
As vezes um charuto é apenas um charuto
Esta frase icônica foi dita por Zygmund Freud para um grupo de alunos quando passeava por uma calçada pelas ruas de Londres.
Freud é chamado de o pai da psicanálise, iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose no tratamento de pacientes com histeria, como forma de acesso aos seus conteúdos mentais.
Dessa forma, ao observar a melhora dos pacientes tratados pelo médico francês Charcot, elaborou a hipótese de que a causa da histeria era psicológica, e não orgânica.
Essa hipótese serviu de base para outros conceitos desenvolvidos por Freud, como o do inconsciente. O que o MMA tem a ver com isso?
O confronto pós – pesagem, a famosa “Encarada”
Aquele embate psicológico antes da luta, além de fazer parte do show, pode algumas vezes te dar um norte, uma direção sobre a situação mental (inconsciente) dos atletas daquele momento, naquela hora.
Isso pode decidir a direção de uma luta, sim. Porém, como dito no título, “um charuto é apenas um charuto”, aquele comportamento, por vezes, aparentemente inseguro, pode ser justamente produto de um hábito social ou mesmo um artifício positivo ou um recurso utilizado pelo próprio atleta naquele a fim de manter-se equilibrado.
Cada um reage de uma forma.
José Aldo, no auge da carreira. No momento da encara, antes de tocar as luvas, quem nunca reparou que o seu olhar sempre evitava os olhos de seu adversário?
Uma reflexão no MMA
Pois bem, para a psicologia o “olhar para baixo” muitas vezes pode ser entendido como falta de confiança, nervosismo, timidez e auto envolvimento.
Olhar para baixo também sugere embaraço, perda, insulto ou tristeza. Ainda pode ser um sinal de retirada. Pois, bem, deste jeito José Aldo foi invicto por 10 anos.
Agora, vamos falar sobre o UFC 261, as 3 encaradas na noite de véspera do evento: Valentina x Jessica; Rose x Zhang e Kamaru vs Masvidal. Depois que as lutas foram descortinadas e sabemos o resultado tudo fina mais fácil.
Recebi algumas criticas sobre o post que fiz sobre o Masvidal, quando o mesmo curva as costas e coloca as mãos para trás. Utilizei um recorte do livro de Pierre Weil e Roland Tompakow, “O Corpo Fala: a linguagem silenciosa da comunicação não verbal”, a fim de comparar as encaradas que envolviam disputa de cinturão. Especialmente dos atletas Kamaru x Masvidal.
Antes de comentar diretamente sobre este atleta, passemos as encaradas, uma a uma, e o que cada uma representou para a luta daquela noite de sábado para domingo.
Valentina versus Jessica
Jessica avança a área de dominância da Valentina com olhar fixo na adversária e punhos cerrados. Valentina, mantém guarda alta no MMA, sua mão do direto cerrado, riste ao rosto da Jessica, olhar fixo, mas ao contrario do dia anterior, avança. Naquela encarada se vêem duas atletas dispostas a irem para uma guerra, com a Jessica assumindo o protagonismo das ações. E assim foi a luta.
Apesar da derrota, a atleta brasileira mostrou-se destemida, foi para frente o tempo todo. Mas Valentina, como na encarada, estava preparada para responder tudo que Jessica tinha para apresentar naquele momento, fundamentalmente com contra golpes e entradas de quedas certeiras, encerrando a luta no 2R.
Rose x Zhang
As duas atletas distantes, olhar fixo, coluna vertebral inclinada para trás, como um soldado. Ali sinalizava um grande respeito entre as atletas e a certeza da vitória. Esperava-se uma luta mais estratégica, cautelosa, como foi. A luta foi estudava, sem avanços significativos de parte a parte. O xadrez foi descoberto com a Rose utilizando uma finta para vazar a perna da frente na cabeça da chinesa e encerrar a luta.
Kamaru vs Masvidal
Foi a luta da noite, com um desfecho espetacular para o nigeriano. Na encarada, ambos tentaram mostrar tranqüilidade, como se o seu adversário não representasse perigo. Porém, o seus corpos emitiam sinais estéticos que revelavam outra coisa: dois atletas com uma postura curvada mostrando “submissão”, receio, como no recorte do livro. kamaru com as mãos enlaçadas a frente de seu corpo e Masvidal com as mãos escondidas para atrás, denotavam insegurança, desconforto. Porém, como na celebre frase do Freud, “um charuto, as vezes é apenas um charuto”, o corpo fala no indicativo presente, no “aqui e agora”, e o que diz pode durar apenas um breve instante: aquele momento.
Antes de tudo acontecer, restava claro que ambos os atletas estavam temerosos com o jogo de seu oponente, Masvidal com o grappling e Kamaru com o striker. O transcorrer da luta desenvolveu em parte como da encarada, a luta inicialmente não foi franca, desenvolveu muito estudada e tensa por alguns minutos até o nigeriano aplicar a primeira queda especatular. Ali, Kamaru viu que dominava o jogo que a vitoria era uma questão de tempo.
Masvidal tentou mostrar segurança sorrindo a cada mão que entrava em cheio em seu rosto (não sinto seus golpes), baixou a guarda e literalmente deu a cara para bater. Foi atendido, Kamaru desferiu um direto poderoso contra a cabeça de Masvidal protagonizando o nocaute mais espetacular da noite.
O quero dizer com isso?
Como diz o livro, O Corpo Fala, a encarada releva tão somente o momento de cada atleta no primeiro confronto com seu oponente, mas isso não determina nada. Pois ninguém vence de véspera. Aquilo reflete apenas a situação atual dos atletas antes da luta. Isso é apenas 10%, 15% do combate real. Mas que, diante de atletas muito parelhos técnica e fisicamente, pode mudar o nortear o destino de um resultado. Este lado psicológico na hora do combate, faz total diferença na hora da luta.
Forrest Griffin tem um entendimento sobre o que é uma luta, muito interessante:
“preparação na academia é 85% físico e 15% mental. Quando fecha a grade tudo muda, o físico corresponde a apenas 15% e o resultado da luta de MMA é 85% mental.
O Corpo Fala, meus amigos.
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