Ministério do Esporte aponta apoio majoritário aos eSports nas apostas de quota fixa - Casa do Apostador
Casa do Apostador Carregando...
Ministério do Esporte aponta apoio majoritário aos eSports nas apostas de quota fixa
ter 15 abr/25

Ministério do Esporte aponta apoio majoritário aos eSports nas apostas de quota fixa


O Ministério do Esporte divulgou nesta semana o resultado da consulta pública sobre a inclusão dos esportes eletrônicos (eSports) na regulamentação das apostas de quota fixa. A iniciativa, conduzida pela Secretaria Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte (SNAEDE), buscou ouvir a sociedade civil, especialistas e demais interessados a respeito da proposta.

A consulta foi realizada entre os dias 17 de fevereiro e 5 de março na plataforma Participa + Brasil e contou com a participação de 65 pessoas. O principal questionamento era se as categorias de eSports não reconhecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) deveriam ser incluídas como modalidades elegíveis para apostas. A resposta foi amplamente favorável: 89,23% dos participantes disseram sim, enquanto apenas 10,76% foram contrários.

Entre as modalidades mais citadas como populares no país, o destaque ficou para CS:GO (90,7%), League of Legends (87%), Valorant (69,2%) e Free Fire (55,3%). Outros títulos como FIFA, Dota 2, Fortnite e E-Football também figuram entre os preferidos do público. Quando perguntados sobre quais modalidades deveriam ser permitidas nas apostas esportivas brasileiras, mesmo sem reconhecimento do COI, os entrevistados mantiveram a preferência por CS:GO e League of Legends (90,7%), seguidos por Valorant (87,69%) e Dota 2 (81,35%).

A pesquisa também abordou os critérios que deveriam nortear a inclusão de novas modalidades no sistema regulatório. Para 67,69% dos respondentes, o principal fator é a popularidade do jogo. Outros critérios mencionados foram a existência de regulamentação (60%), a realização de campeonatos mundiais (56%), o reconhecimento por entidades esportivas (33,84%) e o envolvimento direto das desenvolvedoras de jogos (29,23%). O reconhecimento pelo COI, embora relevante, apareceu com apenas 21,53% das menções.

Além disso, a consulta pública avaliou a percepção do público sobre quais e-Sports deveriam ser considerados modalidades olímpicas. League of Legends liderou com 93,8% de apoio, seguido por CS:GO (90,7%) e Valorant (78,4%). O secretário Giovanni Rocco Neto destacou a importância da iniciativa. “O mercado de e-Sports no Brasil está evoluindo rapidamente, impulsionado por investimentos crescentes e uma base de fãs em expansão, o que tem aumentado a popularidade dos jogos competitivos em todo o país. Através da Consulta Pública conseguimos identificar quais as modalidades são mais populares e praticadas no Brasil, com o objetivo de fortalecer, fomentar e impulsionar os e-Sports, seja em âmbito nacional, internacional e como preparação para os Primeiros Jogos Olímpicos a serem realizados na Arábia Saudita, em 2027. Tudo isso com proteção da integridade no âmbito das apostas esportivas”, afirmou.

O levantamento também traçou o perfil dos participantes da consulta. A faixa etária predominante foi de 25 a 29 anos (33,9%), seguida por pessoas com mais de 40 anos (26,78%) e entre 35 a 39 anos (23,21%). Em relação à escolaridade, 73,21% dos respondentes possuem ensino superior completo ou em andamento, sendo 25% com pós-graduação e 17,85% com mestrado. A proposta de regulamentação de apostas em e-Sports deve agora avançar com base nas contribuições recebidas, refletindo o interesse crescente por esse segmento no país e sua relevância dentro do mercado esportivo digital.

Opinião

Os números divulgados pelo Ministério do Esporte sobre a consulta pública para inclusão dos eSports nas apostas de quota fixa não surpreendem — ao menos, não quem já vive de perto essa realidade. Talvez soe impressionante para quem ainda enxerga os esportes eletrônicos como “joguinhos de videogame”, mas para quem acompanha o cenário de perto, os dados apenas confirmam uma percepção cada vez mais consolidada: os eSports já ocupam um espaço gigantesco no imaginário e no cotidiano de uma geração inteira.

A popularidade de títulos como CS:GO, League of Legends e Valorant reflete o que vemos nos palcos dos grandes campeonatos, nas transmissões que reúnem milhões de espectadores, nas redes sociais e no mercado que movimenta cifras bilionárias. Ignorar esse movimento é, no mínimo, subestimar o impacto cultural, econômico e social dos eSports. E, em muitos casos, trata-se mais de uma resistência conservadora do que de uma análise racional. Afinal, a evolução é inevitável — e não é de hoje que tanto os esportes tradicionais quanto os eSports também caminham lado a lado com o universo das apostas.

Se o futebol já está amplamente inserido nesse contexto, por que os eSports, que compartilham tantas características — paixão de torcidas, competição de alto nível, profissionalização e impacto midiático — estariam fora desse radar? O levantamento promovido pela SNAEDE não apenas legitima os eSports como modalidades dignas de regulamentação, como também serve como termômetro para quem ainda duvidava do tamanho desse fenômeno. Que bom que, aos poucos, as políticas públicas começam a enxergar o que milhões de jovens brasileiros já sabem há muito tempo: eSports são esportes. E vieram para ficar.

Sérgio Ricardo Jr

Deixe seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *