Revista Veja detalha funcionamento das empresas que fazem monitoramento de apostas

A Revista Veja, considerada uma das mais populares do Brasil, publicou uma matéria recentemente contando sobre como tem sido feito o trabalho das empresas responsáveis pelo monitoramento de apostas no Brasil. A empresa jornalística deu enfoque no crescimento desse setor, mostrando números movimentados pela indústria, e também apontou alguns detalhes de como essas empresas de monitoramento tem agido na fiscalização dos eventos esportivos por aqui.
Confira abaixo, na íntegra, a matéria publicada na Veja:
Como trabalham os caçadores de fraudes nas apostas esportivas
O aumento do mercado de apostas esportivas no Brasil, cuja previsão é de movimentar até 15 bilhões de reais somente em 2022 — mais de sete vezes mais o valor de 2018, quando girava 2 bilhões –, faz crescer a preocupação com manipulação de resultados esportivos, como mostra reportagem de VEJA publicada na edição desta semana. Ainda mais num contexto onde a atividade ainda não é regulamentada pelo governo federal, o que dificulta a fiscalização de suspeitas de crimes no país.
Como resultado disso, entidades esportivas passaram a contratar serviços privados de empresas privadas e especialistas no monitoramento de fraudes. Exemplos delas são a Sportradar, que tem parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e a Stats Perform, que tem acordo parecido com a Federação Paulista de Futebol (FPF).
Essas empresas atuam com a ajuda de um sistema de monitoramento universal de apostas esportivas, que conta com um banco de dados com centenas de operadores globais e que permite a detecção de volumes incomuns de apostas online, contrariando as expectativas regulares, envolvendo jogos dos mais variados esportes.
Uma vez levantada a suspeita, os analistas buscam entender se a partida em questão tem lances suspeitos, como um gol contra peculiar ou um desempenho particularmente diferente de algum atleta. Se sustentada a suspeita, um relatório é enviado à entidade esportiva que organiza o campeonato, que por sua vez inicia sua apuração e reencaminha a denúncia à Polícia Civil, responsável por abrir o inquérito e investigar o caso.
A partir daí, se abrem duas possibilidades de punição. A administrativa, que pode chegar à suspensão do clube ou do atleta, e a penal, onde os envolvidos podem ser punidos criminalmente com base na legislação do Estatuto do Torcedor.
“A gente viu um aumento muito grande desse tipo de caso com o ‘boom’ recente das casas de aposta. O fato de não ter regulamentação, o volume de dinheiro ser muito grande e as apostas serem específicas facilita para o aliciador”, comenta o delegado Cesar Saad, titular da Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), que investiga os casos em São Paulo.
“Isso só aumenta a nossa necessidade de aperfeiçoar as ferramentas de investigação. Mas, ao menos em São Paulo, temos uma parceria com a FPF que fortalece a prevenção e a transparência”, garante o delegado.
Escrito por Diogo Magri (Revista VEJA)
Papel da imprensa
Confesso que não me empolgo tanto com algumas determinadas abordagens da imprensa brasileira aos assuntos voltados à indústria das apostas esportivas no Brasil. Alguns setores da nossa mídia seguem muito restritos ao nível básico de informação sobre o nosso meio e, em alguns momentos, utilizam termos e vieses informativos que mais atrapalham do ajudam o público na compreensão do que são as apostas esportivas como um todo.
Contudo, como jornalista eu tenho consciência de que não é papel da imprensa ajudar nenhum tipo de setor industrial. O papel da imprensa, como bem sabemos, é informar a sociedade aquilo que é relevante. Portanto, não podemos simplesmente exigir de nenhum órgão de imprensa que adote uma postura informativa benéfica ao setor das apostas no Brasil.
Dito isso, acredito que é importante termos alguns veículos de mídia muito populares, como é a Veja, noticiando a existência e a funcionalidade de um setor vital para a indústria das apostas esportivas, que é a fiscalização do esporte. Sabemos que vivemos uma crescente onda de manipulações e tentativas de manipulações no futebol como um todo, incluindo o Brasil. Com isso, acredito que seja vital mostrar ao público como as empresas sérias e com credibilidade, como a Sportradar, agem para coibir esse tipo de crime.
A imprensa pode ser uma forte aliada na popularização das apostas esportivas no Brasil, principalmente se estiver disposta a realmente mostrar as coisas boas da indústria, que fomenta milhões de empregos pelo mundo e transforma a realidade de tantas pessoas diariamente. É importante mostrar as coisas ruins e os impactos negativos, mas também é fundamental ter compromisso com a verdade e contar ao público como são realizadas as operações de acompanhamento dos jogos. A indústria das apostas não é terra de ninguém, como muitos pensam. Existem trabalhos sérios e precisos no background para manter a lisura de todos os processos que envolvem essa indústria.
Escrito por Sérgio Ricardo Jr
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