Paralisação do Campeonato Brasileiro e Jorge Kajuru
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Senador Jorge Kajuru pede paralisação do Campeonato Brasileiro
qui 18 maio/23

Senador Jorge Kajuru pede paralisação do Campeonato Brasileiro


As investigações dos casos de manipulação de resultados no futebol brasileiro seguem rendendo assunto entre os políticos do país. Em discurso no plenário, na última segunda-feira, dia 15, o Senador da República Jorge Kajuru (PSB-GO), ex-apresentador de programas esportivos na década passada, declarou ser favorável a uma paralisação do Campeonato Brasileiro. Além dessa reivindicação, o político pede que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também proíba as casas de apostas de patrocinar clubes e jogadores de futebol.

Os pedidos de Kajuru acontecem em referência aos desdobramentos da Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás, que investiga a atuação de uma possível organização criminosa especializada em manipular resultados de partidas de futebol. De acordo com as investigações dos órgãos públicos, os criminosos podem ter atuado em diversos jogos do Campeonato Brasileiro da Série A e da Série B, além de terem tentado e manipulado situações de jogo em muitas partidas de campeonatos estaduais e regionais do Brasil.

Essa não é a primeira vez que o senador Jorge Kajuru expressa as suas opiniões sobre as apostas esportivas. Em outro momento, o senador goiano também já havia se posicionado de forma favorável ao processo de regulamentação do segmento, apesar de ter ideias bem diferentes do governo sobre esse mesmo assunto. O senador, inclusive, chegou a liderar um projeto de lei que regulamentaria esse mercado, mas que acabou sendo deixado de lado. Para ele, a CBF deveria paralisar as competições nacionais até que se investigue de forma profunda todos os casos de manipulação de resultados que estão sendo descobertos pelo Ministério Público.

Referência inglesa

O parlamentar solicitou que as averiguações da Polícia Federal e do Ministério Público de Goiás prossigam e que os responsáveis sejam punidos. Em sua visão, a Polícia Federal precisa realizar uma investigação aprofundada de todos os casos e o Ministério Público deve encaminhar as denúncias ao sistema judiciário de forma rápida, a fim de que todos os envolvidos sejam punidos. O senador também solicitou que a CBF seguisse o Reino Unido, que recentemente adotou medidas restritivas a patrocínios de casas de apostas a jogadores e clubes de futebol.

A CBF pode atuar também, por exemplo, proibindo que estabelecimentos de apostas patrocinem clubes e jogadores de futebol. Assim como está ocorrendo (e sendo um exemplo para o mundo) na Inglaterra, com a proibição de publicidade nas camisas das equipes de futebol“, afirmou Kajuru.

Medida ineficiente

A recente onda de casos de manipulação de resultados no futebol brasileiro tem gerado uma ampla discussão sobre as medidas a serem tomadas para combater essa prática ilegal. De uma hora para outra, o Brasil inteiro se tornou especialista em combate ao crime organizado. Entre as várias soluções sugeridas pelo povo, por jornalistas, por autoridades políticas e tantos por tantos outros palpiteiros de plantão, a paralisação dos campeonatos me parece, de longe, uma das mais ineficientes. Sim, eu também estou no bloco dos palpiteiros. É compreensível que todos nós que gostamos de alguma forma do esporte estejamos desiludidos e chateados com toda essa situação, mas esse sentimento não pode nos fazer agir de forma precipitada.

A suspensão dos campeonatos de futebol acarreta um enorme impacto econômico para clubes, jogadores, patrocinadores e toda a cadeia envolvida na indústria do futebol. Se os jogadores já estão se envolvendo em esquemas de manipulação de resultados ganhando os seus salários e jogando de forma constante, imagina se tudo estiver parado e as necessidades financeiras baterem na porta? A pior ideia do mundo para combater casos de manipulação é deixar quem faz parte do meio do futebol em situação de vulnerabilidade. Isso só tende a piorar as coisas, pois são nesses ambientes que os criminosos gostam mais de agir.

O futebol é uma paixão nacional, e talvez o maior entretenimento que exista no Brasil hoje. A suspensão dos campeonatos privaria os torcedores dessa forma de lazer e afetaria negativamente o aspecto social e cultural do país que, convenhamos, já vive uma situação de precariedade nesse aspecto. Em vez de privar os fãs do futebol de vivenciar o seu jogo, e também punir de certa forma aqueles que não tem absolutamente nada a ver com a situação, é mais produtivo trabalhar em conjunto para encontrar soluções que combatam de forma eficiente as manipulações de resultados que estão acontecendo. A própria Polícia Federal e o Ministério Público já demonstraram entender qual é o caminho mais apropriado para lidar com essa situação: a punição exemplar de todos os envolvidos.

Com todo respeito a história do senador Jorge Kajuru, tenho que discordar de muitos pontos do seu discurso. Retirar o patrocínio das casas de apostas da camisa de clube não muda nada. Paralisar os campeonatos também não aceleraria necessariamente o processo de investigação dos casos de manipulação. As autoridades brasileiras, inclusive, têm feito um trabalho muito ágil nessas investigações e, em poucos meses, conseguiram desarticular um esquema muito grande que vinha acontecendo livremente pelo país. Isso prova que esse trabalho investigativo pode acontecer independentemente da realização dos jogos, pois nenhum campeonato teve de ser paralisado até agora.

Como sociedade, talvez seja a hora de realmente nos debruçarmos sobre a regulamentação das apostas esportivas e fazê-la ser um elemento de ajuda nesse processo. Engana-se, no entanto, quem acredita que uma regulamentação das apostas esportivas é a solução de tudo. O mundo não é um morango. Os criminosos não são pessoas conhecidas por seguirem as leis. Portanto, ter leis sobre apostas esportivas ou não ter leis sobre isso é a mesma coisa para quem não quer seguir o caminho correto.

O que muda na regulamentação são os processos. O que muda na regulamentação é a prevenção, o controle, os deveres e a oficialização da necessidade de investimento tecnológico com intuito de oferecer aos nossos órgãos competentes cada vez mais ferramentas e condições de trabalho eficazes para combater os criminosos que tentam desvirtuar e romper a integridade esportiva. Essa sim é uma medida eficiente e que visa fortalecer as nossas estruturas de combate ao crime no longo prazo. Não creio que paralisar um campeonato ou retirar o patrocínio de uma casa de apostas da camisa de um time seja solução para nada. O problema, definitivamente, não está aí.

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Escrito por Sérgio Ricardo Jr

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