
Homem processa Bet365 após perder milhares de dólares com apostas
Os problemas com apostas podem ser muito sérios e devem ser respeitados. Um apostador do Reino Unido, chamado Vayuputra Anirudh Thotapalli, processou a casa de apostas Bet365 após perder milhares de dólares dentro do site de apostas. Na véspera do Natal, o apostador chegou a realizar 162 apostas em uma mesma noite, mas nenhum mecanismo de monitoramento de jogadores problemáticos foi acionado pela empresa de apostas, segundo o homem. A falta de proteção oferecida pela casa foi o motivo do processo.
Segundo informações do site Gambling News, responsável por publicar a história do apostador Vayuputra Anirudh Thotapalli, a Bet365 rejeitou todas as acusações e afirmou que realizou todos os procedimentos necessários para identificar possíveis problemas de compulsão nas ações de Vayuputra. A empresa alega que nunca foi informada pelo apostador sobre os seus problemas com jogo e que Vayuputra teria afirmado estar no controle das suas ações em todos os contatos realizados pela empresa.
Confira abaixo, na íntegra, a história do apostador britânico contada pelo site Gambling News:
Jogador faz 162 apostas em uma noite e processa Bet365 depois
O jogo problemático pode ter consequências terríveis para as finanças e, às vezes, até para a vida das pessoas viciadas na atividade. As perdas no jogo também representam um fardo financeiro para as famílias, visto que alguns jogadores compulsivos não compartilham detalhes sobre suas perdas com seus entes queridos até que acumulem dívidas enormes. E embora, em geral, os operadores precisem aderir a práticas de jogo responsáveis e se envolver com os clientes que mostram sinais de jogo problemático, alguns apostadores ainda podem perder milhares antes de serem interrompidos.
Um jogador no Reino Unido perdeu centenas de milhares de dólares em menos de um ano antes de ser parado. No entanto, apesar do apostador apostar 162 vezes na véspera de Natal, a empresa de jogos de azar que prestava seus serviços, a Bet365, rejeitou as alegações de que o homem era um jogador compulsivo, revela um relatório divulgado pelo The Telegraph.
O homem, Vayuputra Anirudh Thotapalli, afirmou que perdeu cerca de £ 300.000 em jogos de azar. Isso aconteceu há vários anos, entre 3 de fevereiro de 2015 e 10 de março de 2016. Em uma ocasião, véspera de Natal, Thotapalli supostamente fez 162 apostas. O homem também afirmou que perdeu ainda mais em diferentes ocasiões, incluindo fazer mais de 30 apostas por dia durante 33 dias.
Entre as alegações de Thotapalli está a de que o Bet365 levou dois meses antes de solicitar documentos relacionados à sua fonte de renda. O homem disse que abriu sua conta e começou a jogar, o que resultou em uma perda de £ 46.907 antes de ser solicitado a mostrar comprovante de renda em abril de 2015.
A casa de apostas se envolveu com o cliente em várias ocasiões
No final das contas, o homem acusa o operador de não protegê-lo e seu caso no Tribunal Superior pode atrair a atenção de outros jogadores que perderam grandes somas de dinheiro. Espera-se que o julgamento do caso comece em breve, enquanto as partes envolvidas trocarão depoimentos de testemunhas até 15 de setembro de 2023.
A operadora de jogos de azar rejeitou as declarações do jogador e confirmou que “envolveu-se repetidamente” com Thotapalli para garantir que ele não fosse um jogador problemático. A Bet365 disse que enviou uma consulta de autoavaliação para Thotapalli várias semanas depois que ele abriu sua conta de jogo. As perguntas que ele respondeu incluíam “Você joga até seu último centavo acabar, mesmo a passagem para casa ou o custo de uma xícara de chá?”
Além disso, a empresa de apostas disse que abordou Thotapalli por telefone para garantir que as respostas que ele enviou estivessem corretas. A empresa também afirmou: “ Em nenhum momento o reclamante informou à bet365 que ele era um jogador compulsivo. Em vez disso, ele confirmou positivamente à bet365 que estava no controle de seu jogo e foi aprovado no RGSA em pelo menos quatro ocasiões.
Os detalhes do caso ocorrem em meio a mudanças regulatórias planejadas para o mercado de jogos de azar no país. Entre as mudanças consideradas está um limite reduzido para verificações financeiras e limites para apostas online por rodada para slots.
Seriedade
Imagino que esse artigo deva ter alguns comentários engraçados ao ser publicado, principalmente porque os apostadores não costumam levar a sério a pauta sobre jogo responsável. O vício, do ponto de vista do viciado, não tem nada de cômico. Quem não tem problema com apostas talvez jamais entenda isso, e isso pode até ser algo natural, mas histórias assim são importantes para refletirmos sobre as dores e os prazeres das apostas.
Apostar é bom, ganhar é ainda melhor, as perdas fazem parte do processo, mas os problemas com apostas são devastadores. Todas essas sensações podem ser vivenciadas por quem decide apostar, e não podemos nunca negar que a linha que separa essas dores e prazeres é muito tênue. Depois de longos anos na estrada, acho que finalmente posso afirmar que ter controle emocional e saber lidar com as apostas é a maior dificuldade de uma pessoa que decide apostar.
É lógico que a parte técnica ainda é definitiva no caminho que separa os bons dos maus apostadores, mas entender os riscos da constante exposição de dinheiro dentro do mercado, além de saber gerenciar isso, ainda é um problema para a maioria das pessoas, independente do nível técnico que ela consiga atingir. A história de Vayuputra Anirudh Thotapalli, contada pelo Gambling News, parece ser muito interessante e única, mas se trata apenas de um caso que teve exposição pública. Há muitos outros que acontecem nos bastidores da relação entre pessoas e casas de apostas que jamais saberemos.
Não quero entrar no debate sobre quem está certo na história, principalmente porque eu não vejo ninguém com razão nesse caso. Os apostadores problemáticos não são classificados dessa forma por agirem dentro da normalidade. E talvez esse seja um ponto crucial do debate sobre o jogo responsável e o papel das casas de apostas em sua promoção. Será mesmo que os sites deveriam acreditar fielmente na resposta de um usuário sobre estar no controle das suas ações? Será que as empresas não deveriam tentar uma outra abordagem? O grande ponto do debate entre Vayuputra e a Bet365, nesse caso, me parece ser que apenas um dos lados estava saudável para tomar uma decisão. E não era o lado do apostador.
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Escrito por Sérgio Ricardo Jr