A Kaizen Gaming Brasil, operadora da marca Betano, saiu na frente ao ser a primeira empresa a solicitar autorização junto à Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda para operar apostas esportivas e jogos online no Brasil. O pedido foi formalizado no domingo, dia 26, por meio do Sistema de Gestão de Apostas (SIGAP), marcando um passo significativo na corrida pela regularização das casas de apostas no país.

A solicitação ocorreu dias após a publicação da Portaria SPA/MF nº 827, em 22 de maio, que estabeleceu as normas e condições para que agentes econômicos privados possam explorar comercialmente apostas esportivas e jogos online em todo o território nacional. A portaria foi considerada um marco no processo de regulamentação das apostas no Brasil, pois esclareceu a maioria das dúvidas que ainda pairavam no ar sobre os requisitos necessários para pleitear uma licença de operação no mercado brasileiro, que promete movimentar bilhões de reais todos os anos.

A Kaizen Gaming Brasil Ltda., constituída em 14 de junho de 2022, possui Cesar Roberto Ramos Junior como representante legal e a Kaizen Gaming Holding Limited, sediada em Malta, como acionista principal. A Betano antecipou a corrida pela licença brasileira a fim de se beneficiar de um prazo estendido para a concessão da autorização, garantida até 31 de dezembro de 2024, desde que a solicitação tenha sido feita até 20 de agosto deste ano. Este prazo, que vale para todos os interessados, oferece às empresas tempo suficiente para se adaptarem às novas necessidades e estabelecerem operações no Brasil, saindo na frente em 2025, quando apenas as casas de apostas licenciadas poderão operar legalmente no país.

Conquistando espaço

A Kaizen Gaming é reconhecida como uma das maiores operadoras globais de apostas esportivas e jogos online, com uma presença sólida na Europa e na América Latina. Recentemente, a empresa expandiu suas operações para a África, com lançamentos na Nigéria, e para a América do Norte, com um início promissor em Ontário, Canadá. Com uma força de trabalho composta por mais de 2.500 funcionários ao redor do mundo, a Kaizen Gaming busca oferecer um padrão elevado para todas as marcas que opera.

A Betano, por exemplo, marca operada pela Kaizen Gaming no Brasil, tem um forte empenho em colaborar com os principais movimentos referentes à responsabilidade corporativa. Entre as iniciativas abraçadas pela marca, destacam-se a promoção do jogo responsável e o combate à manipulação de resultados esportivos. No Brasil, a Betano é membro ativo do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, uma organização dedicada a assegurar práticas de jogo seguras e responsáveis. Além disso, a empresa está associada ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), o que reforça o compromisso com a publicidade ética e responsável.

No âmbito esportivo, a Betano já havia dado muitos sinais de que estaria atuando no mercado regulado brasileiro, principalmente por ter firmado parcerias significativas que fortaleciam a presença no Brasil. Desde abril deste ano, a empresa mantém um acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), obtendo os naming rights do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, duas das competições mais importantes do futebol nacional. Além disso, a Betano é patrocinadora máster do Atlético-MG, um dos clubes de futebol mais tradicionais do país.

Corrida?

A solicitação da Betano para ser a primeira empresa a operar apostas esportivas e jogos online no Brasil marca um momento crucial no cenário das apostas no país. A corrida pela licença é um reflexo do potencial lucrativo e da atratividade do mercado brasileiro, que promete movimentar bilhões de reais anualmente. É interessante observar como essa corrida se desenha. Embora não haja um limite de empresas que possam obter a licença, a vantagem de sair na frente parece atraente para as marcas.

Quem conseguir a autorização primeiro terá a oportunidade de começar a operar legalmente antes dos concorrentes, permitindo-lhes captar uma base de clientes mais rapidamente. No mercado altamente competitivo das apostas esportivas, onde a fidelidade do cliente pode ser difícil de conquistar e manter, essa antecipação pode fazer uma diferença significativa. No entanto, é crucial lembrar que ser o primeiro não garante sucesso e estabilidade a longo prazo.

A entrada rápida no mercado deve ser acompanhada de estratégias sólidas de manutenção e crescimento. Além disso, as empresas precisam entregar um produto de qualidade. O brasileiro é um cliente “chato” e bastante exigente. Quem “vencer” a corrida pelas licenças e conseguir oferecer um produto realmente de qualidade pode obter uma vantagem competitiva significativa na construção de uma posição no mercado, mas isso depende de uma série de fatores que ainda não temos total conhecimento.

Como sempre faço questão de citar, esse tipo de disputa comercial só é interessante do ponto de vista do consumidor brasileiro se vier acompanhada de uma natural melhoria na qualidade dos serviços oferecidos. Com as empresas licenciadas e operando legalmente por aqui, espera-se que a competição eleve os padrões do setor, proporcionando uma experiência mais segura, justa e agradável aos apostadores brasileiros.

Escrito por Sérgio Ricardo Jr.