto ao futuro das apostas no Brasil, e certamente até a data do Summit Rio esse panorama pode ter mudado drasticamente.

A falta de uma regulamentação que proporcione um ambiente justo para as operadoras e para os apostadores brasileiros pode abrir espaço para problemas sérios, algo que já ocorre em diversas outras regiões do mundo onde a luta contra o mercado ilegal tem tirado o sono dos órgãos reguladores. Neste momento, não há como deixar de levantar a questão de como as empresas que participam do SBC Summit Rio podem planejar seu futuro no mercado brasileiro sem uma base regulatória sólida e atraente.

Não creio que prováveis dificuldades que possam vir a ser enfrentadas pelos operadores no mercado brasileiro interfiram no êxito de um evento como a SBC Summit. Na minha opinião, o que pode acontecer é que o foco do evento seja alterado de forma natural. Se a regulamentação encaminhada pelos legisladores brasileiros for realmente inviável, o Summit Rio deve ser tornar um dos principais palcos para debater esse tema. Os investidores e as empresas podem, inclusive, aproveitar o espaço para justamente explicar o que tem sido feito de certo e errado no país, proporcionando mais uma oportunidade ao Brasil de fazer a coisa certa.

Escrito por Sérgio Ricardo Jr