Como Montar Sua Fairline no MMA – Parte 2
Passamos a limpo, no episódio anterior, a parte mais técnica e estratégica para se montar uma fairline de MMA. Agora, irei abordar nesta segunda parte pontos muitas das vezes ainda mais significativos para o resultado de uma luta, as valências físicas: gás, queixo (poder de absorção) e poder de nocaute (punch).
Rogério Camões é notório entre os preparadores físicos de MMA, um dos maiores se não o mais antigo treinador em atividade do Mundo atuando no UFC. Ele tem um princípio básico que ilustra muito bem o objeto deste texto: “treinamento supera o talento”.
Camões prepara atletas de MMA desde a década de 80, já na época do Vale Tudo. Entre os principais eventos destaco: Pride, Strike Force e o UFC, antes mesmo do Dana White ser proprietário em 1993.
Do Vale tudo ao MMA moderno, muitos atletas de ponta passaram pela sua mão: Wallid, Alan Goes, Carlão Barreto, Marco Ruas (Vale tudo); Vitor Belfort, Ronaldo Jacaré, Rafael Feijão, Warlley Alves, Mackenzie Dern e, claro, um dos maiores da história, detentor do cinturão do UFC por mais de 10 anos, Anderson Silva. É muita historia, muita base de treino com atletas do mais alto nível em MMA.
Rogério Camões, antes de ser preparador físico é bodybuilder e faixa preta de judô. O conheço bem, somos amigos há 8 anos e posso afirmar que nunca vi ninguém da alta performance com tanta intensidade e comprometimento profissional. Quando estamos em camp, ficamos praticamente 24h em comunicação. Na sua vida privada, “Rogerão” – como é conhecido no MMA – tem hora para tudo: treino, dieta e sono – Rogério Camões é atleta full time e funciona como um relógio.
Como Montar Sua Fairline no MMA
O que isso tem a ver com fairline? Absolutamente TUDO. Uma vez que possuo a maior referência do mundo do MMA no que diz respeito a preparação física e treinamento de força. Esta é a base, junto com a experiência adquirida ao longo de 8 anos de UFC, para afirmar estes pontos, no quais iremos nos debruçar agora:
Gás
Neste tópico, costumo dividir minha fairline em 3 pontos, um por round. Gosto de avaliar a intensidade, versatilidade e tipo de força que cada atleta utiliza na luta. Pois, em se tratando de MMA, estamos falando do triátlon dos esportes de combate, por isso em cima de cada confronto veremos strikers: trocadores das mais diversas modalidades; grapplers: atletas de wrestling, sambo, jiu jitsu e judô, assim como lutadores heterodoxos, que muitas das vezes são mais efetivos noutra modalidade, diferente da sua de origem, por exemplo: Warlley Alves é oriundo do Kickboxing, contudo possui mais finalizações que nocautes na carreira: 6×4.
Cada atleta está acostumado com determinada área específica do cage e utilizar um tipo de força, seja para entrar em quedas, para trocar força na grade e no chão, seja para nocautear ou para pontuar. São dinâmicas que aparecem na luta o tempo todo a depender do adversário e do casamento das lutas.
O que costumo adotar como parâmetro para pontuar os rounds?
O primeiro (parece obvio, mas não é), o nível de cansaço e performance em cada round. De que forma? Essa é a questão. Como determinado atleta está acostumado a fazer um tipo de força e cada um se movimenta de uma maneira. Tem de se verificar a cada luta e em determinada situação se a disposição do lutador permanece a mesma. Darei um exemplo simples para ficar mais fácil.
Jon Jones, o melhor atleta peso por peso do MMA e não se encontra nesta posição por acaso. Ele é o atleta mais completo do mundo. Suas vitórias por KO, Sub e Pontos são praticamente equivalentes: 38%, 23%, 38%, respectivamente. Jones passou pelos mais variados testes com os mais diferentes estilos e níveis de luta, atletas com predominância de volume de golpes, nocautes, grapplers de nível olímpico, karatecas, boxeadores, e sempre manteve o mesmo padrão, sem mostrar cansaço; pelo contrário, Jones costuma subir de rendimento do 1R ao 5R. Já tive a oportunidade de escautea-lo, notei que existem lutas onde seu pico de performance, com o mesmo atleta, alterna. Vide as duas lutas contra Cormier, na primeira luta, o seu rendimento máximo se dá no 5R, digo em volume de golpes. Na segunda, este pico é atingido no 2R, por isso veio o nocaute.
Este é o sarrafo que utilizo de base para avaliar o “gás” de cada a atleta: ter passado pelas mais diversas situações de conforto e desconforto, avaliando se continua performando com a mesma intensidade round a round.
Queixo
Este realmente pode determinar o resultado de uma luta por via rápida se o seu jogo não estiver devidamente encaixado e preparado na hora do combate. Mas isso vai depender muito do casamento de lutas, do nível de precisão e defesa de golpes, entrada de quedas de cada atleta, de sua versatilidade tática, ou seja, o poder de mudar de estratégia e de nível em cima da hora diante de um striker do primeiro escalão e a capacidade de recuperação de um Knockdown.
Poder de Nocaute
Este tópico é muito interessante. E como os demais também não é fácil, nada fácil. Pois, são muitos e complexos os fatores que estarão inclusos neste quesito, não só a genética e o talento do atleta. Muitas das vezes, digamos, na grande maioria, a categoria em que o lutador figura interfere no seu poder de decisão por via rápida.
Conor Macgregor, quando atuava na categoria de 66 KG, simplesmente tocava seus oponentes e os nocauteava sem fazer força. Agora, figurando entre os 70kg, o jogo ficou muito mais complicado, tanto que teve de engolir 3 derrotas contra atletas de estilos completamente diferentes: khabib (grappler), Dias (volume, altura e resistência) e Poirier (striker).
Além disso, se o atleta tiver dificuldade de bater ou recuperar o peso no dia da luta, o seu lado psicológico estiver abalado ou estar lutando com uma lesão escondida, já era. Acreditem, basta uma noite mal dormia, uma mensagem mal recebida ou um telefonema indesejado, para tudo ser posto a prova e o atleta não conseguir performar como se espera.
Por isso é importante verificar tudo antes de montar sua fairline. Lutas contra atletas variados, mais altos, baixos, strikers, grapplers, com volume e intensidade alto, baixo, seja na trocação, seja na luta agarrada; a movimentação: se o atleta é mais estático ou móvel, se finta as trocas de nível, para depois disto tudo, ai sim avaliar se o poder de decisão por via rápida continua com o mesmo calibre.
O que você achou sobre nossas dicas para montar a sua fairline no MMA? Deixe seu comentário aqui e até a próxima.
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1 comentário
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