
Por que o UFC está na Frente?
Trabalho. Não só investimento e muitos milhões de dólares no UFC.
Em 1993 o PRIDE era o evento. O UFC estava no seu começo, ainda era da família Gracie que estava chocando o mundo com as vitórias de Royce em cima de atletas de 120 kg. Mas, o evento era o Pride.
E o Pride faliu. Dizem que por causa de problemas com a Yakusa, máfia japonesa e acabou sendo comprada pelo homem que veio a revolucionar o mundo das lutas: Dana White.
Dana, em sociedade com os irmãos bilionários Fertitta, comprou um UFC falido por 2 milhões de dólares e “queimaram” 40 milhões. Quase foram a bancarrota e colocaram a venda (por 6 milhões), não fosse a grande sacada da época, num período em que as redes sociais estavam em fase mais quem embrionária:
O TUF
Aquele TUF foi especial, Treinados por Randy Coulture e Chuk Liddel, dois dos maiores nomes da época, o programa teve uma final épica entre Stepen Bonnar vs Forrest Griffin, dois gladiadores que entregaram suor, sangue e alma por 3 rounds, sendo os responsáveis por: não só protagonizar a maior batalha da historia do UFC , como também dito pelo proprio Dana White, coloca-los no mapa. Venderam milhares de pay-per-views e chocaram públicos do mundo todo, não no nos EUA. Daquela noite em diante, nada mais parou o UFC de Dana White.
Não quero entrar em todo o celeuma burocrático e guerras judiciais com estados americanos que proibiam o MMA por considerar um esporte muito violento, contra costumes, etc, etc. Foi uma guerra somente vencida praticamente 20 anos depois. Nova York foi o último estado a deixar de proibir UFC nos EUA. Depois disso, sabemos, uma multinacional chinesa compra o UFC por mais de 4 bilhões e mantém o Dana White como seu CEO e presidente.
Então… Porque o UFC está tão na frente dos outros eventos de todo o mundo. Será que é só dinheiro?
Vamos começar pelo básico do básico:
Casamento das lutas UFC
Tenho estudado bastante o card dos maiores eventos além do UFC: ONE, Bellator, PFL, LFA, INVICTA.
Qual é a diferença, a principal diferença destes com o UFC?
Neste quesito, bato palmas para todos os matchmakers do UFC. Dificilmente eles casam lutas onde bato o olho e digo, “não é possível, como que este atleta está batendo como azarão”. Acontece, sim. Mas, vamos dizer que é na proporção de uma a duas lutas (digo em odds grandes, acima de 3) por mês.
Geralmente, as lutas casadas são muito bem construídas, digo no sentido de abrir grandes possibilidades para o apostador, justamente por serem lutas muito próximas.
Enquanto os demais eventos?
Na minha visão, para todos os citados: LFA, ONE, Invicta, Bellator, PFL, falta investimento na base ou uma categoria de acesso, como nos times de futebol. É inadmissível para nós: tipsters, apostadores profissionais, sindicatos, investidores eventuais, realizar um investimento em um casamento de lutas de um atleta “X” (zero lutas) vs “Y” (zero lutas) ou (1 – 0/2 – 1). Não existe um mínimo de estabilidade de carreira para que se possa avaliar razoavelmente um atleta, seja ele homem ou mulher, por melhor que ele seja, e realizar uma aposta. Não dá. É a mesma coisa que jogar dinheiro fora num bilhete de loteria esportiva: lastro de treinamento, psicologico, experiência com eventos, tudo falta.
Por isso, por pura falta de opção de atletas, nós vemos moneyline de odd 5.0 x odd 1.1, as vezes com uma distancia maior entre 8 até 9. É estudo desperdiçado, dinheiro jogado fora em 99% das vezes.
Alguém teve interesse em ver a luta da Cyborg contra uma atleta que ela já havia nocauteado no UFC, no 1R, Leslie Smith? Na casa de apostas vitória da Leslie pagava 11. Este casamento não faz o menor sentido, só no Bellator. Resultado: outro nocaute, desta vez no 5R. Qual é o real interesse em pagar um pay per view por esta luta?
O Bellator é considerado o segundo maior evento do MUNDO. Imagine os outros? É daí para muito pior. Tem evento que de 10 lutas, 4 são lutas casadas com atletas 0-0, 1-1, 2-1. Quem assiste, sem ser local (equipe, família)? Cadê o pay par view?
UFC lucra milhões sem colocar um único torcedor num estádio. Segundo Dana White, o UFC nunca lucrou tanto quanto em tempos de pandemia. Segundo ele, nem precisa mais investir tantos milhões em promoções e viagens desgastantes entre países. Por que será que o UFC está tão na frente dos outros e ninguém se deu conta disso?
As redes sociais e o fisiculturismo
Bom… vamos sair um pouco do MMA para compreender o UFC. Para isso, vou a outro esporte, o bodybuilding brasileiro. Buscar entender as redes sociais e como elas costumam angariar seu publico. Não sou nenhum especialista, só um reles observador deste esporte e sei somar 1+1.
Não vou falar sobre a história do fisiculturismo, irei apenas relatar a visão de um observador e fã das redes sociais.
UFC
São 660 atletas e 16 campeões. Ou seja, apenas 3% de todo o plantel realmente ganha dinheiro, fica rico e pode desfrutar de apenas o emprego do UFC.
A média de entrada de salário de um atleta estreante na primeira luta do UFC é de 8 mil dólares – menos 30% de IR, passagem de avião, alimentação do atleta, treinadores e percentual de empresário (média de 5% a 10%).
Ou seja, geralmente na estréia, a depender da categoria, o atleta praticamente paga para lutar.
São 3 chances. Não tem essa de camp de 3 meses, a Tabata recém saída do LFA aceitou uma furadaça com 3 dias de preparação.
Para piorar, num contrato de 3 lutas, se você, seja lá como for, não performar 2 lutas, está fora.
Essa é a realidade do maior evento do mundo.
O Bobybuilding
O fisiculturismo consegue ser ainda mais crítico que o UFC, uma vez que não existe salário de competição e se trata de um esporte muito caro. Um atleta de alta performance de fisiculturismo chega a gastar o valor de um carro zero em suas preparações sem receber um único centavo. O maior campeonato de fisiculturismo do mundo, o Olympia, paga para o campeão da mais tradicional categoria, a Open, 400 mil dólares. O UFC paga isso para os atletas praticamente toda semana durante um ano, pois entre eventos numerados e Fight Night, tem card quase toda semana.
Por que o fisiculturismo?
Porque hoje, com o fenômeno das redes sociais: twitter, you tube e instagram, atletas e mais atletas de fisiculturismo estão tendo a oportunidade de “vender” suas imagens e angariar mais seguidores, que por conseguinte, atrai marcas e patrocinadores.
Hoje, existem “influencers”, que não competem e recebem uma grana! Dois exemplos de mulheres que só tem rede social e “shape” e não competem, Juju Salimeli e Gracyane Barbosa: 15 milhões e 9 milhões de seguidores respectivamente.
Temos atletas amadores, old school e new school que não precisam trabalhar dando consultoria, como nos casos do Sardinha com pouco mais de 1 milhão de seguidores e Donaire, diretor de conteúdo da Integral Médica – ele se fez de redes sociais e sabendo explorar seu life style nas competições.
O nosso maior atleta hoje se chama Rafael Brandão, por ser o peso pesado (Open) com mais chances de chegar ao Olympia. Digo, maior chance, ele não chegou. Nunca pisou lá e nunca venceu uma competição PRÓ.
Expecula-se que o seu seja o maior salário do fisiculturismo brasileiro, algo em torno de 100 a 200 mil reais. Mora numa mansão em Curitiba, anda de Land Hover e só vive para comer, treinar e dormir. Tudo custeado pela integral. Hoje ele possui 1 milhão de seguidores no instagram.
Warlley Alves
Vou dar um exemplo meu.
Warlley Alves. Ele não só é atleta do UFC, como foi campeão do TUF e tem mais de 10 lutas pela organização. Passou o carro no Colby Covington (foi campeão interino do UFC), saiu na mão com o Usman (considerado hoje o atleta a desbancar o Anderson Silva em defesas de cinturão) e agora o Lazzes, querido do Sheik, veio para tentar tirar o warlley do UFC, que estava a uma luta de encerrar o contrato. Foi destruído em pouco mais de 2 minutos de luta, estive neste camp.
Sabe quantos seguidores tem o Warlley? 37 mil. Warlley vive de salário, mas mora de aluguel e está há quase 10 anos no UFC.
Conseguem compreender a incrível, surreal, desproporção?
Renato Cariani
Antes de tudo, hoje temos um empresário do fisiculturismo, que fez grana fora, como químico e hoje se tornou o maior influencer do meio “Maromba”, Renato Cariani. Ele começou na ABTV com o Toguro, outro personagem que ajudou a amplificar e a trazer a visão do mundo exterior para o fisiculturismo. Cariani hoje trabalha full time suas redes sociais e é hoje o diretor de conteúdo da MAX Titanium.
A Max, junto de Cariani, produzem conteúdo dos mais diversos assuntos do fisiculturismo 24 horas por dia, vai desde conteudo de treino, dieta a entretenimento. Só do que eu acompanho, tem pod casts (quase diários) de 3 horas, vídeos temáticos (casa dos campeões – dentro de um C.T. de preparação de atletas para as competições. Todo dia tem conteúdo); seu life Style com a família: sua esposa já foi tema de vários videos; o Maurício, que se transformou numa estrela, e hoje, em função de sua exposição e bom trabalho, carisma, recebe um bom salário capaz de dar conforto a toda sua família. Um câmera, acredite, leva uma vida muito mais confortável que boa parte dos atletas do UFC hoje. Além disso, muitos atletas do UFC trabalham de motoboy, em obras e até de doméstica para complementar seus salários.
O C.T. Irongerg, hoje movimenta conteúdos diários com Ramon, JuLio Gorila, Caike (o único a competir no Olympia), Balestrin, Jorlan. Neste CT, a boa relação e prestígio que possui o Cariani, hoje, o Tamer Al Guindy (produtor do Olympia, mas foi árbitro do Olympia por 20 anos), vai ao seu encontro opiniar sobre a condição de seus atletas, sobre caminhos a serem seguidos, etc, etc.
Percebam…
Eu dei exemplo do Warlley.
Nós temos uma gama de certamente entre 50 a 100 atletas brasileiros que atuam, tem contrato no UFC, mas não tem salário de patrocínio, não tem exposição direcionada nas redes e não existe ninguém, como no fisiculturismo, que os ajude a promover sua imagem.
Vamos dar uma ideia?!
Em primeiro lugar, você empresário. Já pensou em investir, ao invés de algo a curto prazo, num evento, num programa para atletas, como um reality, que foi feito com sucesso no UFC , antes das competições? Filmando rotina, falando sobre a historia de vida cada atleta, o que eles fizeram e fazem para chegar onde estão? E depois de todo este preparo de redes, ai sim, promover uma competição com pay per view (torneio) dentro da casa e uma qualificação para lutar num evento profissional?
Não estou falando do Lyfe Style de Atletas do UFC. Estou falando das promessas! Hoje buscando seu lugar ao sol, sem contrato.
Desse modo, não seria muito mais lucrativo que um evento SECO?
Mas dá trabalho, isso eu concordo.
É uma ideia.
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