Ronaldo Jacaré: Será Seu Fim no MMA? Apostas Esportivas
Casa do Apostador Carregando...
Ronaldo Jacaré, é o fim?
ter 25 maio/21

Ronaldo Jacaré, é o fim?


Tive um pega pra capar com o amigo das brejas no domingo depois desse Red, rapaz. Soltei os bichos. Odeio perder. Profissional que não sente a derrota, favor mudar de profissão. Esse dia de luto e de alegria temos de ter: o meu é sempre no domingo. E me dou o direito de ter um dia muito “P” da vida e um dia muito feliz. Mesmo trabalhando, como estou agora, escrevendo este texto.   

O amigo das brejas sabe muito de apostas e entende de lutas (reconheço), mas embora não seja do ramo das apostas, trabalho como scouting, participei de camp de atletas (em especial o Jacaré) por 6, 8 anos.   

Tem uma máxima dos apostadores que, uma seqüência de vitórias e de derrotas, idade, interfere na performance e na precificação, Fair Line. SIM e NÃO!  

Penso diferente e vou dar um exemplo, mais para o final do texto. Antes de qualquer coisa, vamos contextualizar o debate e pontuar algumas questões.   

Análise no MMA

Primeiro, é muito fácil rir por último e apontar o erro depois que a “Inês é morta” – este é um termo utilizado por Camões em Os Lusíadas e significa “não adianta mais”.  No Futebol isso é comum. Vence clássico, conquista título: melhor do mundo. Quando perde: “Crise na Gávea!”.  Quando criança era fanático por futebol, apesar de torcer pelo Fluminense, ouvia muito radio AM e todos os dias depois de derrota do Flamengo, “Crise na gávea” era quase que um bordão entoado por todas as rádios. Tanto que levo essa recordação afetiva para a minha vida e acho graça disso até hoje.   

Fórum de MMA

Eu não acompanho Fórum de MMA, nunca irei acompanhar. Por que? Não é preconceito, é um conceito. Vou explicar contando uma história breve.  Sou do direito, queria ser professor universitário (como a vida é curiosa) e tive naquele tempo, entre 2001 a 2006, a oportunidade de dividir espaço com muitos intelectuais dos mais diversos matizes: advogados, cientistas políticos, artistas, músicos, procuradores; enfim, pude pegar muita coisa deles. E teve uma coisa que aprendi na “academia” que foi o seguinte, “sempre comece pelo autor. Quer saber se o livro é bom, veja a sua bibliografia.”

Então, sempre que vou ler um livro, por mais difícil que ele seja, faço a minha leitura. Justamente para não viciar a minha opinião. Agora, trazendo para as apostas, por melhor que sejam os analistas, prefiro não contaminar a minha decisão. “Luta é luta”, meus amigos. Sou um experiente analista, mas o que acontece no camp e no cage quando fecha a grade, foge muito meu entendimento – não sou vidente.

Uma vez que, mesmo não sendo um tipster “rodado”, tenho 8 anos de UFC. Treinadores e empresários, muitas das vezes antes de casar suas lutas me pedem opinião. Então, se for para errar, prefiro que seja pelo meu mérito e esforço, com trabalho duro. Não vou mudar este pensamento. No que diz respeito a valor, entradas, etc, ok… Sigo aprendendo e sempre consultando quem sabe mais que eu, inclusive ao amigo Breja.  

Pick

Quanto ao Jacaré, soltei a pick na sexta pela manhã para um dos profissionais do grupo do Danilo, irmão do Breja. Já estava com este pensamento definido. Por coincidência,  fiz questão de comparar a minha pick antes da luta com a de Rose Namajunas, campeã do UFC, que soltou suas bets: Jacaré, Barbosa e Antonina, exatamente as mesmas escolhas que fiz.

Não coloquei no grupo Barbosa e Antonina: o primeiro por conta do gás, sabia que se não nocauteasse como nocauteou, poderia perder no 3R por falta de “gasolina”. Antonina por não saber o quanto que evoluiu o seu grappling, era uma aposta de risco. Neste passo, a minha visão de luta estava bem alinhada com a campeã 52KG do UFC. Ou seja, quem melhor para entender de luta que uma campeã? E ela errou 2 de uma, como eu.   

Voltando para o jacaré. “O pau quebrou”! Não na luta, mas entre eu e o Breja, já as 9h da manhã de domingo. Como sempre, veio me colocar pilha (funcionou com excelência) e disse que um atleta com esse histórico de derrotas não se aposta. Fiquei doido e doído!  

Vamos lá… Como assim histórico de derrotas?  

Jacaré até aquele momento, com 41 anos, tinha um cartel de 26 vitórias e 9 derrotas. Sendo que as ultimas 5 lutas, foram 4 derrotas a 1. Uuuuhhhhh, que cartel horrível.  

Contextualizando

12 de maio de 2018 (derrota para Kevin Gastelum por decisão dividida 3R) 

8 de novembro de 2018 (vitoria para Chris Weidman pro KO no 3R) 

27 de abril de 2019 (derrota para Jack Hermansson por decisão unânime 5R). Hermansson fez uma luta de 5 rounds duríssima contra Marvin Vettori, hoje desafiante pelo cinturão dos 84 contra Adesanya. 

16 de novembro de 2019 (derrota para Jan Blachowicz por decisão dividida 5R) – luta muito contestada, poderia ser vitória a favor do Jacaré e o lutador russo, hoje campeão da categoria de cima 93kg, disse que nunca mais quer ver o Jacaré na frente dele.  

12 de dezembro de 2020 (derrota para Kevin Holland por nocaute no 1R – primeira derrota esquisita do jacaré, ele estava dominando a posição na queda e levou uma cotovelada na cabeça e apagou) 

Se essas decisões divididas fossem para o jacaré, ao invés de 4 a 1 seria 3 a 2 positivo e só contra tops da categoria.  

André Muniz, sua ultima derrota. Uma finalização linda no 1R, numa luta onde o Jacaré estava em vantagem. Jacaré nunca havia sido finalizado na vida, nem no BJJ, onde é considerado um dos 5 maiores atletas de toda historia. Acreditem, Ronaldo Jacaré é maior no Jiu Jitsu que no MMA, muito MAIOR.  

Antes de enfrentar o Jacaré, Muniz tinha 2 lutas no UFC com 2 vitórias. Duas contra top 30: Antonio Arroyo e Bartosz Fabinski. Arroyo tem 13 luas na carreira, aquela havia sido sua estréia no UFC. Quem viu a luta? André Muniz venceu por pontos numa luta em que colocou a língua para fora já na primeira metade do 1 Round.  

Bartosz Fabinski – Uuuuuuuhhh, finalizou no 1R. Vejamos: aquela era sua luta de estréia no UFC, vinha de 4 derrotas e 3, pasmem, por f-i-n-a-l-i-z-a-ç-ã-o-!  

Nestas condições, mesmo em se tratando de um atleta mais jovem, como vou apostar contra o Jacaré? 

Irei finalizar fazendo um outro paralelo, muito parecido, com um atleta até mais velho que o Jaca: Andrei Arlovski: 42 anos. 

Sabem qual é o seu cartel?

31 vitórias e 20 derrotas. Lembram do 26 a 9 do Jaca? 

Arlovsky vinha de 4 lutas: 2 x 2 (duas derrotas por KO 1R e Sub 2R contra atletas: um Top 5, Jairzinho e o outro Top 12, Aspinal. E vitórias por pontos contra Top 30: Philipe Lins e Tanner Boser – esse um peso pesado de 105 kg, poderia muito bem estar figurando entre os meio pesados) 

Seu adversário: Chase Sherman: 31 anos. 

Sherman vinha de 4 vitórias seguidas por KO. 3 no 1R e uma no 2R (já no UFC – Ike Villanueva) 

Fala ai, “vai ser um massacre!”.  

Pois é, essa foi a minha aposta com o Breja. Andrei Arlovski.  

Disse: vai ser uma luta parelha, vou dar 55% de vantagem para o Arlovski, pois o Sherman se dá bem contra atletas estáticos. Depois do 1R ele vai abrir o bico e a vantagem passará a ser do russo. 

Ah, mais fui gastado a beça. “Esse ai não bate nem em bêbado!” 

Bom, bateu. Venceu por pontos e com sobras.  

Entenderam?  

Considero sim e peso as derrotas, já sofri isso na pele. Uma derrota mexe com o psicológico do atleta, como de tooooda equipe! Vivi isso por anos e já fui CULPADO por váaaarias derrotas. Vou citar uma em que estava trabalhando, considerada a luta do ano, a derrota por decisão dividida da ex campeã do UFC Joana Jedrzejczyk contra Weilin Zhang. 5 minutos depois da luta, o head coach mandou msg dos EUA pra mim, aqui no subúrbio do RJ: 

“Cleber, você não falou isso”. 

 Já me antecipando, sabendo que ia estourar em mim, na mesma hora respondi:  

“mestre, estão aqui os números da planilha”.  

Replicou… 

”mas você escreveu isso”.  

Argumentei

“os números devem ser interpretados junto com o texto, é o todo”. Ele silenciou.  

Este é só um exemplo de tantas e tantas derrotas que me colocaram culpa diretamente, porque no MMA quando se ganha todo mundo quer ser o “pai da criança”, mas quando se perde, busca-se um culpado. 99% das vezes é o scout – acredite, estou sendo otimista.  

Portanto, sei o que estou fazendo e do tamanho GIGANTESCO de minha responsabilidade. Mais uma vez, dou peso, sim, para uma sequência de derrotas; porém,  existem uma infinidade de outros elementos que integram uma derrota. Ela sozinha, não me diz absolutamente NADA.   

Última coisa, Breja. Você esqueceu aquela tip que 90% dos fóruns do mundo todo apostavam na derrota do Smith que tinha odd acima de 3 e eu não? 

Continue estudando sobre apostas

Inscreva-se na minha lista VIP para receber conteúdos de apostas profissionais exclusivos. 

Deixe seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News.
vip

Inscreva-se gratuitamente e receba conteúdo profissional e esclusivo por e-mail!