Premier League: Mudança de Patrocinadores
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<strong>Ex-Barcelona revela problema com apostas e apoia mudança de patrocínios na Premier League</strong>
qua 19 abr/23

Ex-Barcelona revela problema com apostas e apoia mudança de patrocínios na Premier League


Eidur Gudjohnsen, ex-jogador de futebol islandês com longa passagem pelo Barcelona, expôs ter enfrentado problemas com apostas esportivas enquanto jogador. Em entrevista ao jornal inglês The Mirror, o ex-atacante revelou que chegou a perder 6 milhões de euros em apostas, montante que teria sido desperdiçado há duas décadas, quando Gudjohnsen ainda atuava e estava em seu auge. Sobre a recente mudança nos patrocínios da Premier League, que não permitirá mais que casas de apostas estampem as suas marcas no uniforme dos clubes, o ex-jogador mostrou-se satisfeito com a decisão.

Após longas discussões, que envolveram clubes, governo e a organização da Premier League, a competição mais valorizada do mundo acertou com os times a retirada das casas de apostas do posto de patrocinador master das equipes. A medida entrará em vigor ao final da temporada 2025/26, prazo concedido aos clubes para que renegociem os espaços publicitários e minimizem os prejuízos. A liga ainda não revelou se essa proibição se estenderá para patrocínios secundários, como os espaços localizados nas mangas e calções dos uniformes, assim como a exibição de anunciantes nas placas publicitárias dos estádios.

De acordo com informações divulgadas pelo site Casino Beats, o comunicado da Premier League sobre a decisão informou que os clubes aceitaram voluntariamente a decisão de retirar as casas de apostas dos uniformes nos próximos anos. E que o acordo aconteceu após um extenso período de consultas entre a liga, os seus clubes e o Departamento de Cultura, Mídia e Esporte do governo do Reino Unido, que tem agido de forma muito rígida com as casas de apostas, algo que faz parte da revisão governamental sobre as leis de jogos e apostas na região.

“Influência negativa”

O ex-jogador islandês acredita que as mensagens passadas pelos clubes em seus uniformes são muito fortes. Por isso, ele crê que ter uma casa de apostas como patrocinador é uma influência negativa para as pessoas, principalmente as crianças. “Você tem todos os fãs de futebol, todas as crianças do mundo, com os olhos nas camisas dos nossos maiores clubes todos os dias. Um patrocinador de camisa é uma mensagem forte. A publicidade é influente”, explicou o ex-jogador de Barcelona e Chelsea ao The Mirror.

Gudjohnsen aproveitou o tema para relembrar um case de sucesso que aconteceu na sua época de atleta. Enquanto jogador, o ex-atacante chegou a ser companheiro de craques históricos do futebol mundial, como Ronaldinho Gaúcho, Messi, Eto’o, Henry, Frank Lampard e Drogba. No Barcelona, Gudjohnsen vestiu a camisa do clube com patrocínio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o primeiro da história do clube catalão. “Lembro-me de quando jogava no Barcelona. Eles nunca tiveram um patrocinador de camisa em toda a sua história. O primeiro patrocinador do Barça foi a UNICEF – e essa ligação gerou uma grande conscientização para uma causa nobre”, refletiu Eidur Gudjohnsen.

Como jogador, Eidur Gudjohnsen teve passagens de destaque pelo Barcelona, da Espanha, e pelo Chelsea, da Inglaterra. No time inglês, conquistou a Premier League em duas oportunidades. Pelo Barça, faturou o título da Champions League em 2009, ao lado de craques como Yaya Touré, Messi, Henry, Iniesta e Xavi. Em seu final de carreira, Gudjohnsen passou por clubes de menor expressão e deixou de vez os gramados atuando pelo Molde, da Noruega, em 2016.

O que fazer?

Bom, não temos como falar sobre as opiniões de Gudjohnsen sem relembrar que este é apenas um ponto de vista pessoal dele. É sempre importante ouvirmos as pessoas que tiveram problemas com apostas esportivas, principalmente porque todos nós estamos sujeitos a isso. Gudjohnsen mostrou-se favorável às mudanças na Premier League em sua entrevista ao The Mirror, entretanto, o ponto mais relevante das suas falas parece ser outro.

Uma das reflexões trazidas pelo ex-jogador islandês é relevante. Em sua época de Barcelona, o ex-atacante relembrou que o clube concedeu seu espaço de maior visibilidade para uma causa social, que era a ampliação do conhecimento a respeito da UNICEF. E essa ação pode muito bem ser debatida. Será que os clubes não têm uma função social a cumprir? Será que não deveríamos discutir mais a utilização do espaço publicitário em uniformes de clubes de futebol para benefícios coletivos? Isso é uma boa ideia ou uma grande interferência?

Penso que, com o avanço das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF’s), esse debate se enfraquece, principalmente porque os clubes, na prática, passam a ter um dono. E ninguém tem o direito de interferir na privacidade de ninguém, certo? Portanto, essa mudança do futebol, que tem sido tomado oficialmente por clubes-empresa, nos afasta cada vez mais de iniciativas como a do Barcelona em outros tempos, tão elogiada por Gudjohnsen. O futebol encareceu e as cifras envolvidas na manutenção de um grande clube hoje em dia nos afastam de qualquer tipo de ação social, nos aproximando dos acordos polêmicos.

Por fim, outro ponto que precisa ser reafirmado diante da recente entrevista do ex-jogador Gudjohnsen é a sua relação com as apostas. Como contamos no artigo, o islandês revelou ter perdido cerca de 6 milhões de euros com apostas. E tudo isso enquanto ainda jogava. A história de Gudjohnsen não é única. Diria até que ela é muito mais comum do que pensamos. Diferente do ex-jogador do Chelsea, nem todos os jogadores e ex-jogadores revelam as suas experiências ao público, mas as apostas esportivas fazem parte do dia a dia dos atletas há muitos anos e muitos anos…

O que fazer diante desse fato?

Punir? Proibir? Permitir? Acolher? Repelir? Repudiar? Apoiar?

O que você acha?

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Escrito por Sérgio Ricardo Jr

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