Operadoras de apostas rebatem críticas em carta aberta aos brasileiros - Casa do Apostador
Casa do Apostador Carregando...
Operadoras de apostas rebatem críticas em carta aberta aos brasileiros
seg 23 set/24

Operadoras de apostas rebatem críticas em carta aberta aos brasileiros


Em meio aos debates acalorados sobre o impacto das apostas esportivas no Brasil, cinco grandes instituições representantes de operadoras do setor publicaram uma carta aberta à nação brasileira. O documento busca desmistificar algumas imputações que têm sido feitas por diversos setores econômicos do país sobre as apostas. A carta também reforça o compromisso das empresas com a regulamentação do setor, que deve entrar em vigor em janeiro de 2025.

Segundo as operadoras, regras mais claras e punições mais severas para práticas irregulares são essenciais para garantir a segurança e a integridade do mercado. As operadoras argumentam que os dados indicam um crescimento do consumo no país, contrariando a ideia de que as apostas estariam prejudicando a economia das famílias. Além disso, elas destacam que o público-alvo das plataformas de apostas está concentrado nas classes B e C, e que os casos de vício em apostas são raros.

Confira abaixo, na íntegra, a carta aberta publicada pelos representantes do setor:

Carta aberta das operadoras de apostas esportivas e jogos online à nação brasileira

 “O Brasil vive, desde o início de 2023, um momento histórico por meio da regulamentação de uma nova indústria, a de apostas esportivas e jogos on-line. Nos últimos meses, diversos setores da economia têm demonstrado preocupações, muitas vezes precipitadas, sobre eventuais impactos desses serviços de entretenimento sobre a população.

 Por isso, as operadoras que subscrevem a presente Carta Aberta à Nação Brasileira vêm esclarecer alguns pontos e manifestar o seu compromisso com a proteção dos consumidores, a transparência e o combate a quaisquer práticas nocivas.

 Faz-se necessário, primeiramente, afastar informações que têm sido divulgadas de forma especulativa acerca do mercado. De 2019 até agora, o Brasil possui, infelizmente, um setor sem qualquer regulamentação, cujo processo em andamento só será concluído no final deste ano.

 Essa lacuna regulatória viabilizou a chegada de empresas sérias, com longa e sólida trajetória no mercado internacional, mas também de casas de apostas aventureiras e sem compromisso com integridade e responsabilidade.

 Não procedem, no entanto, quaisquer afirmações de que a indústria de apostas é a responsável por uma suposta redução de consumo dos brasileiros ou aumento do nível de endividamento. Tal inferência, inclusive, não encontra respaldo factual.

 Os dados divulgados esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, só no segundo trimestre deste ano, o consumo das famílias avançou 1,3% em relação ao primeiro trimestre do ano e impressionantes 4,9% na comparação com igual período de 2023. Ou seja, os brasileiros não estão deixando de consumir para apostar. 

Uma das pesquisas divulgadas recentemente apontou uma média de 1,38% de utilização do orçamento doméstico, por apostadores dos estratos sociais D e E, com apostas. A indústria que atua de forma séria no país não reconhece essas camadas sociais como seu principal público consumidor, que se concentra mais nos perfis B e C. Portanto, pessoas mais vulneráveis financeiramente, ainda que estejam presentes no universo de apostadores, representam ínfima parcela.

 A indústria, porém, não fecha os olhos para os lamentáveis casos reais, que têm sido veiculados, de compulsão, ainda que raros. Por isso, as casas de apostas que assinam esta Carta vêm reafirmar que estão comprometidas com um ambiente regulado, íntegro e responsável, sendo totalmente contrárias a quaisquer ferramentas ou peças de divulgação que induzam o apostador a um comportamento compulsivo ou a promessas de dinheiro fácil.

 Como uma das formas de demonstrar esse comprometimento, as operadoras estão organizando campanhas de conscientização e educação para os apostadores, reiterando a mensagem de que os jogos on-line e as apostas esportivas devem ser considerados formas de entretenimento e não fonte de renda.

 Trabalhar contra a regulamentação é o mesmo que apoiar a permanência no país de sites ilegais, sem a menor preocupação com as boas regras do mercado regulado. Significa empoderar aqueles contra os quais luta o governo, lutam as empresas sérias e deve lutar a sociedade.

 Por fim, as empresas manifestam a certeza de que, a partir de 1º de janeiro de 2025, com a entrada em vigor do mercado regulamentado, o Brasil passará a ter um ambiente seguro para as apostas, com regras claras e medidas punitivas para aqueles que desrespeitarem o principal foco das operações: o consumidor.

 Assinam a carta: 

Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL)

Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL)

Associação Internacional de Gaming (AIGaming)

Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (Abradie)

Associação em Defesa da Integridade, Direitos e Deveres nos Jogos e Apostas (Adeja)

 

Ataque e defesa 

O debate sobre o impacto das apostas esportivas no Brasil tem ganhado intensidade, com críticas severas e insinuações perigosas. A recente carta aberta das operadoras de apostas ao povo brasileiro revela um cenário em que o setor tenta se defender de acusações que, em alguns momentos, parecem coordenadas. Os ataques às apostas são frequentes e muitas vezes generalizam os problemas, ignorando nuances importantes. Nesse jogo de ataque e defesa, o que se percebe é a falta de maturidade no diálogo entre os setores envolvidos, seja o financeiro ou o varejista.

É compreensível que as operadoras de apostas se defendam, afinal, o setor tem sido visto como uma ameaça por diferentes atores econômicos. No entanto, as críticas não se limitam a prejuízos concretos, mas envolvem questões morais e sociais. A reação das empresas de apostas, ao destacar dados que contradizem algumas das acusações, é uma tentativa clara de controlar a narrativa e proteger sua imagem. Contudo, a demora que tivemos na construção de uma regulamentação firme permitiu a proliferação de operadores irresponsáveis, o que alimenta ainda mais as preocupações de outros setores.

O ponto mais evidente é que essa troca de farpas não beneficia ninguém. A indústria das apostas busca legitimação, mas o conflito constante com outros setores só prolonga a desconfiança. A falta de um consenso impede que o mercado evolua de forma saudável e que o público tenha clareza sobre os reais impactos desse setor. Enquanto as partes não encontrarem formas de coexistir de maneira madura e colaborativa, o embate seguirá, prolongando um ciclo que não leva a lugar nenhum. 

Escrito por Sérgio Ricardo Jr

Deixe seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News.
vip

Inscreva-se gratuitamente e receba conteúdo profissional e esclusivo por e-mail!