As mídias sociais desempenham um papel significativo na promoção do segmento de jogos e apostas. Contudo, a indústria ainda debate como essa publicidade pode ser feita de maneira mais saudável. Em artigo publicado no jornal iGBAffiliate, Sharon McFarlane, especialista em marketing de conteúdo, mídia social e design, promoveu o debate sobre como as plataformas de mídia social e as operadoras de jogos e apostas podem trabalhar de forma conjunta para incentivar práticas e mensagens de jogo responsável.

Confira abaixo, na íntegra, o artigo escrito por Sharon McFarlane no iGBAffiliate:

 Como as plataformas de mídia social podem incentivar jogos de azar mais seguros

 O marketing nas redes sociais parece um dado adquirido em quase todos os setores, mas suas restrições trazem complicações para afiliados e operadores de jogos de azar. Sharon McFarlane descobre se há mais que todas as partes poderiam estar fazendo para melhorar o jogo mais seguro nas plataformas.

 A mídia social transformou completamente nossas vidas e a forma como as marcas e empresas modernas operam. As empresas de jogos de azar não são exceção. A mídia social criou novas oportunidades para comercializar novos produtos e alcançar novos players.

 Quer um operador comercialize diretamente nas redes sociais ou através de uma estratégia de afiliados, pode agora atingir grandes públicos e atingir amplos grupos demográficos em todo o mundo. No entanto, com estes novos poderes vem uma maior responsabilidade. Como as empresas de mídia social podem colaborar com afiliadas e operadoras para impulsionar e promover iniciativas de jogos de azar mais seguros? Vamos descobrir.

 A importância de um jogo mais seguro

 O jogo problemático é o maior problema que a indústria enfrenta hoje. Pode prejudicar os jogadores, minar a confiança entre os clientes e tem sido alvo de muita imprensa negativa. Os regulamentos estão a tornar-se mais rigorosos para reduzir as taxas de jogo problemático, com os operadores e afiliados forçados a ajustar estratégias para cumprir os novos padrões.

 “De acordo com a pesquisa, 0,4% das pessoas na Inglaterra foram identificadas como jogadores problemáticos.”

 Compreender a escala do problema do jogo é fundamental se quisermos enfrentá-lo. Quanto mais soubermos sobre o problema, mais eficazes serão as estratégias que utilizamos para enfrentá-lo.

 De acordo com uma pesquisa realizada pela Gambling Commission, 0,4% das pessoas na Inglaterra foram identificadas como jogadores problemáticos. Na Escócia, este valor também foi de 0,4%. No País de Gales, 0,7% identificaram-se como jogadores problemáticos. Acabamos de analisar o mercado do Reino Unido neste caso para lhe dar uma ideia de escala.

 Embora sejam números baixos, ainda representam um problema para afiliados e operadores de jogos de azar. Os organismos reguladores e os grupos activistas têm examinado cada vez mais a indústria nos últimos anos e exigido medidas mais rigorosas para proteger esta pequena mas vulnerável minoria.

 Publicidade nas redes sociais

 As empresas agora usam principalmente as mídias sociais para comercializar e anunciar produtos. Seja no Facebook, Instagram ou X, essas plataformas digitais são essenciais para métodos modernos de marketing e campanhas publicitárias.

 As operadoras de jogos de azar podem usar perfis públicos de mídia social para alcançar e interagir com os clientes. Uma empresa como a Paddy Power é um excelente exemplo de marketing de mídia social bem feito. A operadora utiliza humor e memes culturais para interagir com os clientes em um nível significativo, estabelecendo e mantendo relacionamentos positivos entre jogador e operadora.

 Recentemente, vimos um aumento nas parcerias de operadoras com afiliados e influenciadores. Esses influenciadores de mídia social geralmente têm muitos seguidores e podem promover produtos em serviços de uma forma mais pessoal e identificável, uma abordagem altamente eficaz.

 Bilhões de pessoas em todo o mundo usam plataformas de mídia social, o que as torna uma opção atraente para negócios de todos os tipos. Crianças e adolescentes, principalmente em canais como TikTok e Snapchat, também os utilizam intensamente. Como resultado, os críticos criticaram as campanhas publicitárias de jogos de azar e pediram a proibição total da prática.

 “[Paddy Power] usa humor e memes culturais para interagir com os clientes em um nível significativo”

 Apesar dessas críticas, as empresas de jogos de azar anunciam extensivamente nas redes sociais. Um estudo da Gambling Commission revelou que 87% dos entrevistados relataram ter visto publicidade ou patrocínio de jogos de azar nesses canais digitais.

 Dado o alcance e as impressões que estes anúncios podem gerar, as empresas de redes sociais, os operadores de jogos de azar e os afiliados têm a responsabilidade de garantir que estão, ao mesmo tempo, a promover iniciativas de jogos de azar mais seguros. Com 12,7% dos utilizadores das redes sociais na faixa etária dos 13 aos 19 anos, isto torna-se ainda mais importante.

 Sensibilização

 Então, como podem as empresas de redes sociais colaborar com operadores e afiliados para promover o jogo responsável? A primeira abordagem, e muitas vezes a mais eficaz, consiste na sensibilização.

 A Safer Gambling Week é uma iniciativa que visa sensibilizar para o jogo responsável e educar os jogadores. É um evento anual que conta com a participação de milhares de empresas de jogos de azar. Os principais objetivos da Safer Gambling Week são ensinar os jogadores a jogar de forma segura, educá-los sobre as ferramentas e serviços disponíveis e destacar recursos e redes de apoio.

 As empresas de redes sociais devem procurar envolver-se em tais iniciativas. Sendo o veículo através do qual os anúncios de jogos de azar são entregues aos jogadores, é vital que estes canais sociais estejam igualmente envolvidos na promoção do jogo responsável.

 As plataformas sociais poderiam colocar mais ênfase em conteúdos de jogos de azar mais seguros e talvez veicular anúncios simultaneamente com material de jogos de azar, garantindo uma abordagem dupla através da qual nenhum anúncio de jogos de azar seja veiculado sem acompanhar conteúdo de jogos de azar mais seguro.

 Além disso, as partes envolvidas na publicidade de jogos de azar devem compreender os riscos envolvidos. Ao aprenderem como estes anúncios podem afetar as pessoas, os profissionais de marketing e as plataformas digitais podem adaptar melhor a sua abordagem para garantir a proteção dos jogadores vulneráveis ​​e promover iniciativas de jogo mais seguras a todos os níveis.

 Verificações de idade

 A crítica mais séria à publicidade de jogos de azar baseada nas redes sociais é que ela expõe os usuários menores de idade ao conteúdo. As plataformas sociais têm grandes volumes de utilizadores jovens, concentrados especialmente em canais como o TikTok e o Instagram. Se as empresas de redes sociais quiserem promover jogos de azar mais seguros, esta questão precisa ser abordada.

 “[Os limites de idade] não são de forma alguma rigorosamente aplicados e, como resultado, os canais digitais são inundados com usuários menores de idade”

 Se olharmos para os afiliados de jogos de azar nas redes sociais, é preciso trabalhar para garantir que as postagens não sejam vistas por usuários menores de 18 anos. No mês passado, o governo do Reino Unido propôs novas regras destinadas a resolver isso, embora detalhes exatos sobre como isso funcionará permanecem escassos.

 A maioria das plataformas sociais tem limites de idade. No entanto, estas não são de forma alguma rigorosamente aplicadas e, como resultado, os canais digitais são inundados com utilizadores menores de idade. As empresas de mídia social precisam controlar isso se realmente quiserem limitar os anúncios de jogos de azar e a exposição ao conteúdo para menores de idade.

 Exibindo mensagens

 Promover jogos de azar mais seguros tem tudo a ver com educação. Se a publicidade e o material de marketing puderem ser veiculados sem pensar nas iniciativas de jogo responsável, os jogadores vulneráveis ​​nunca receberão o incentivo ou os meios para procurar e ter acesso a ajuda.

 Uma das maneiras mais eficazes pelas quais as empresas de mídia social podem colaborar com empresas de jogos de azar e afiliadas é exigir que mensagens de jogos de azar mais seguras sejam exibidas não apenas em conteúdo relacionado a jogos de azar, mas em todos os tipos de conteúdo e em perfis de mídia social.

 Atualmente, operadoras e afiliadas podem postar conteúdo como memes e vídeos que não exigem mensagens de jogos de azar mais seguras. Embora esse conteúdo possa não estar diretamente relacionado a um produto de jogos de azar, ele ainda ajuda a aumentar o conhecimento sobre marcas e serviços de jogos de azar. As mensagens sobre jogos de azar seguros devem estar presentes em todos os tipos de conteúdo para maximizar o seu impacto.

 Quando consideramos quantas pessoas os anúncios de jogos de azar baseados nas redes sociais estão alcançando, é absolutamente essencial garantir que mensagens de jogos de azar mais seguras sejam entregues ao mesmo tempo. Atualmente, a Advertising Standards Authority estipula que é responsabilidade dos operadores garantir que os afiliados transmitam esta mensagem. No entanto, as empresas de redes sociais também devem assumir esta responsabilidade e trabalhar para promover jogos de azar mais seguros a todos os níveis.

Conclusão

A publicidade de jogos de azar é uma indústria enorme que envolve várias partes. O que isto significa é que garantir que esses anúncios sejam seguros exigirá um esforço colaborativo em grande escala por parte das empresas de jogos de azar, afiliadas e das próprias empresas de mídia social. Somente através da colaboração é que iniciativas de jogos de azar mais seguros podem alcançar pessoas suficientes para fazer a diferença.

Sharon McFarlane – especialista em marketing de conteúdo, mídia social e design

Resumo

O artigo publicado no jornal iGBAffiliate oferece uma visão interessante sobre o desafio de equilibrar a publicidade de jogos e apostas nas mídias sociais com a promoção de práticas responsáveis no setor. À medida que as mídias sociais se tornam uma ferramenta central para a promoção desse segmento, a necessidade de incentivar as boas práticas se torna fundamental. A autora, Sharon McFarlane, destaca a importância da conscientização como ponto de partida. Ela enfatiza a necessidade de sensibilizar tanto os operadores quanto os usuários das mídias sociais sobre os riscos associados ao jogo problemático.

Ao mencionar as estatísticas que mostram a escala desse problema, McFarlane destaca que, embora o número de jogadores problemáticos seja relativamente baixo, a proteção desses indivíduos é de suma importância. O artigo também aborda a questão da publicidade de jogos e apostas nas redes sociais, que é uma área de crescente preocupação. A necessidade de implementar verificações mais rigorosas de idade e restringir a exposição inapropriada de denúncias desse segmento para públicos indevidos segue sendo fundamental.

Além disso, McFarlane discute a importância de incluir mensagens sobre jogos e apostas mais seguros em todos os tipos de conteúdo nas mídias sociais, não apenas naqueles diretamente relacionados a jogos de azar. Para ela, a indústria precisa destacar a necessidade de educação contínua e conscientização em todas as interações online. O artigo faz um apelo à colaboração entre empresas de jogos, afiliados e plataformas de mídia social. A autora destaca que a promoção de jogos e apostas mais seguros não pode ser alcançada isoladamente e requer esforços conjuntos. A responsabilidade recai não apenas sobre as empresas de apostas, mas também sobre as próprias mídias sociais, que deveriam se certificar em garantir que seus canais sejam utilizados de maneira responsável.

Escrito por Sérgio Ricardo Jr