Máfia das Apostas: jogadores da série B são investigados
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Máfia das Apostas: jogadores da série B são investigados
qua 22 fev/23

Máfia das Apostas: jogadores da série B são investigados


Recentemente veio a público um esquema de suborno por uma máfia de apostadores que manipulou o resultado de três jogos e pagou R$ 150 mil para que os jogadores cometessem pênaltis no primeiro tempo.
O esquema aconteceu no dia 6 de novembro, na última rodada da Série B 2022 e a investigação começou no mesmo mês, porém só agora o esquema foi exposto para o público.
Conforme os fatos foram apurados, começaram a surgir suspeitas de que as manipulações aconteceram não somente no ano passado na Série B, como também nos jogos da Série A do Brasileirão e até mesmo em partidas dos campeonatos estaduais neste ano de 2023.
Os investigadores do caso encontraram no celular de um dos alvos da operação, um aliciador de jogadores, uma mensagem que apontava para pagamentos feitos neste ano de 2023 para jogadores que jogam nos estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás.
Porém, as mensagens encontradas, mostram que o foco dos apostares não era mais os pênaltis, os mesmo agora buscavam por escanteios, cartões e placares parciais no primeiro e segundo tempo.

Partidas manipuladas

A princípio as partidas manipuladas foram Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Correa x Londrina. Porém, mais duas partidas da Série B, uma da Série C e uma da Série D do Campeonato Brasileiro de 2022 também estão sendo investigadas por suspeitas de adulteração de resultados.
A operação denominada por “Penalidade Máxima”, foi desencadeada pelo Ministério Público de Goiás e a denúncia foi feita pelo presidente do Vila Nova que declarou que ficou sabendo do fato por pessoas de fora do clube e que a partir daí passou a ir atrás dos envolvidos.

Jogadores envolvidos

O que se sabe até o momento é que após a denúncia feita pelo presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, o foco inicial da investigação, era o meio-campista Romário, após ser aliciado por apostadores para cometer um pênalti no primeiro tempo do jogo do time, Vila Nova, contra o Sport, pela rodada final da Série B de 2022.
Mas conforme os fatos foram apurados ficou claro que havia outros jogadores, de outros clubes potencialmente envolvidos.
Até o momento quatro jogadores estão sendo investigados: Romário, ex-Vila Nova, Gabriel Domingos, do Vila Nova, Joseph, do Tombense, e Mateusinho, ex-Sampaio Corrêa e atualmente jogador do Cuiabá.
Em depoimento prestado na última sexta-feira (17) Romário, que está sem clube após deixar o Goiânia em 2023, confirmou que foi sim procurado por apostadores que lhe ofereceram dinheiro.
Já o jogador Mateusinho, negou o seu envolvimento com o esquema e continua treinando no Cuiabá.
O jogador Joseph foi afastado pelo Tombense até o fim das investigações.
Por fim, o jogador Gabriel Domingos, que está sendo investigado por ter emprestado a conta bancária para Romário, seu colega de clube na época, receber o dinheiro, segue em atividade pelo Vila Nova. Além disso, pelas informações que foram apuradas, pelo desenrolar dos fatos e pela conduta do jogador no dia a dia do time, o Vila Nova que ter cautela com o atleta para não praticar nenhum tipo de injustiça.

Como era feita a manipulação dos resultados

Um apostador de fora do estado de Goiás, por meio de sua empresa, aliciava jogadores para que alterassem o resultado do jogo. Esses atletas tinham que executar uma ação específica na partida, neste caso, cometer um pênalti exatamente no primeiro tempo do jogo.
Além disso, o esquema envolvia o resultado de mais de um jogo, neste caso investigado por exemplo, teria que ser a combinação de três jogos da última rodada da Série B de 2022.
Foi através das conversas de WhatsApp de um celular apreendido com um suspeito em São Paulo que foi comprovado o esquema de manipulação.
Os jogadores cooptados recebiam R$ 10 mil antes da partida e depois R$ 150 mil, caso o resultado fosse o acordado.
Importante ressaltar que na partida do Vila Nova, o jogador Romário teria recebido o adiantamento de R$ 10 mil, porém não cometeu o pênalti na partida, já que ficou fora do jogo, desta forma, pediu para os seus colegas de time para cometerem um pênalti no primeiro tempo do jogo. Mas o seu pedido não foi atendido e o jogo terminou no 0 a 0, sendo assim Romário começou a ser cobrado pela restituição do prejuízo.
Os investigadores calcularam que o lucro com a manipulação do resultado dos três jogos da última rodada da Série B seria de R$ 2 milhões.

Como seguirá as investigações

Segundo o coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) Rodney da Silva, a investigação está centralizada em pessoas físicas suspeitas, o que inclui apostadores e também os jogadores de futebol. Ele deixou claro que as instituições, como a CBF, os clubes de futebol, os sites de apostas, são consideradas neste caso vítimas do esquema criminoso.

Por quais crimes os envolvidos irão responder?

O esquema se classifica como associação criminosa, lavagem de dinheiro e dois crimes previstos no Estatuto do Torcedor, que envolvem a corrupção em âmbito esportivo, nas condutas dos artigos 41-C e 41-D, com pena prevista de 2 a 6 anos de prisão.
Até o momento, um homem havia sido preso e ele utilizava uma empresa para efetuar o pagamento aos atletas e também usava diferentes números de CPFs para fazer a mesma aposta.

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Escrito por Paulina Costa

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