Gabriel Bortoleto diz que respeito já chegou para ele na F1
Casa do Apostador Carregando...
qua 06 ago/25

Gabriel Bortoleto diz que respeito já chegou para ele na F1


Em alta com a Sauber na Fórmula 1, o piloto brasileiro Gabriel Bortoleto participou ao vivo do podcast Na Ponta dos Dedos, do ge.globo. O paulista falou sobre a carreira logo após terminar na sexta posição do GP da Hungria do último domingo; esta foi a melhor posição do novato na categoria.

Antes da corrida no circuito de Hungaroring, o piloto foi visto conversando com Bernie Ecclestone, ex-chefão da Fórmula 1 e figura bastante influente no paddock. Ao podcast, Bortoleto explicou o teor da conversa e disse que agradeceu ao britânico por ter ajudado com a entrada na categoria.

– Conheço ele há algum tempo pela Fabiana Ecclestone (esposa brasileira de Bernie), é uma família excepcional. Ele não é o dono da F1, mas é um cara de extrema influência, todo mundo sabe. Quando eu estava para entrar na Fórmula 1, ele era um cara que apoiava. Se alguém viesse perguntar para ele, era um cara que apoiou, ele colocou a palavra: ‘Pode confiar, é um bom piloto, vai te entregar resultados’. Ele fez essa parte também dentro da própria Audi. Eu agradeci a ele, porque poucas palavras de uma pessoa de tanta influência contam muito – disse Bortoleto, antes de concluir:

– Eu fui agradecer, é importante agradecer às pessoas que te apoiaram neste momento. A gente sabe o quão difícil é para os brasileiros entrarem na F1 hoje em dia. Mas foi rápido, eu tinha que ir para o grid. Depois ele me ligou, veio dar os parabéns. Disse que eu guiei muito, muito bem, estava muito feliz e que em breve um pódio iria chegar.

Atualmente na 17ª posição do campeonato com 14 pontos somados, Bortoleto tem chamado atenção do mundo da F1 nas últimas corridas, especialmente pelos resultados recentes – o calouro pontuou em três das últimas quatro provas. E de acordo com o brasileiro, as boas exibições fizeram com que a atitude em relação a ele no paddock já tenha mudado:

– Sempre tem um pouquinho (de mudança), quando começa a andar um pouco melhor. O pessoal dá um pouco mais de respeito. Não sou muito de fazer isso, mas quando você vê um cara campeão do mundo e um novato… o cara é campeão, é o seu sonho de um dia alcançar, você tem uma admiração. Nesse sentido, muda. Sendo sincero, um pouquinho de mudança já teve – admitiu o brasileiro.

O piloto brasileiro também ressaltou a evolução da Sauber na categoria. Na última temporada, o time da Suíça terminou o campeonato na última posição, com apenas quatro pontos somados. Depois de mudar a dupla de pilotos e contar com a chegada do chefe de equipe Jonathan Wheatley, a escuderia apresentou uma sensível evolução e atualmente ocupa o sétimo lugar, com 51 pontos.

Bortoleto admitiu que a equipe iniciou a temporada na direção errada, com resultados abaixo da média. No entanto, se mostrou contente pela melhoria nas últimas provas – especialmente com a introdução de atualizações no carro a partir do GP da Espanha, realizado no início de junho.

– O carro era muito difícil de pilotar, a gente foi para a direção errada com o desenvolvimento e a gente conseguiu dar a volta por cima, trazer upgrades e tudo. A gente vê que a Sauber tem seis corridas seguidas somando pontos, é muito especial, mas não é fácil. Meio deciminho que você erra pode ficar no Q1, ou se encaixar tudo, pode ir ao Q3. É muito competitivo – afirmou Bortoleto.

O paulista de 20 anos afirmou que esperava uma grande evolução neste início na Fórmula 1, muito por conta de não ter experiência anterior com o carro da categoria. Porém, Bortoleto admitiu que o desempenho nas corridas na primeira parte do campeonato superou até mesmo suas expectativas.

– Também superei as expectativas que eu tinha para essa primeira metade do ano. Sempre soube que a evolução esse ano seria muito grande, especialmente pela falta de experiência com um Fórmula 1. (…) Só tive dois dias de treino antes da temporada começar. Eu sempre soube que ia crescer muito durante a temporada, óbvio que não sabia o quanto, depende muito do trabalho, das horas de esforço, das pessoas que estão ao seu redor.

– Tive muita sorte, sou muito grato a isso. Tive pessoas profissionais e muito boas ao meu redor, tenho o Roberto Streit, meu coach desde a Fórmula 3, Fórmula 2, trouxe ele para a F1. O José (Manuel López, engenheiro), que veio comigo na Sauber. O Xavi (Pujolar), meu engenheiro de performance, toda a equipe. A gente tem evoluído muito como equipe – afirmou.

Ao comentar o bom resultado no GP da Hungria realizado no último fim de semana, Bortoleto revelou que foi parabenizado pelo preparador físico antes mesmo da corrida. Insatisfeito com o desmpenho do carro durante os treinos livres de sexta-feira, o brasileiro usou uma das duas exceções possíveis para a regra de curfew – espécie de toque de recolher – dos carros e passou a noite com os engenheiros em busca de soluções para os problemas do veículo. No fim, acabou recompensado com o sexto lugar.

– O resultado desse final de semana foi especial. Eu estava falando com meu treinador físico, ele veio falar ‘queria te dar parabéns, independentemente de como o fim de semana acabar, estou te vendo aqui se esforçando muito’. Saí meia-noite da pista, a gente quebrou o curfew, o horário limite para sair da pista. Foi uma sexta difícil, a gente fez testes que tiraram meu feeling com o carro, não estava me sentindo confiante. A gente estudou muito e conseguiu chegar nesse resultado. Quando coloquei o carro na pista (no treino livre 3), era outro carro. Me senti com a confiança de volta, a gente conseguiu colocar de novo no Q3 e foi muito especial – afirmou Bortoleto.

O piloto brasileiro de Fórmula 1, Gabriel Bortoleto

Leia outros trechos da entrevista de Bortoleto:

Mudanças na gestão da Sauber

– A chegada do Jonathan Wheatley (chefe da Sauber) trouxe muitas coisas positivas para a equipe. Não só resultados, pit stop, quantidade de treino a mais de pit stop no fim de semana, mentalidade. O trabalho dele é reestruturar a equipe da pista, aquela área na pista, engenheiros, mecânicos, tem que trazer todo mundo junto, fazer uma equipe unida. É difícil, a Sauber nunca teve dinheiro, com investimento da Audi as coisas mudam, é outra mentalidade. Ele traz essa mentalidade que vem da RBR, que não sofria com a questão financeira.

– É a combinação dele junto com o Mattia (Binotto). No fim das contas, ele toca toda a estrutura na fábrica. Todas as pessoas da fábrica, tanto em Hinwil, quando em Neuburg, para a questão de motores do ano que vem. Essa combinação funciona muito bem e leva a equipe adianta, os dois têm muito crédito por como a equipe tem ido. Não só eles, mas muitas outras pessoas.

Experiência na Fórmula 1

– Eu nunca tinha sentado em outro carro de Fórmula 1 antes para ter comparação, uma noção. Quando coloquei na pista, falei ‘esse é o carro que eu tenho, vamos acelerar’. Lembro da cara do Nico (Hulkenberg) quando a gente colocou o carro (na pré-temporada) no Bahrein, perguntei ‘O que você acha, a gente vai estar bem?’. E ele falou ‘não são muito boas as minhas primeiras impressões, não’. (Ele) não estava muito contente, comecei a perceber os motivos. Durante a temporada, fui aprendendo porque aquele carro nunca ia funcionar. Entendendo o estilo de carro que precisa para uma corrida longa, para durar e não desgastar pneus. Se você tem um carro bom de classificação e dá ré na corrida, nunca vai pontuar. A corrida é longa, tem muita estratégia. A direção que a gente seguiu de desenvolvimento não foi, digamos, correta, mas a equipe fez um ótimo trabalho em entender isso rapidamente. A gente começou um desenvolvimento em uma outra direção, upgrade em Barcelona, na Áustria, em Silverstone e colocando o carro mais competitivo.

– Acho que o que eu mais evoluí não foi nem velocidade pura. Acho que eu melhorei, mas eu chego nos finais de semana com uma ideia muito clara do que eu preciso no meu carro, um carro mais mole ou mais duro. Tem muita coisa que dá para fazer na Fórmula 1 que você não conseguiria fazer na categoria de base, é muito limitado de mexer.

– Comecei o ano com 99% de visão de piloto e hoje consigo entender mais os engenheiros. Não dou só um feedback do que precisa melhorar, dou ideias. É isso que a experiência te traz e te faz evitar uma corrida que o seu carro estava bem no quali, mas com aquela configuração você vai para último. Tenho cada vez melhorado nesse sentido e a gente tem perdido cada vez menos tempo no final de semana. Com a experiência de cinco ou seis corridas atrás, eu nunca seria capaz de virar um GP da Hungria como a gente virou. Não seria capaz de colocar tanta coisa na mesa e dar ideias.

Parte física

– Estou me sentindo extremamente bem fisicamente. No começo do ano tem uma tensão, acaba gastando mais energia do que o necessário. Em Jedá (GP da Arábia Saudita)… lembro de piloto sair bem pior, tinha até médico, mas eu saí cansado. Você precisa sair de uma corrida podendo fazer outras duas, esse é meu objetivo. Se você está cansado, não consegue extrair 100% da sua capacidade mental. Estou muito feliz, tenho aguentado muito bem fisicamente nas últimas corridas. Dei um passo na direção certa.

Psicólogos

– Eu não tenho ninguém hoje em dia, nunca tive, para ser bem sincero. Tem muitos atletas em níveis mundiais que têm e que funciona muito bem para eles. Para mim, a melhor maneira mental e que sempre funcionou é estar com as pessoas que eu confio de olho fechado. Eles sabem onde minha cabeça está, o que estou fazendo de errado ou de certo. Faço muita questão de manter essas pessoas por perto. Essas pessoas são meus psicólogos – entendo que é um trabalho diferente, não é a mesma coisa – mas a pessoa que me conhece desde os seis, sete anos de idade – me conhece bem melhor que um psicólogo que eu vou contratar esse ano. O psicólogo estudou para fazer o trabalho que ele faz, mas para mim funciona nesse sentido. De vez em quando eu levo porrada e vou corrigindo.

Relação com a torcida brasileira

– Eu amo os fãs brasileiros. Amo o quão calorosos os brasileiros são, o quanto torcem, estão com você nos momentos bons ou ruins, brigam com as pessoas que falam mal nas redes sociais, brigam com unhas e dentes. É único no Brasil, até os gringos falam. É algo único, sou muito grato por isso. É muito legal ter o apoio de pessoas que torcem por você. Não sei o que esperar no Brasil, no ano passado já teve um assédio, muita mídia em cima. Esse ano vou estar correndo pela primeira vez em casa, sonho de criança. Vai ser uma loucura, nem quero ficar pensando muito porque senão vou enlouquecer.

Fonte: GE

Leia também:

Identificando fraudes esportivas na MLB

O mercado queridinho dos influenciadores de apostas

Parlamentares ouvirão Haddad sobre MP que aumenta imposto das bets

Deputado apresenta PL para liberar apostas em todas modalidades equestres

Holanda deixará de arrecadar € 200 milhões em impostos sobre apostas

O boom das Super Odds no mercado brasileiro de apostas

Justiça aciona bet por violação do Código de Defesa do Consumidor

É realmente possível ganhar dinheiro com apostas?

Deixe seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *