A TV Bandeirantes (Band) está se movimentando para ingressar no mercado brasileiro de apostas esportivas e jogos online. Com uma estratégia ambiciosa, a emissora está seguindo o exemplo da Globo e negocia de forma avançada com empresas do setor em busca de conseguir estabelecer uma posição importante de competição neste mercado para os próximos anos. No entanto, a exigência de deter 80% do capital das operações tem sido um obstáculo nas conversas com potenciais parceiros estrangeiros.

O grupo já iniciou tratativas com a OpenBet, pertencente ao conglomerado norte-americano Endeavor, que registrou faturamento próximo a US$ 6 bilhões no último ano. As discussões para formar uma parceria começaram em abril e ainda estão em andamento. Além disso, a Band está considerando uma parceria com a SeguroBet, que já possui um programa na rádio do grupo, o que fortaleceu a relação entre as duas empresas.

Paulo Saad, presidente do Grupo Bandeirantes, tem se destacado como um defensor da legalização dos jogos e apostas no Brasil. Durante o BiS SiGMA Americas 2024, em São Paulo, Saad ressaltou o potencial do mercado brasileiro, atualmente o terceiro maior do mundo, mesmo sem regulamentação. Ele argumentou que a falta de regulamentação favorece empreendedores desonestos, em detrimento dos bons empresários.

Enquanto isso, a Globo, maior conglomerado de comunicação do Brasil, também está de olho no mercado de apostas esportivas. A empresa já manifestou oficialmente seu interesse ao Ministério da Fazenda através da DFS Entretenimento, responsável pelo Cartola FC. A gigante brasileira está em fase avançada de negociações com a BetMGM, casa de apostas americana fundada em 2018 e sediada em Nova Jersey. A BetMGM tem parcerias com grandes clubes de futebol como Tottenham, Manchester City, Newcastle, Wolverhampton e Manchester United.

A regulamentação do setor no Brasil, conforme estabelecido pela Portaria 827, exige que as empresas de apostas esportivas tenham sede no país e um sócio local com pelo menos 20% do capital social. Tanto a Band quanto a Globo estão se preparando para atender a essas exigências, buscando estabelecer operações robustas e sustentáveis no mercado nacional. Essas movimentações indicam uma competição acirrada entre dois dos maiores grupos de mídia do Brasil, ambos determinados a capitalizar sobre o promissor mercado de apostas esportivas e jogos online.

 Terreno fértil

O mercado de apostas esportivas está em ebulição no Brasil, atraindo a atenção de gigantes da comunicação como a Band e a Globo. Não é surpresa que um setor tão lucrativo desperte o interesse desses conglomerados. A Band, por exemplo, está negociando com empresas como a OpenBet e a SeguroBet, buscando uma participação majoritária de 80%. Já a Globo avança em suas tratativas com a BetMGM, mostrando que a corrida pelo domínio desse mercado é intensa.

Mas não são apenas a Band e a Globo que estão de olho nesse mercado milionário. Há rumores de que o SBT também esteja interessado em explorar as oportunidades oferecidas pelas apostas esportivas. Se isso se confirmar, teremos um cenário ainda mais competitivo, com as três principais emissoras de televisão do país disputando uma fatia desse bolo. É natural que grandes empresários e grupos de mídia queiram abocanhar uma parte desse mercado promissor. Afinal, as apostas esportivas movimentam bilhões de dólares globalmente, e o Brasil oferece um terreno fértil para o crescimento desse setor.

No entanto, é preciso cautela. Nem todas as negociações chegam a um resultado concreto. Exigências como a participação majoritária demandada pela Band podem ser um empecilho para o fechamento de acordos. Além disso, a regulamentação do setor, embora necessária para garantir um mercado mais seguro e justo, pode ser um processo complexo e demorado. Portanto, enquanto a expectativa de que Band, Globo e possivelmente o SBT entrem de vez no mercado de apostas esportivas é alta, devemos aguardar para ver como essas parcerias irão se materializar. O futuro dirá se essas movimentações resultam em operações bem-sucedidas ou se esbarram nos desafios regulatórios e nas negociações empresariais.

Escrito por Sérgio Ricardo Jr