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CBF estuda mudanças em campeonatos para captar recursos das casas de apostas
qui 29 ago/24

CBF estuda mudanças em campeonatos para captar recursos das casas de apostas


A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está analisando a possibilidade de alterar as regras dos campeonatos nacionais com o objetivo de garantir que parte das receitas obtidas pelas casas de apostas seja direcionada para a entidade. A medida passou a ser considerada após a tentativa fracassada por parte da organização de obter uma fatia dos recursos gerados pela regulamentação das apostas esportivas.

Inicialmente, a CBF tentou assegurar 5% da arrecadação bruta das apostas esportivas relacionadas ao futebol, propondo que esse montante fosse dividido com o governo. A proposta, no entanto, foi rejeitada pela equipe econômica, levando a entidade a buscar novas estratégias para captar recursos. Com uma possível mudança nas regras, a CBF planeja obrigar os clubes a destinarem parte do dinheiro recebido das casas de apostas para financiar ações que visem o combate à manipulação de resultados nas competições.

De acordo com fontes ligadas às negociações, o custo estimado para a implementação desses programas seria de aproximadamente US$ 15 milhões por ano, o que equivale a cerca de R$ 82 milhões na cotação atual. Apesar das justificativas apresentadas pela CBF, os clubes consultados têm se mostrado contrários à proposta. Eles defendem que a responsabilidade de combater a manipulação de resultados deve recair exclusivamente sobre a entidade máxima do futebol brasileiro, sem que os times sejam onerados por essa obrigação.

A resistência dos clubes encontra respaldo no histórico de tentativas da CBF de concentrar os recursos advindos das apostas. A confederação argumenta que o futebol é a principal modalidade de apostas esportivas no Brasil, o que justificaria a centralização de recursos para, posteriormente, serem redistribuídos entre os clubes, similar ao modelo adotado pelo Comitê Olímpico. No entanto, os clubes insistem que já existem mecanismos de compensação à CBF pelas apostas feitas em jogos promovidos pela entidade e que as negociações com as casas de apostas devem ser de caráter privado, sem intervenção direta da confederação.

A tentativa da CBF de classificar esses recursos como privados, visando escapar da fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU), também foi rejeitada. Atualmente, os recursos provenientes de apostas, a exemplo do que ocorre com as loterias, são destinados a fomentar o esporte e financiar políticas públicas, especialmente nas áreas de saúde e educação. Até o momento, a CBF não se manifestou oficialmente sobre as mudanças propostas e as negociações seguem sem uma definição clara. A resistência dos clubes e o posicionamento do governo indicam que as discussões ainda devem se prolongar.

Insaciável

Mais uma vez, a CBF demonstra que seu apetite por lucros é insaciável. Como discutimos frequentemente aqui na Casa do Apostador, a regulamentação das apostas no Brasil demorou a acontecer muito por conta de interesses políticos e financeiros. Agora, com o setor finalmente regularizado, era de se esperar que diversas entidades quisessem uma parte desse bolo, mas é frustrante ver a CBF, uma organização que já fatura milhões anualmente, tentando abocanhar ainda mais.

É irônico que a CBF justifique sua tentativa de capturar parte das receitas das casas de apostas com o argumento de que esses recursos seriam usados para combater a manipulação de resultados. A entidade parece esquecer que essa é uma de suas responsabilidades fundamentais, uma responsabilidade que já deveria estar sendo financiada pelo orçamento milionário que possui. Em vez de buscar novas maneiras de lucrar, talvez a CBF devesse focar em melhorar a qualidade do futebol nacional, que sofre com problemas estruturais, desde a base até a arbitragem, que muitas vezes é alvo de críticas por sua falta de qualidade.

A proposta de obrigar os clubes a destinar parte de suas receitas para esse fim soa mais como uma estratégia de aumentar o saldo da CBF do que uma preocupação genuína com a integridade das competições. No fim das contas, parece que a CBF está sempre em busca de novos meios de aumentar seus lucros, mesmo que isso signifique sobrecarregar os clubes ou interferir nas receitas privadas. A entidade precisa entender que seu papel vai além de ser uma máquina de fazer dinheiro; ela deve ser a guardiã do futebol brasileiro, promovendo o desenvolvimento do esporte e garantindo sua integridade. Até que isso aconteça, a desconfiança em relação às suas intenções continuará a crescer, tanto entre os clubes quanto entre os torcedores.

 

Escrito por Sérgio Ricardo Jr

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