UFC – Mackenzie x Marina Rodriguez
E aí, meus amigos. Mais um final de semana de UFC e quanto aprendizado, hein?!
Esse não foi um evento com tantas apostas lucrativas, foi meio com gosto de chuchu, sendo bem realista. Foram poucas lutas com + EV, na verdade, enxerguei 3, uma delas caiu: Deron Winn x Phil Hawes, fui de over 2.5. As demais foram, Steve Garcia x Charlie Ontiveiros. Esta por 30 segundos não levo o Over 1.5. A propósito, não houve erro na descrição da pick, uma vez que todos acreditavam num nocaute de Garcia na trocação, o que acabou não acontecendo, e explicarei o porque disso no texto que irei expor na quinta.
Agora, gostaria de elencar aqui um pouco da experiência de alguns camps que já participei, um deles da própria Mackenzie e a impressão que tenho sobre o MMA, com suas adaptações (no meu ver) equivocadas, fundamentalmente o brasileiro.
Felipe Cabocão x Chris Gutierrez
Então, este é um atleta que estive perto de trabalhar. Não me recordo bem o ano, não sei se 2020 ou 2019. Temos um atleta em comum que tentou fazer este link. Mas, continuo a ter contato com um dos seus treinadores, hoje meu mestre de wrestling: Wellington Silva, um dos líderes da Team Nogueira.
Eu tenho uma teoria sobre o MMA, penso que já falei sobre isso antes. MMA é como o Triathlon, você não pode ser forte em 3 esportes, como também não se pode abandonar o seu ponto forte, aquele que lhe trouxe inúmeros títulos para fortalecer um ponto fraco ou transformá-lo num forte. Isso não faz sentido e tecnicamente, fisiologicamente isto é impossível. Mal comparando é tentar transformar Lebron James num Messi. Isto “non ecziste”.
MMA: não tem como transformar todos os pontos fracos em fortes
Felipe Cabocão ou Felipe Colares é um faixa preta de bom nível de jiu-jitsu. Este é e sempre foi, como será, o seu ponto forte. Sua luta foi contra um trocador de ótimo nível, Chris Gutierrez, com uma excelente defesa de quedas: 77% segundo UFC Stats. Me diga uma coisa, se o seu forte é o bjj, por qual razão tentar igualar a trocação com um trocador de origem, sendo você um grappler? Não faz sentido nenhum.
Isso acontece com muitos atletas que praticamente abandonam suas habilidades de origem para melhorar ou até mesmo se transformar num outro lutador, o que tem estragado muita promessa, simplesmente por direcioná-los para a preparação errada.
Preparação errada = desgaste físico
Sabe porque o Cabocão cansa tanto em suas lutas? Vou lhes dizer. O gás para isometria (força resistida), assim como resistência de força (troca de pegadas) é completamente diferente da força empenhada na trocação. Tenta aí, você campeão de boxe fazer um “rolinha” de meia hora de jiu-jitsu. Da mesma forma que, trazendo para a nossa realidade, Rodolfo Vieira, multicampeão de jiu-jitsu, trocar pancada durante 3 rounds com um atleta de trocação. São atividades completamente diferentes, que implicam resistências e capacidade de adaptação, lastro físico, muito distintos.
Cabocão deveria investir muito mais no seu wrestling, do que no boxe ou qualquer outra habilidade que envolva luta em pé. Ele não é e nunca será um trocador de nível A, pois seu corpo, suas habilidades motoras não estão adaptadas para este tipo de realidade.
Marina Rodriguez x Mackenzie Dern
Vamos a cereja do bolo. Foi uma boa luta. Muito emocionante. Apostei no over 2.5, colocarei este texto na próxima quinta-feira, justamente por já saber dos bastidores desta luta há pelo menos 3, 4 meses antes.
Esta luta já era para ter sido feita, mais especificamente, 10 dias (é bem verdade isso) após a vitória da Mackenzie sobre a Nina. Esta luta foi oferecida a ela, mas pelo tempo de preparação, decidiu-se que não era o momento.
Transição, encaixe de estilos, o grande problema da Mackenzie
Então… Foi, como sempre inicio em minhas picks, um duelo de estilos. Este texto bate um pouco com o texto do Cabocão; entretanto, Mackenzie sabe que não é a trocação o seu foco. P – o – r – é – m, falta nela o “ajuste”, a transição. Vamos ressaltar, o treinador da Mackenzie é o Jason Parillo, premiado treinador de boxe e preparador de atletas de MMA do calibre do Rafael Dos Anjos, Cris Cyborg, Rose Namajunas, entre outras feras.
Nota-se, claramente, que Mackenzie não “encaixa” bem a transição do boxe para o grappling. Como em pé ela é uma atleta “lenta”, que joga plantada, um tanto descoordenada no que tange sua mobilidade (este é outro tipo de treinamento), diante de atletas mais “fluidas”, que jogam na distância, com melhor footwork, como Marina, existe uma grande dificuldade de se fazer a “pegada”, literalmente colocar a mão na atleta e executar as quedas. Vimos por diversas vezes, Mackenzie literalmente correr para cima de Marina. Isso, diante de uma atleta como Joana, Zang e até mesmo Rose, pode ser fatal, pois são atletas contragolpeadoras de excelência e com muito volume de golpes.
Mais judô e wrestling, menos jiu-jitsu
Além disso, disse na pick que irei postar na próxima quinta, Mackenzie faz muita força em suas entradas de queda. Apesar de ter uma entrada de quadril de judô, não faz isso com tanta eficiência. Note, 80% das entradas de queda da Mackenzie são na grade e na base da força bruta. Isso, mesmo para uma atleta como uma defesa de quedas mediana como Marina 62% (UFC STATS), foi “fácil” de ajustar para a luta. Fora o “apavoro” do segundo round, Mackenzie não representou nenhuma ameaça a Rodriguez em nenhum dos 4 rounds que se seguiram.
Quanto a vencedora, é uma excelente atleta que pode até ser campeã, a depender da oponente com quem estiver o cinturão no momento do casamento. Mas, sinceramente, não vejo nela uma capacidade, autoridade real de pegar o cinto e chamar de seu. Na verdade, nenhuma das atletas de seu peso. Vejo sua categoria ainda muito embolada e passando ainda por muitas variáveis e campeãs “ocasionais”. Marina Rodriguez, sim, poderá ser uma delas. Por que não?
Até mais, meus amigos.
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