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seg 12 maio/25

SBC Summit Americas: Angelo Alberoni analisa crescimento dos licenciamentos no Brasil


O primeiro SBC Summit Americas começa nesta terça-feira, 13, no Broward County Convention Center, em Fort Lauderdale, na Flórida, nos Estados Unidos.

Angelo Alberoni, diretor de Operações (COO, sigla em inglês) da A2FBR, estará presente no evento como palestrante do painel ‘Brazil 2025: a surge in licensing and lessons so far’

Alberoni debaterá as recentes mudanças regulatórias no mercado brasileiro, trazendo exemplos práticos e lições de outras empresas que já passaram – ou que passarão em breve – pelo processo de licenciamento.

Junto a Alberoni, estarão presentes James Kilsby, analista chefe da VIXIO, Luiz Felipe Maia, parceiro da Maia Yoshiyasu Advogados, Guilherme Buso, vice-presidente para o Brasil da Genius Sports, Natalia Nogues, fundadora da Associação de Mulheres da Indústria do iGaming (AMIG) e CEO da Control F5, Marco Pequeno, Country Manager para o Brasil da Amusnet, e o moderador Leandro Pamplona, sócio fundador da Bonetti, Krugen & Pamplona Advogados.

Para antecipar os tópicos que serão abordados na discussão do painel, o SBC Notícias Brasil conversou com Alberoni antes do SBC Summit Americas.

SBC Notícias Brasil: Qual a importância de participar do SBC Summit Americas 2025? Como palestrante, qual a sua opinião sobre debater tópicos relacionados à indústria com outros especialistas, como no painel que estará presente?

Angelo Alberoni: Participar do SBC Summit Americas 2025 novamente como painelista é um enorme prazer. O SBC Summit Americas é o único evento que conecta toda América, desde a América Latina até a América do Norte, e tenho o privilégio de estar presente em todas as edições nesses últimos anos. Os temas sempre são interessantes, e o debate entre profissionais com vasta experiência no mercado – no nosso caso, o brasileiro – é crucial para evoluirmos do ponto de vista interno e externo – nesse último caso, atraindo, cada vez mais, investidores estrangeiros para o cenário nacional.

SBC Notícias Brasil: Como operadores podem atender aos requisitos regulatórios do Brasil ao mesmo tempo que embarcam em oportunidades de crescimento para se destacarem dos concorrentes?

Angelo Alberoni: O ambiente regulatório brasileiro, apesar de trazer muitas ferramentas de mercados mais maduros, possui suas peculiaridades, principalmente envolvendo questões consumeristas. O direito do consumidor no Brasil é mundialmente reconhecido como um dos mais protetivos, o que pode gerar um certa surpresa para um setor completamente novo no país, tanto para as marcas quanto para o próprio judiciário. Assim, um dos pontos que as marcas devem focar, além do produto, é a qualidade no atendimento ao usuário – desde a experiência na plataforma, até o atendimento final da ouvidoria. Um atendimento diferenciado pode reter melhor seus clientes – e retenção, em um mercado altamente competitivo, pode fazer diferença no seu Gross Gaming Revenue (GGR) ao final do mês.

SBC Notícias Brasil: Com o passar dos anos, na sua percepção, a tendência é que o número de empresas licenciadas cresça, diminua ou mantenha-se estável e por que isso aconteceria?

Angelo Alberoni: É uma pergunta com algumas possibilidades de respostas. O mercado brasileiro possui um potencial enorme de crescimento, e grandes marcas ainda não chegaram por aqui. Neste estágio inicial de um mercado tão grande é natural que tenhamos um número grande de marcas, mas apenas algumas, de fato, terão uma relevância econômica. Tal fato se dá, principalmente, porque as marcas líderes já conhecem um ambiente regulamentado em mercados mais maduros, enquanto novas marcas possuem dificuldade em avançar com novas regras. Um fator que irá influenciar diretamente no tamanho do mercado será a segurança jurídica. O Brasil é conhecido por certa instabilidade jurídica em certas áreas, e o iGaming, por ser algo muito novo, ainda precisará de tempo para ter essa maturação em seu ambiente regulatório, principalmente no quesito tributário. Assim, se o país mantiver uma economia estável e respeitar as regras estabelecidas, a tendência é que ocorra a consolidação de marcas e o aparecimento de novas empresas para os próximos anos.

SBC Notícias Brasil: Quais aspectos ainda precisam ser aprimorados em relação ao cenário regulatório brasileiro em evolução e em quais pontos o governo brasileiro acertou no processo de licenciamento?

Angelo Alberoni: Ainda é muito cedo para apontar falhas e acertos no cenário regulatório brasileiro. A criação do arcabouço legal brasileiro, com a chegada da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda e a participação do setor por meio de suas associações, colaborou para que o mercado fosse aberto de forma aceitável, sem grandes surpresas. O grande entrave para as marcas que aqui já estavam foi a migração que, com exigências únicas, como o reconhecimento facial, causou uma demora na transferência de clientes para o novo domínio ‘.bet.br’. Outro fator que ainda causa uma certa confusão é a distribuição de valores a serem distribuídos para determinadas Associações/Instituições trazidas pela norma, deixando muitas marcas sem um direcionamento claro, optando, inclusive, pelo depósito judicial por medo de incorrer em alguma ilegalidade. Porém, no todo, o processo regulatório correu de forma satisfatória e o mercado recebeu bem a estrutura jurídica brasileira para o iGaming, à exceção de medidas mais firmes contra o mercado ilegal. Para os próximos passos, as marcas que pagaram as taxas e recolhem tributos esperam que as autoridades reguladoras tenham uma maior atuação em conjunto para bloquear sites piratas, pois esses podem minar o sucesso do mercado brasileiro.

SBC Notícias Brasil: Na sua opinião, como a indústria brasileira tem se comportado desde o início da vigência do mercado regulamentado? O Brasil está caminhando para a direção certa?

Angelo Alberoni: Acredito que sim. Existem alguns pontos que precisamos corrigir, como a participação de clubes de futebol diretamente na operação de empresas de apostas de quota fixa. Com os últimos escândalos envolvendo jogadores de futebol na ativa, é preciso que a autoridade reguladora, em conjunto com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), crie normas claras que vetem a participação de profissionais esportivos como embaixadores de marcas e, principalmente, que determinem que entidades esportivas não possam dar nomes às marcas e participar, diretamente ou indiretamente, de suas atividades fins. A integridade é o principal motor da atividade esportiva, e, quando é questionada, toda a cadeia que dela se alimenta cai por terra. Em outros países, como Espanha, Inglaterra e Itália, suas ligas proíbem que atletas sejam embaixadores de marcas de apostas de quota fixa. O próprio Código de Conduta da Fédération Internationale de Football Association (FIFA) vetou a possibilidade de que clubes possam participar diretamente da atividade envolvendo apostas esportivas de quota fixa.

Fonte: SBC Notícias Brasil

 

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