Mercado de cartões: Mercado Deixará de ser Permitido?
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FA solicita que casas de apostas deixem de oferecer mercado de cartões em suas competições
seg 28 ago/23

FA solicita que casas de apostas deixem de oferecer mercado de cartões em suas competições


Preocupada com a integridade do esporte e com os recentes casos de manipulação de resultados envolvendo apostas esportivas, a Federação de Futebol da Inglaterra (FA) está tomando medidas drásticas para tentar proteger as suas competições dessas ameaças. A entidade está buscando a colaboração das empresas que operam apostas esportivas para impedir que apostas em cartões amarelos e outras ações in-game sejam disponibilizadas em suas plataformas.

Conforme apurado pelo jornal Daily Mail, a FA já realizou discussões com líderes das casas de apostas, bem como com autoridades governamentais, visando impor restrições específicas sobre determinados tipos de apostas em competições selecionadas. Essa abordagem, ao que tudo indica, será apoiada pela Premier League. A recente investigação conduzida pela FA sobre atividades suspeitas de apostas relacionadas aos cartões amarelos recebidos por Lucas Paquetá, do West Ham, em partidas da Premier League, devem reforçar o pedido.

A investigação mais recente, envolvendo Paquetá, é a quarta investigação desse tipo no alto nível do futebol inglês nos últimos cinco anos. Segundo apuração do Daily Mail, informações de bastidores sugerem que outras investigações de casos semelhantes foram mantidas em sigilo. Em casos anteriores, jogadores como Granit Xhaka, meio-campista do Arsenal, e Ciaran Brown, zagueiro do Oxford, foram submetidos a investigações devido a cartões suspeitos, porém, nenhuma ação disciplinar foi tomada até o momento.

Em contrapartida, Bradley Wood, do Lincoln City, foi suspenso por seis anos pela FA após ser considerado culpado de receber cartões amarelos de maneira deliberada para ganhar em apostas pré-combinadas. O futebolista recebeu sua punição em 2018, após tentar ganhar £10.000 em duas partidas separadas durante a campanha de quartas de final da FA Cup. A preocupação central da FA recai sobre a vulnerabilidade dos mercados de apostas em cartões amarelos, que podem ser facilmente manipulados. Conversas preliminares com autoridades britânicas foram positivas, e a ideia de restringir outros tipos de apostas de nicho, como escanteios e pênaltis, também foi discutida.

Linha de abordagem

A busca da FA esbarra em algumas dificuldades legais. Para conseguir implementar uma proibição formal para esse tipo de aposta, a entidade precisaria de uma intervenção da Comissão de Jogos de Inglaterra. Contudo, a linha de abordagem da federação tem sido “alternativa”, e eles atualmente estão trabalhando para persuadir as operadoras de jogos e apostas a retirar tais mercados de suas ofertas espontaneamente. O primeiro grande objetivo da FA envolve suspender as apostas em cartões amarelos nas ligas inferiores e nas primeiras fases da Taça da Inglaterra, dadas as suas maiores vulnerabilidades à manipulação.

Apesar de não ter se posicionado oficialmente sobre essa negociação, a FA entende que as casas de apostas devem seguir o exemplo de operadoras como a Unibet e a 32Red, que já decidiram abolir as opções de apostas em cartões amarelos devido às suas próprias preocupações com a integridade do jogo. Vale ressaltar que em países como a Alemanha e a Suécia, tais apostas já são completamente proibidas. Esta movimentação da FA é coerente com a postura recente das entidades esportivas em relação à indústria de jogos e apostas. Desde 2017, a FA encerrou as suas associações com empresas de apostas, e no início deste ano, a Premier League acordou em proibir os clubes de exibirem patrocínios desse tipo em suas camisas a partir da temporada 2026/27.

É o caminho?

O futebol, ao longo dos anos, estabeleceu-se como um esporte acima de fronteiras e culturas. Contudo, a crescente do mercado de apostas esportivas trouxe à tona uma questão crítica: a possibilidade de manipulação de resultados com essa finalidade. É claro que a manipulação de resultados não é algo novo, pois essa prática já existe dentro do universo esportivo há muitos anos. Contudo, com a chegada mais forte da indústria das apostas, os casos se multiplicaram. A iniciativa da Federação de Futebol da Inglaterra (FA) em tentar restringir as apostas em cartões amarelos e outras ações in-game é um passo drástico de resposta aos casos mais recentes.

Por um lado, é inegável que o recente aumento dos casos de manipulação de resultados por meio de apostas é um problema que deve ser enfrentado com seriedade. As investigações sobre atividades suspeitas, como o caso Bradley Wood, destacam como determinados aspectos do jogo podem ser explorados para fins lucrativos, comprometendo a integridade do esporte que tanto amamos. A proibição dessas apostas em cartões amarelos, portanto, poderia ser vista como um passo necessário para conter tais práticas prejudiciais.

No entanto, é fundamental ponderar se a proibição total dessas apostas é a melhor solução. Restringir os mercados de apostas pode parecer uma abordagem direta, mas não aborda as questões mais profundas que levam à manipulação. Em vez de simplesmente barrar as apostas, a implementação de medidas educativas e preventivas poderia ser igualmente eficaz. Investir em conscientização sobre a integridade do esporte, educação sobre as consequências éticas e legais da manipulação, e a criação de sistemas de denúncias confidenciais poderiam ser formas mais holísticas e sustentáveis de abordar o problema.

Além disso, proibir apostas em cartões amarelos e outras ações in-game pode ter efeitos colaterais indesejados. As apostas esportivas são uma forma legítima de entretenimento e investimento para muitos fãs do esporte, e restringir demasiadamente as opções de apostas poderia causar uma série de problemas para os apostadores e também para a própria indústria, que tem investido muito dinheiro na expansão desses mercados. Eliminar um mercado de apostas consolidado não é uma missão tão simples quanto parece.

E se formos um pouco mais além nas projeções, uma ação restritiva também poderia direcionar os interesses para outros aspectos do jogo que ainda não estão sob o mesmo escrutínio, potencialmente deslocando a manipulação para novos pontos fracos do sistema. Os criminosos que estão agindo dentro do futebol e de outros esportes não vão parar simplesmente porque as apostas em cartões foram proibidas. Essas pessoas sempre vão dar um jeito de tentar “driblar” o sistema, até por isso a ação de simplesmente proibir um mercado não me parece a solução mais inteligente, apesar de óbvia.

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Escrito por Sérgio Ricardo Jr

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