Sportradar: Brasil como País com Mais Jogos Suspeitos
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Sportradar aponta Brasil como país com mais jogos suspeitos em 2022
qui 23 mar/23

Sportradar aponta Brasil como país com mais jogos suspeitos em 2022


A manipulação de resultados está presente dentro dos esportes em escala global. E o Brasil, inclusive, está no topo da lista de países que mais tiveram jogos suspeitos no último ano, pelo menos é isso que aponta o relatório anual da Sportradar Integrity Services, empresa fornecedora global de soluções de integridade esportiva, que atualmente detém parceria ativa com diversas federações e ligas esportivas pelo mundo. Recentemente, a Sportradar e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), atual organizadora do futebol brasileiro, reafirmaram um acordo de cooperação sobre monitoramento de jogos e atividades suspeitas no país por mais três anos.

O principal sistema de monitoramento esportivo utilizado pela empresa Sportradar é o Sistema Universal de Detecção de Fraudes (UFDS) que, segundo a empresa de integridade esportiva, se trata de um mecanismo de monitoramento de esportes e apostas avaliado e verificado independentemente por especialistas reconhecidos na área das apostas esportivas e da integridade do esporte. O seu funcionamento acontece por meio de uma equipe global de especialistas em integridade esportiva, que analisa os padrões irregulares de esportes e apostas a fim de relatar qualquer atividade suspeita. O objetivo é minimizar os problemas de manipulação de resultados e outras atividades ilícitas no esporte.

Confira abaixo, na íntegra, uma reportagem do GE sobre as manipulações de resultados no futebol nacional em 2022:

Brasil é o país com mais jogos suspeitos de manipulação no mundo em 2022

O Brasil ocupa, com larga diferença, o primeiro lugar no mundo entre os países com mais jogos suspeitos de manipulação de resultados em 2022. É o que aponta relatório anual de integridade da Sportradar, empresa líder global em tecnologia esportiva, além de parceira da CBF, da Uefa e da Fifa.

Com exclusividade, o ge obteve acesso às principais informações do relatório sobre corrupção de apostas e manipulação de resultados da unidade de serviços de integridade da Sportradar.

Além da liderança do Brasil no ranking de países com mais jogos suspeitos — não só de futebol —, 2022 estabeleceu novo recorde de partidas duvidosas: 1.212. Aumento de 34% em relação a 2021.

Jogo suspeito é todo aquele que exibe evidências “esmagadoras” de viciação de resultados ou com indícios críveis de manipulação. A Sportradar afirma ter “limite alto” para essa classificação.

Apesar desse crescimento, 99,5% dos eventos esportivos estão “livres de viciação de resultados”, de acordo com a empresa. Nenhum esporte teve taxa superior a 1% de ocorrências questionáveis.

As partidas controversas foram identificadas em 12 esportes e em 92 países, de todos os continentes. A Sportradar monitora atualmente 850 mil jogos de 70 esportes no mundo.

Brasil no topo do ranking global

O Brasil foi o país que mais teve jogos suspeitos identificados no ano passado, com 152 episódios, sendo 139 no futebol (como revelado pelo “O Globo” em fevereiro). Os 152 representam 12% do total global. A Rússia vem em segundo lugar, com 92.

Quase metade (47%) de todas as partidas com possibilidade de terem tido o resultado manipulado se deu em 10 países. O futebol respondeu por 71,5% dos casos nesses países.

Brasil – 152

Rússia – 92

República Tcheca – 56

Cazaquistão – 43

China – 41

Grécia – 40

Argentina – 39

Filipinas – 37

Polônia – 36

Tailândia – 35

Futebol: esporte com mais casos

E o futebol foi em 2022, de novo, o esporte com o maior número de jogos suspeitos no mundo: 775, ou 63,9% do total.

Esses jogos acontecem principalmente em competições inferiores. No ano passado, 52% desses episódios no futebol ocorreram na terceira divisão nacional de cada país ou abaixo, como ligas regionais.

A cada 171 jogos de futebol monitorados, um foi considerado suspeito em 2022.

A média de partidas duvidosas em todos os esportes subiu. No ano passado era de uma a cada 475, contra uma a cada 545 em 2021.

O basquete, por exemplo, teve crescimento de aproximadamente 250% dos casos. O continente com o maior número no total é a Europa (630). Na sequência vêm Ásia (240) e América do Sul (225). A África registrou o maior aumento percentual, com 82%.

Do total de 1.212 jogos suspeitos no mundo todo no ano passado, em todos os esportes, 98% foram em competições masculinas.

Entidades esportivas e legisladores consideram manipulação de resultado como um “arranjo intencional, ato ou omissão que visa uma alteração indevida do resultado, ou do curso de uma competição esportiva, para eliminar a totalidade ou parte da imprevisibilidade da referida competição”, visando alguma vantagem indevida para si ou outra pessoa.

Foram aplicadas 169 sanções esportivas ou criminais em 2022 a suspeitos de trapaça ou desrespeito às leis, em 21 países diferentes, a partir dos serviços da Sportradar. Em 2021 foram 72 sanções.

— Nossa tecnologia nos permite monitorar mais jogos em um nível mais profundo, fornecendo informações mais detalhadas e precisas para ajudar nossos parceiros, clientes e a indústria esportiva em geral nos esforços para proteger os eventos esportivos da corrupção. Esperamos apoiar ainda mais federações esportivas e autoridades legais em 2023 — afirmou Andreas Krannich, Diretor Global da Sportradar Integrity Services.

Rodrigo Lois – Globo Esporte

Protagonismo indesejável

Durante a Copa do Mundo, muito se discutiu qual é o atual grau de protagonismo do futebol brasileiro em nível mundial. A Seleção Brasileira, assim como aconteceu nas Copas de 2006, 2010, 2014, 2018 e 2022, caiu diante de seleções europeias e o debate interno sobre a nossa situação diante do mundo se acentuou. Se em campo não somos mais os protagonistas do jogo, fora dele e por um motivo completamente indesejável, o Brasil voltou ao topo do mundo.

Liderar a lista de países com mais jogos com suspeitas de manipulação de resultados é um feito muito ruim para todos nós. E quando falo sobre todos nós, é sobre todos nós mesmo. Comunidade esportiva, governo, clubes, jogadores, técnicos, imprensa, apostadores, dentre outros. Creio que existe uma parcela de culpa em cada um dos setores que formam a comunidade brasileira de esportes nessa situação. Por omissão, ausência, ganância e inúmeros outros fatores, contribuímos para que a situação chegasse aonde chegou.

Não serei irresponsável como alguns outros jornalistas brasileiros, que jogaram a culpa da manipulação de resultados nos apostadores em geral, como se apenas o ato de apostar pudesse contribuir para a criação desse ambiente esportivo inseguro. Acredito que a contribuição dos apostadores, assim como de outras partes da comunidade esportiva, por exemplo, está em sermos omissos em diversos casos. Quem faz parte da comunidade já deve ter visto algum jogo bastante suspeito, alguma movimentação estranha, e simplesmente seguiu o ritmo do mercado ou não fez absolutamente nada.

Esse é o ponto que quero abordar. Será que não poderíamos ter feito mais? Será que clubes, jogadores ou qualquer outra pessoa que desconfiasse de algum jogo suspeito não poderia denunciar isso? E denunciar a quem? As casas de apostas? A polícia? Aqui entra a parcela de culpa governamental na história. Sem uma regulamentação, sem mecanismo e suporte para o segmento, ninguém sabe como proceder em casos suspeitos.

Ainda bem que existem empresas como a Sportradar agindo nos esportes nacionais. Sem a presença de empresas como essa, que detém tecnologia internacional de monitoramento, os casos poderiam ser ainda mais robustos. É claro que é muito constrangedor para todos nós vermos na imprensa algumas denúncias sobre manipulações de resultados no futebol brasileiro, inclusive dentro de campeonatos considerados de elite, como a Série B do Brasileirão. No entanto, enxergo esse constrangimento como necessário. Precisamos encarar o problema e agir para inibir e punir os criminosos. É fundamental proteger o esporte de todo esse ambiente inseguro que está criado.

A regulamentação pode resolver o problema? Talvez a regulamentação das apostas esportivas e a criação de leis próprias para a operação desse setor no país não resolva a onda crescente de manipulações de resultados por aqui. Sabemos que os criminosos não respeitam as leis e não temem ninguém. Contudo, como relatei anteriormente, uma regulamentação bem feita pode oferecer à comunidade alguns caminhos para denunciar esquemas, casos suspeitos e oferecer à sociedade uma forma de ajudar na proteção do esporte. Seria ingenuidade de qualquer pessoa acreditar que a regulamentação resolve todos os problemas que estão interligados com a indústria das apostas esportivas, mas certamente sem regras e leis bem definidas, que só podem vir por meio de uma regulação, o caminho para o crime se torna muito mais fácil. É justamente o que estamos vivenciando agora.

Escrito por Sérgio Ricardo Jr

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