Modelo de Loterias no Brasil
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Arrecadação nos EUA gera debate sobre atual modelo de loterias no Brasil
ter 18 jul/23

Arrecadação nos EUA gera debate sobre atual modelo de loterias no Brasil


As loterias são tradicionais no Brasil. Contudo, apesar de ser um negócio muito rentável para o país, que fielmente arrecada bilhões de reais todos os anos por meio dos concursos federais, o modelo adotado pelo Brasil começou a ser colocado em debate nos últimos anos. Isso acontece justamente pela dificuldade do país em se adaptar às novas necessidades dos apostadores. Os Estados Unidos, por exemplo, arrecadam o dobro com um modelo lotérico menos engessado.

Esse tema foi pauta de um artigo da revista Veja, uma das mais tradicionais do país. O veículo jornalístico ouviu especialistas no assunto e trouxe informações atualizadas do modelo lotérico adotado pelos Estados Unidos. Segundo a Veja, os EUA arrecadaram cerca de 52 bilhões de reais em 2022 com loterias, volume que representa mais do que o dobro dos números brasileiros. O debate sobre as diferenças entre as loterias e as apostas esportivas também esteve dentro da pauta da reportagem.

Confira abaixo, na íntegra, o artigo publicado pela Veja:

O que as loterias de Nova York ensinam ao mercado de apostas no Brasil

Um estudo recente da Associação Mundial de Loterias (WLA) apontou que a loteria de Nova York foi considerada a maior e mais lucrativa da América do Norte, com vendas estimadas em torno de 52 bilhões de reais em 2022.

Ao contrário dos Estados Unidos, onde não há uma única loteria nacional, mas sim licenças concedidas por estados individuais, a loteria de Nova York é uma das operadoras da modalidade no país, administrada pela Comissão de Jogos do Estado de Nova York. No Brasil, segundo informações da Caixa Econômica Federal, os brasileiros apostaram cerca de R$ 23,3 bilhões nas loterias da Caixa. Esse valor recorde representa um aumento de 25,7% em relação aos resultados de 2021, que totalizaram 18,5 bilhões de reais.

Apesar do aumento, as apostas no Brasil correspondem à metade do resultado da loteria de Nova York. “Existem duas razões principais para essa diferença significativa. Em primeiro lugar, a porcentagem destinada aos prêmios na loteria de Nova York é maior do que nas loterias brasileiras, o que atrai mais jogadores. Além disso, a falta de inovação nos jogos e nas formas de aquisição de jogadores nas loterias brasileiras também contribui para essa disparidade”, explica Cristiano Maschio, CEO da Qesh, empresa especializada em gerenciamento de pagamentos.

“Enquanto as loterias geralmente têm apenas um ou dois sorteios por semana, o mundo digital e acelerado de hoje faz com que as pessoas queiram mais opções. No Brasil, já existem projeções de um mercado de apostas esportivas avaliado em cerca de 70 bilhões de reais, quase três vezes maior que o mercado das loterias no país. Um dos grandes propulsores para o crescimento do mercado de apostas esportivas no Brasil foi a invenção do pix, que deu mais celeridade aos pagamentos”, acrescenta Maschio.

Segundo o executivo, o crescimento das apostas esportivas nos Estados Unidos, empresas como FanDuel e Draft Kings, detentoras das licenças por lá, investem bastante na experiência do usuário.

“Ao contrário das loterias, as apostas esportivas oferecem a possibilidade de apostar diariamente, a qualquer hora, e recursos como apostas ao vivo tornam a experiência ainda mais emocionante para os usuários. Os jogadores também buscam pagamentos mais rápidos e estatísticas atualizadas”, complementa o executivo da Qesh.

Fonte: VEJA

Modelo engessado

A reflexão proposta pelo artigo da VEJA é importante para repensarmos o atual modelo de loterias no Brasil. Os moldes atuais são muito tradicionais e, como a própria reportagem revela, ainda são capazes de arrecadar fielmente uma boa quantidade de dinheiro aos cofres públicos. Contudo, com a evolução das tecnologias, as necessidades do público mudaram e o Brasil pouco fez para acompanhar esse novo ritmo.

Essa discussão é polêmica, principalmente porque no Brasil existe uma frente anti-jogos muito forte. Portanto, mexer em qualquer tipo de modelo envolvendo jogos ou loterias exige uma movimentação coletiva que não costuma ganhar adesões voluntárias. Ou seja, o atual modelo de loterias no Brasil deve seguir existindo por muitos anos ainda, visto que poucas pessoas no país, principalmente autoridades competentes, teriam a coragem de trazer esse debate à tona.

Lembro que até pouco tempo atrás era impossível apostar nas loterias brasileiras pela internet. O recurso que possibilitou as pessoas apostarem na loteria via celular é recente e, por incrível que pareça, extremamente limitado. A verdade é que apostar na loteria federal tem se tornado um hábito muito interligado a parte da população mais velha do país. Essa constatação não é nada promissora para o mercado, visto que a incapacidade de atrair novos públicos é sempre a pior coisa para um negócio que tenha pretensões de existir no longo prazo.

O modelo engessado das loterias federais brasileiras parece ter um prazo de validade curto, apesar de hoje não sermos capazes de datar isso. Pode ser que o mercado siga arrecadando bons números, mas não seria nada de outro ver esse negócio ruir em pouco tempo. Mesmo não sendo especialista na área, creio que os hábitos dos apostadores vai mudar nos próximos anos aqui no Brasil, principalmente se conseguirmos levar a frente todos os projetos que temos em debate no Congresso Nacional referente a jogos e apostas.

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Escrito por Sérgio Ricardo Jr

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