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Operação Penalidade Máxima segue ativa e investiga mais jogos suspeitos no Brasileirão
sex 01 dez/23

Operação Penalidade Máxima segue ativa e investiga mais jogos suspeitos no Brasileirão


O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deu continuidade à Operação Penalidade Máxima nesta última terça-feira, 28, desencadeando a terceira fase da operação, que age com o intuito de desmantelar um esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro. O atual foco do MP-GO está voltado para a investigação de alguns novos jogos suspeitos que entraram no radar das autoridades após apurações nas fases anteriores da operação. Entre essas partidas, está a vitória do Avaí por 2 a 1 diante do Flamengo, partida que aconteceu nas rodadas finais da última edição do Campeonato Brasileiro.

Sob a coordenação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a terceira fase da Operação Penalidade Máxima contou com o apoio estratégico da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), da Polícia Militar de Goiás, do Cyber Gaeco do Ministério Público de São Paulo e dos Gaecos dos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rio de Janeiro. A ação abrangeu o cumprimento de mandados de busca e apreensão em oito cidades distribuídas por cinco estados brasileiros.

A Operação Penalidade Máxima, que tem como objetivo desvendar possíveis condutas ilícitas relacionadas à manipulação de resultados no futebol, tem acontecido desde o final de 2022 e já resultou em prisões de aliciadores, além de condenações e banimentos de jogadores profissionais. Entre os sete jogos sob investigação nesta nova fase, destaca-se o confronto entre Flamengo e Avaí, válido pelo Campeonato Brasileiro de 2022, que terminou com a vitória dos catarinenses por 2 a 1.

Mandados e acusações

Nesta fase, os mandados executados pelo MP-GO foram expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores, e resultaram em dez ações de busca e apreensão em cidades como Goiânia (GO), Bataguassu (MS), Campina Grande (PB), Nilópolis (RJ), Santana do Parnaíba (SP), São Paulo (SP), Volta Redonda (RJ) e Votuporanga (SP).

O foco da investigação do Ministério Público, como alertado, está em buscar esclarecer condutas que podem caracterizar a ação de organizações criminosas para fraudar resultados de partidas de futebol, crimes previstos na Lei nº 12.850/13 e nos arts. 198 e 199 da Lei Geral do Esporte. Os criminosos são acusados de aliciar atletas com o objetivo de manipular resultados em jogos do Brasileirão e de Estaduais, oferecendo incentivos financeiros para a prática de ações que favoreçam apostadores vinculados à quadrilha.

Dentre os jogos investigados nesta terceira etapa da Operação Penalidade Máxima, destacam-se não apenas confrontos do Brasileirão, como Avaí x Flamengo, mas também partidas da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022, como Náutico x Sampaio Corrêa e Náutico x Criciúma. Além disso, jogos de campeonatos estaduais de 2023 estão sob escrutínio, como Goiânia x Aparecidense, Goiás x Goiânia (Goiano), Nacional x Auto Esporte e Sousa x Auto Esporte (Paraibano).

Até o momento, o Ministério Público não divulgou detalhes específicos das ações em cada partida e nem mencionou jogadores supostamente envolvidos no esquema. Vale ressaltar que jogadores implicados em casos anteriores já foram alvo de punições desportivas, incluindo multas, suspensões e até banimentos do esporte em nível mundial. A tendência é que as investigações realizadas nesta terceira fase da operação resultem em novas prisões e punições aos envolvidos.

 Muita coisa errada

 A terceira fase da Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás, nos relembra que ainda existem muitas coisas sombrias que não foram descobertas no âmbito da ação de quadrilhas na manipulação de jogos no país. Nesta fase, que novamente investiga jogos do Campeonato Brasileiro de 2022, a operação evidencia que muita coisa errada aconteceu e provavelmente segue acontecendo neste sentido no Brasil nos últimos meses.

Como sempre costumo frisar ao abordar esse assunto, esse tipo de investigação que tem sido muito bem feita pelo MP-GO tem um nível de complexidade muito elevado, principalmente quando nos deparamos com uma ação criminosa que estabeleceu uma rede de subornos e aliciamento de atletas muito extensa. A dificuldade em desvendar esse emaranhado de problemas já havia sido destacada em artigos anteriores aqui na Casa do Apostador, quando relatei que o buraco sobre esse assunto era muito mais profundo do que as pessoas imaginavam

Agora, com os desdobramentos da Operação Penalidade Máxima, constatamos que a realidade é ainda mais opaca do que inicialmente se presumia. O desafio das autoridades brasileiras é considerável. Levar esse assunto adiante vai exigir um esforço coletivo muito grande. Porém, a boa notícia é que isso parece estar sendo feito e que a terceira fase da operação pode não ser a última. Entendo como crucial que as autoridades persistam na busca pela verdade, desvendando cada faceta desse problema lamentavelmente enraizado no futebol brasileiro.

 

Escrito por Sérgio Ricardo Jr

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