Itália é pressionada a rever proibição da publicidade de jogos e apostas
A Associação Europeia de Jogos e Apostas (EGBA) lançou um apelo à Itália para que o país reveja sua proibição abrangente de publicidade relacionada a jogos e apostas, em uma tentativa de conter a proliferação do mercado ilegal na região. O pedido surge na sequência de um alarmante relatório recentemente divulgado pelo jornal italiano La Gazzetta dello Sport, que revelou que os apostadores italianos desembolsam um impressionante montante de 25 bilhões de euros anualmente em sites de apostas não regulamentados.
O estudo divulgado pelo La Gazzetta dello Sport estima que o impacto desse desvio de aplicação de dinheiro no mercado ilegal de jogos e apostas é notável, pois resulta em uma perda substancial de receita bruta advinda desse setor para a Itália. Estima-se que o valor dessa receita perdida atinge quase 1 bilhão de euros a cada ano, um valor que se compara às receitas combinadas de oito países da União Europeia, incluindo Croácia, Chipre, Estónia, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta e Eslovénia.
Embora a Agência Italiana de Alfândegas e Monopólios (ADM) tenha implementado ações rigorosas para bloquear sites não licenciados, com mais de 9.800 dessas plataformas bloqueadas apenas este ano, a EGBA expressa sua preocupação com o número significativo de apostadores italianos que continuam a recorrer a esses sites, especialmente aqueles localizados fora da União Europeia. Esses sites não oferecem garantias de proteção ao consumidor, deixando os jogadores mais vulneráveis a possíveis riscos.
Educar consumidores
Diante disso, a EGBA tem instigado as autoridades italianas a fazerem mais para educar os consumidores sobre os perigos associados ao uso de sites não licenciados. Uma das propostas da EGBA envolve a revisão da proibição total de publicidade de jogos e apostas na Itália, que atualmente abrange todas as formas de anúncios relacionados a jogos. A associação argumenta que a falta de conhecimento sobre as opções de operadores licenciados pode estar contribuindo para as altas taxas de participação no mercado ilegal.
Maarten Haijer, secretário-geral da EGBA, destacou a necessidade de ação, afirmando: “O tamanho significativo do mercado ilegal online italiano é preocupante, mas não é surpreendente, dado que a Itália tem um dos regimes de publicidade mais rigorosos da Europa para suas empresas de jogo licenciadas. A proibição do país de publicidade a operadores de jogos licenciados está claramente a favorecer o mercado ilegal. Sem um nível suficiente de publicidade, não existe uma forma real de os italianos saberem a diferença entre um site de jogos licenciado na Itália – e que aplica as regras de defesa do consumidor do país – e outro que não é. É evidente que as medidas coercivas contra os operadores do mercado ilegal não são suficientes. O governo precisa rever suas regras de publicidade para jogos de azar para garantir que os cidadãos italianos possam estar bem informados sobre os sites licenciados no país“, argumentou Haijer.
Além disso, o relatório divulgado pelo La Gazzetta dello Sport coincide com um momento delicado para a seleção nacional de futebol italiana. Vários jogadores estão enfrentando acusações relacionadas a apostas em jogos de futebol, incluindo o jogador da Juventus, Nicolò Fagioli, que recentemente recebeu uma suspensão de sete meses por suas atividades de apostas em um site de jogos não licenciado. Outros jogadores da seleção italiana, como Sandro Tonali (Newcastle United) e Nicolo Zaniolo (Aston Villa), também estão sob investigação e foram afastados da equipe nacional. A Federação Italiana de Futebol (FIGC) estipula que atletas que apostem no esporte podem enfrentar proibições de até três anos, destacando a seriedade dessas acusações.
Mesmo barco
O recente apelo da Associação Europeia de Jogos e Apostas (EGBA) à revisão da proibição de publicidade de jogos e apostas na Itália destaca um problema que não é exclusivo dos italianos, mas que afeta muitas outras nações em todo o mundo. A questão da regulamentação e do combate ao mercado ilegal de apostas é um desafio complexo, com implicações reais para a economia dos países, e que coloca diversas nações dentro de um mesmo barco.
O relatório revelado pelo jornal italiano La Gazzetta dello Sport revelou que os jogadores italianos gastam uma quantia extraordinária de 25 bilhões de euros por ano em sites de apostas não licenciados, número que impressiona e ilustra a magnitude do problema. O mercado ilegal não apenas priva o governo de receitas significativas, mas também coloca os apostadores em risco, uma vez que esses sites frequentemente operam sem regulamentação e proteção ao consumidor.
A resposta encontrada pelos legisladores a fim de conter o crescimento do mercado ilegal não tem sido suficiente para combater esse fenômeno em expansão. A EGBA levanta uma questão crucial ao apelar para que as autoridades italianas revejam a proibição geral de publicidade de jogos e apostas no país. De acordo com a entidade, a falta de conhecimento sobre operadores licenciados pode estar levando muitos jogadores a recorrer a sites do mercado ilegal. A organização entende que uma publicidade restrita e regulamentada pode ser uma maneira de direcionar os jogadores para sites licenciados, onde existem medidas de proteção e regulamentação adequadas.
A verdade é que a situação italiana não é muito diferente do cenário vivido em quase todos os países do mundo. Algumas regiões conseguiram contornar esse problema melhor que outras, mas o elefante na sala segue sendo o mesmo. Os únicos países que ainda não enfrentam problemas com o mercado ilegal de jogos e apostas são justamente aqueles que ainda não regulamentaram a atividade, como o Brasil, que tem sido avisado constantemente dos riscos que corre caso opte por uma regulamentação muito restritiva.
Escrito por Sérgio Ricardo Jr
1 comentário
Boa tarde, acredito que a regulamentação vai quebrar várias paradigmas no Brasil, mais também vai causar vários percausos.