Possíveis surpresas e decepções da temporada na NFL
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seg 08 set/25

Possíveis surpresas e decepções da temporada na NFL


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A espera terminou: a NFL está de volta. Cada vez mais popular no Brasil — agora até com jogos de temporada regular disputados em nosso país — a liga também atrai uma nova leva de apostadores em busca de informações. Muitos acabam se apoiando nas narrativas da mídia esportiva, que já elegeu os seus favoritos para o ano. Como de costume, esses nomes incluem principalmente os times que estiveram nos playoffs na última temporada. Mas, a NFL é imprevisível. Historicamente, menos de 40% dos campeões de divisão repetem o título no ano seguinte, o que abre espaço para surpresas. Nesta coluna, vou destacar quatro candidatos a surpreender e quatro equipes que podem decepcionar — times que, na minha visão, estão sendo supervalorizados e exigem cautela de quem aposta.

Podem surpreender na NFL

New England Patriots

DRAKE MAYE - NFL

Os Patriots tiveram o maior salto entre o total de vitórias do ano passado e o total de vitórias estipulado pelos sportsbooks para esta temporada. A equipe, que venceu apenas 4 partidas na última temporada da NFL, possui total projetado em 8,5 no mercado de futuros para este ano. O aumento mostra bastante otimismo dos oddsmakers quanto a uma melhora da equipe, que não é infundado. Os Patriots são um time significativamente diferente para este ano, começando pelo head coach. Mike Vrabel substituirá o inexperiente Jerod Mayo, que durou apenas um ano após suceder Bill Belichick no comando da equipe.

Drake Maye, mesmo com pouco talento ao redor, se mostrou promissor em sua temporada de calouro no ano passado, e agora terá novas peças para trabalhar, com as chegadas do wide receiver Stefon Diggs e do running back novato TreVeyon Henderson, em um ataque que será comandado por Josh McDaniels. McDaniels fracassou em suas experiências como head coach na NFL, mas entregou bons ataques em suas passagens anteriores como coordenador ofensivo dos Patriots.

A defesa também foi significativamente reforçada, com as chegadas de Robert Spillane, Harold Landry III, Carlton Davis III e Milton Williams. O setor já contava com boas peças, entre elas o cornerback Christian Gonzalez, que permitiu recepções em apenas 55,7% dos passes lançados em sua direção no ano passado, limitando os quarterbacks a um rating de 71,7 quando desafiado na cobertura.

Com um coaching staff competente e reforços de qualidade, os Patriots provavelmente se sairão bem melhores nesta temporada. Mesmo que os Bills sejam considerados grandes favoritos na divisão, talvez os Patriots possam competir pelo título, especialmente porque os Bills figuram na minha lista de possíveis decepções, por motivos que você verá mais à frente neste texto.

Cleveland Browns

Os Browns foram um desastre completo na última temporada da NFL, empatando com os Tennessee Titans com o menor número de vitórias (3). A equipe, que teve quatro quarterbacks diferentes iniciando ao menos um jogo, teve a pior produção geral da liga na posição, com mais interceptações do que touchdowns aéreos e com os quarterbacks combinando para um rating de 71,4. Com um ataque ineficiente, a defesa, que havia sido ótima em 2023, foi sobrecarregada e regrediu bastante em 2024. Os turnovers também foram um grande fator na péssima campanha do time no ano passado, já que os Browns terminaram com o pior saldo de turnovers da liga: -22.

Pela natureza volátil dos turnovers na NFL, é natural que equipes que tenham saldos tão extremos regridam na direção oposta no ano seguinte, com equipes beneficiadas por turnovers sendo propensas a caírem de produção, enquanto times que tiveram azar com turnovers normalmente são boas apostas para se saírem melhores no ano seguinte. Os Browns estão na segunda categoria.

O excesso de quarterbacks dos Browns, que entraram na pré-temporada com quatro no elenco — o veterano Joe Flacco, Kenny Pickett e os novatos Dillon Gabriel e Shedeur Sanders — foi uma das histórias mais exploradas pela mídia nos últimos meses. Mas o foco excessivo na batalha dos quarterbacks, que ao final produziu o resultado óbvio, com Joe Flacco, que havia se saído bem pelo time na reta final da temporada de 2023, sendo eleito o titular, fez com que as pessoas não se aprofundassem nos motivos que criaram a fraca campanha da equipe no ano passado, produzindo análises preguiçosas que ainda apontam Cleveland como um dos piores times da liga, o que não acho que seja verdade.

Flacco, mesmo bastante limitado, é uma melhora em relação ao nível que os Browns receberam de seus quarterbacks no ano passado. E a defesa, que ganhou peças promissoras através do último draft, tem a mesma base da unidade que gerou uma campanha vitoriosa dois anos atrás.

É fácil para as pessoas se concentrarem na equipe decepcionante do ano passado e se esquecerem que, em 2023, os Browns tiveram uma campanha de 11 vitórias na NFL, indo aos playoffs. A divisão é bastante forte, e Cleveland provavelmente está atrás de seus adversários na AFC North, mas uma recuperação é esperada para a equipe, com um amálgama das temporadas 2023 e 2024 sendo um resultado mais provável do que a repetição da última temporada.

Indianapolis Colts

Os Colts terão um novo quarterback titular: o nada emocionante Daniel Jones. Embora Jones dificilmente seja um salvador, ele representa uma melhora gigantesca em relação a Anthony Richardson Sr., que não pareceu um quarterback viável de NFL em seus dois primeiros anos na liga. Richardson esteve presente em 11 jogos no último ano e foi péssimo, completando menos de 50% dos passes, com mais interceptações do que touchdowns. Ainda assim, os Colts, que haviam ganho 9 jogos em 2023, pioraram apenas uma vitória, terminando com 8 triunfos no último ano.

O trabalho do head coach Shane Steichen tem sido questionado, mas considerando o quão pouco talento ele teve à disposição em suas duas primeiras temporadas na equipe, suas campanhas foram, na verdade, bastante surpreendentes.

Nos Colts, Jones encontrará um cenário mais favorável do que teve na maior parte de sua passagem pelos Giants. A linha ofensiva de Indianapolis, embora tenha perdido peças importantes durante a última offseason, forneceu boa proteção aos quarterbacks da equipe no ano passado. O corpo de recebedores, com Michael Pittman Jr., Alec Pierce, Josh Downs e o tight end novato Tyler Warren, possui boa profundidade. Jones também contará com o suporte de um jogo terrestre que deve se manter acima da média, com o ótimo running back Jonathan Taylor. Já a defesa, que também recebeu reforços, tem boas peças, embora tenha sido abaixo da média contra o passe na última temporada.

Com um quarterback mais funcional, os Colts têm tudo para serem melhores do que no ano passado. O problema é que Daniel Jones carrega a imagem de um jogador limitado, o que pode levar o mercado e parte da mídia a subestimar as reais chances de Indianapolis em 2025.

Arizona Cardinals

Os Cardinals, que haviam ganho apenas 4 jogos em 2023 na NFL, melhoraram para 8 vitórias na última temporada, mas um diferencial de +21 sugere que o time se saiu ainda melhor do que isso.

Comandado pelo coordenador ofensivo Drew Petzing, o ataque foi o pilar da campanha do time no ano passado. Arizona teve um dos melhores ataques terrestres da liga, com médias de 144,2 jardas por jogo e 5,3 jardas por tentativa de corrida. O quarterback Kyler Murray, que disputou todos os jogos de uma temporada pela primeira vez na carreira, foi sólido como passador, terminando com rating de 93,5. A defesa, no entanto, limitou o potencial da equipe.

O ataque volta sem alterações em relação ao ano passado, enquanto os Cardinals concentraram esforços em reforçar a defesa. Entre as novidades estão o cornerback novato Will Johnson e o edge rusher Josh Sweat, campeão do último Super Bowl pelos Eagles e que já trabalhou com Jonathan Gannon, atual head coach dos Cardinals, nos tempos em que ele era coordenador defensivo da equipe da Filadélfia.

Com um ataque efetivo e uma defesa fortalecida, os Cardinals — que já tiveram o maior diferencial de pontos da divisão no ano passado — podem lutar pelo título da NFC West. Ainda assim, entrando na temporada, a mídia tem colocado a equipe atrás do renovado San Francisco 49ers e dos atuais campeões da divisão, os Los Angeles Rams, que constam na minha lista de possíveis decepções. Até mesmo os Seattle Seahawks, agora com Sam Darnold como quarterback, aparecem à frente de Arizona em alguns power rankings prévios da NFL.

Podem decepcionar na NFL

Buffalo Bills

Falei sobre o caso dos Bills de 2024 durante a minha série “Identificando Fraudes” aqui na Casa do Apostador, e entrando na temporada, os Bills estão sendo considerados como um dos favoritos à conquista do próximo Super Bowl, com mídia e torcedores bastante otimistas quanto às chances do time.

Os Bills do ano passado foram uma anomalia estatística, terminando com um saldo positivo de turnovers de +24, a maior marca da liga, com oito a mais do que o 2º colocado. Vocês já aprenderam na série “Identificando Fraudes” que, na NFL, turnovers são um dos quesitos mais voláteis e propensos à regressão. De fato, equipes nessa situação registram, em média, 2,5 vitórias a menos na temporada seguinte. O bom desempenho nos turnovers mascarou as deficiências dos Bills no ano passado, especialmente na defesa, que teve bastante dificuldade na contenção ao jogo aéreo.

Buffalo trouxe alguns reforços para a defesa, entre eles Joey Bosa, que sofreu com lesões no último ano, mas dificilmente contará com tanta sorte nos turnovers. Isso deve levar a uma queda de produção defensiva, mesmo que o elenco tenha mais talento disponível do que em 2024 — o que nem acredito que seja o caso, já que um dos reforços, o cornerback Tre’Davious White, apresentou declínio acentuado nos últimos anos e, assim como Bosa, teve dificuldade em se manter saudável.

O ataque também deve passar por regressão, já que o quarterback Josh Allen, eleito MVP na última temporada, vem de seu ano com menos interceptações na carreira (6). Allen é um ótimo quarterback, mas evitar turnovers nunca foi uma de suas principais qualidades, pois arrisca muitos passes, o que costuma gerar interceptações. Isso não mudou em 2024: 18,7% de seus passes foram classificados como “ruins”, taxa próxima à sua média de carreira (17,8). No entanto, apenas 1,2% desses passes resultaram em interceptações, bem abaixo da marca de 2,3% em sua carreira, que gerou média de 12 interceptações no ano.

Devido ao desempenho anormal nos turnovers, os Bills são um dos candidatos mais óbvios a passar por uma regressão nesta temporada da NFL, mas isso não é apontado pela mídia esportiva, que segue exaltando as qualidades do time.

Los Angeles Rams

É fácil entender os motivos pelos quais os Rams estão sendo apontados como uma forte equipe entrando na temporada. Eles venceram a divisão no ano passado, com uma campanha de 10-7 W/L, possuem um excelente head coach em Sean McVay, um quarterback com sucesso comprovado em Matthew Stafford e uma defesa jovem, que oscilou na última temporada, mas que possui boas expectativas de crescimento. A narrativa também é favorável, já que os Rams foram aos playoffs na última temporada e fizeram um duelo bastante disputado contra os Philadelphia Eagles, que conquistariam o Super Bowl algumas semanas depois.

Porém, nem tudo indica continuidade de sucesso. A offseason foi conturbada: Stafford lidou com problemas nas costas que limitaram atividades básicas, e o left tackle Alaric Jackson enfrentou coágulos sanguíneos — ambos estarão disponíveis para o início da temporada, mas os riscos de lesão seguem presentes. Além disso, o time não trouxe reforços significativos.

Outro ponto de atenção é o diferencial de pontos negativo da equipe (-19), mesmo com 10 vitórias, indicando que a sorte ajudou na campanha anterior. Sorte, como já discutimos, não se repete automaticamente. Com um quarterback envelhecido, poucas mudanças no elenco e uma divisão mais forte, os Rams têm grandes chances de decepcionar e podem nem repetir o desempenho de 2024 na NFL.

Washington Commanders

Conduzidos por um quarterback novato e com um novo coaching staff, chefiado por Dan Quinn, os Commanders foram a grande surpresa da última temporada, passando de apenas 4 vitórias em 2023 para 12 em 2024, e chegando até a final da NFC, onde acabaram derrotados pelos Philadelphia Eagles, que depois conquistaram o Super Bowl com uma vitória sobre os Chiefs. Equipes que melhoram muito de uma temporada para outra, porém, tendem a passar por uma regressão no ano seguinte, e, examinando os números dos Commanders na última temporada, vemos alguns indícios de queda.

O primeiro é o diferencial de pontos da equipe, que venceu 12 jogos, mas com um diferencial de apenas +94 — sólido, mas que normalmente não sustenta campanhas de 12 vitórias. Para efeito de comparação, os Denver Broncos, que tiveram 10 vitórias no último ano, registraram um diferencial de +114, enquanto os Tampa Bay Buccaneers, também com 10 vitórias, terminaram com +117.

Também existe a temida queda do segundo ano para quarterbacks que impressionaram como novatos. Vimos isso acontecer com C.J. Stroud no ano passado. Embora alguns quarterbacks evitem essa queda, ela é uma tendência real e ocorre porque as defesas passam a conhecer melhor o estilo de jogo do quarterback e o sistema em que ele está inserido. Kliff Kingsbury, coordenador ofensivo da equipe, fez um trabalho fantástico no último ano, mas é importante lembrar que, quando era head coach dos Cardinals, seus ataques pioraram a cada temporada.

Os Commanders fizeram boas adições no ataque, com as chegadas do wide receiver Deebo Samuel e do left tackle Laremy Tunsil, que podem evitar uma queda tão brusca de desempenho. No entanto, a defesa — que limitou o potencial do time no ano passado — embora também tenha recebido reforços, entre eles o veterano Von Miller, em declínio acentuado nos últimos anos, não parece ter melhorado o suficiente para elevar o patamar da equipe na NFL.

Kansas City Chiefs

PATRICK MAHOMES - NFL

Os Chiefs não estão sendo supervalorizados entrando nesta temporada da NFL. A mídia, de forma bastante cínica, tem apontado os problemas da equipe — os mesmos que foram ignorados antes do último Super Bowl, quando Kansas City era tratado como amplo favorito. A equipe venceu 15 jogos em 2024, mas não com autoridade: teve apenas o 5º maior diferencial de pontos da AFC, ficando atrás até de dois rivais de divisão, Chargers e Broncos.

Patrick Mahomes é um quarterback fantástico, e Andy Reid e Steve Spagnuolo são ótimos técnicos, mas os Chiefs vêm perdendo talento no elenco nos últimos anos. Na temporada passada, o grupo de recebedores era limitado e a linha ofensiva, problemática, resultando no maior número de sacks sofridos por Mahomes em sua carreira. Com Hollywood Brown saudável e o iminente retorno de Rashee Rice, Mahomes terá mais peças para trabalhar, enquanto a equipe buscou corrigir a OL ao selecionar o left tackle Josh Simmons na 1ª rodada do draft. Assim, o ataque deve dar um salto de produção este ano, mas a defesa parece estagnada: foi sólida em 2024, mas tem mais perfil de unidade mediana do que de elite.

Com Mahomes e Reid, os Chiefs continuarão fortes, mas a campanha do ano passado não refletiu a real qualidade do elenco, e uma queda é esperada, mesmo com algumas melhorias pontuais.

Gustavo Zambrano

#VoltaFut

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