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Senado deve eleger presidente, vice e relator da “CPI das Bets” nos próximos dias
sex 25 out/24

Senado deve eleger presidente, vice e relator da “CPI das Bets” nos próximos dias


A instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado Federal, que aconteceria na última sexta-feira, 25, foi adiada. A nova comissão tem como objetivo investigar o impacto das apostas online no orçamento das famílias brasileiras, além de analisar possíveis práticas ilícitas associadas a esse mercado. A instalação, que foi adiada por causa da ausência do senador Otto Alencar (PSD-BA), que presidiria a reunião, ainda não tem data para acontecer. Os senadores terão que eleger o presidente e o vice-presidente da CPI, além do relator da comissão. A criação da CPI foi proposta pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), por meio do requerimento RQS 680/2024, que contou com o apoio de outros 30 senadores, número superior ao mínimo necessário de 27 assinaturas para a abertura de uma CPI.

A comissão será composta por 11 membros titulares e 7 suplentes, e terá um prazo de 130 dias para a conclusão dos trabalhos, com um limite orçamentário de R$ 110 mil. Além de investigar a influência das apostas online nas finanças familiares, a comissão irá apurar possíveis conexões entre empresas de apostas e organizações criminosas, como a prática de lavagem de dinheiro. Outro ponto central será o uso de influenciadores digitais para promover essas plataformas, o que levanta preocupações sobre o papel dessas personalidades públicas na disseminação de práticas potencialmente prejudiciais.

Idealizadora da CPI, Soraya Thronicke também destacou a necessidade de examinar a possível evasão de divisas e o funcionamento dos softwares de apostas, que, segundo suspeitas, poderiam ser programados para garantir prejuízos aos usuários, ao mesmo tempo em que asseguram lucros exorbitantes às empresas. A senadora ressaltou ainda que o vício em jogos online é um problema silencioso, muitas vezes invisível, ao contrário de outros vícios mais notórios, como os de álcool ou drogas ilícitas.

Essa será a segunda comissão no Senado dedicada à investigação do setor de apostas. A primeira, a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, foi instalada em abril e teve seu prazo prorrogado até fevereiro de 2025. Presidida pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e com o ex-jogador Romário (PL-RJ) como relator, essa CPI está focada em denúncias de manipulação de resultados no futebol brasileiro, envolvendo jogadores, dirigentes e empresas de apostas.

Holofotes

Mais uma vez, os holofotes se voltam para o Senado com a instalação da “CPI das Bets”. E, sinceramente, não consigo evitar a sensação de que estamos diante de mais um espetáculo político com pouca chance de gerar resultados concretos. As Comissões Parlamentares de Inquérito, que em teoria deveriam ser instrumentos poderosos para fiscalizar e investigar temas de relevância nacional, muitas vezes se perdem em sua própria burocracia e em disputas internas, resultando em uma série de audiências intermináveis e pouco produtivas.

A CPI das Bets, assim como sua antecessora que supostamente investiga a manipulação de jogos de futebol, provavelmente vai caminhar para o mesmo destino. Enquanto os parlamentares debatem, levantam suspeitas e se expõem à mídia, o público brasileiro assiste de longe, sem grandes expectativas de que algo efetivamente mude. Infelizmente, essas comissões acabam servindo mais para dar visibilidade a figuras políticas que estavam afastadas do centro das discussões do que para promover melhorias significativas no país.

Claro, é importante respeitar o processo. A ideia de investigar as apostas e suas implicações no orçamento das famílias, além das possíveis ligações com atividades ilícitas, é, sem dúvida, válida. Existe, de fato, uma necessidade de entender melhor o impacto desse mercado e como ele afeta a sociedade. No entanto, a questão é: até que ponto a CPI será capaz de trazer algo de novo ou de resolver esses problemas?

A experiência com a CPI da Manipulação de Resultados no Futebol não nos dá motivos para sermos otimistas. Essa investigação, instalada em abril, já foi prorrogada e parece estar se arrastando sem grandes avanços. E agora, com a CPI das Bets, é difícil acreditar que o cenário será muito diferente. O que vemos são comissões que ganham espaço na mídia, mas que, na prática, pouco entregam ao país.

É triste admitir, mas a esperança de que a CPI das Bets desmistifique o mercado de apostas ou traga respostas reais é muito pequena. A expectativa é que, como tantas outras CPIs, ela acabe se estendendo sem foco, transformando-se em mais um exercício de retórica política sem soluções palpáveis para os problemas que prometeu investigar. Enquanto isso, o Brasil continua à espera de medidas realmente eficazes para lidar com os desafios sociais e econômicos de um mercado gigantesco.

Escrito por Sérgio Ricardo Jr.

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