Nottingham Forest: Polêmica com Patrocínio nas Apostas
Casa do Apostador Carregando...
Nottingham Forest causa polêmica ao tentar esconder patrocínio de casa de apostas
seg 04 set/23

Nottingham Forest causa polêmica ao tentar esconder patrocínio de casa de apostas


O Nottingham Forest fechou recentemente um acordo de patrocínio com a empresa Kaiyun Sports, especializada em apostas esportivas com forte atuação na China. O acordo de dois anos causou polêmica, pois a casa de apostas não está presente na Inglaterra e nem foi formalmente anunciada como uma empresa de apostas pelo clube. A polêmica acontece justamente após a Premier League definir a proibição de patrocínios envolvendo empresas de apostas a partir da temporada 2026/2027. Embora o clube não tenha divulgado os valores do contrato, a parceria já se reflete na camisa do Nottingham Forest e em placas de propaganda em mandarim no estádio City Ground. Esta é a primeira vez que o clube adota um patrocinador máster desde seu retorno à Premier League.

 

Confira abaixo, na íntegra, uma matéria do GE com todos os detalhes da situação:

 

Nottingham Forest fecha patrocínio com casa de apostas e gera questões

 

O Nottingham Forest, atual clube de Andrey Santos, Danilo e Felipe — e futuro de Murilo —, anunciou nesta quarta-feira acordo de patrocínio master com a empresa Kaiyun Sports, por dois anos. Trata-se de uma plataforma de apostas esportivas. O clube inglês não divulgou valores do acordo.

 

A Kaiyun Sports faz a operação de apostas esportivas na Ásia. Ela não tem site em funcionamento no Reino Unido. No comunicado, o Nottingham Forest não menciona que o principal negócio da empresa é esse mercado de apostas, apenas a classifica como “uma plataforma digital líder em esportes”.

 

— Estamos ansiosos para trabalhar com a Kaiyun Sports em um número animador de ativações e iniciativas para engajar nova e existentes audiências na Ásia e pelo mundo — declarou um porta-voz do Nottingham Forest.

 

Essa empresa também tem parceria com grandes clubes da Europa, como Real Madrid e Inter de Milão.

 

O time do Nottingham Forest usou a marca do novo patrocinador na camisa no jogo desta quarta-feira contra o Burnley, pela Copa da Liga Inglesa (derrota por 1 a 0). O estádio City Ground também contou com placas com propaganda em mandarim.

 

Apesar das apostas serem bastante populares na China, o mercado do jogo de azar é ilegal no país. Só há duas formas permitidas, as duas loterias autorizadas pelo governo. A Kaiyun Sports seria sediada em Hong Kong, com registro nas Ilhas Virgens Britânicas.

 

Esse é o primeiro patrocinador master (com destaque central no uniforme) do Nottingham Forest desde que o clube conseguiu voltar à Premier League, na temporada passada, após 23 anos distante. Em 2022/23, houve um acordo em dezembro para a exibição da logo da Agência de Refugiados da ONU (ACNUR).

 

Vale lembrar que, em abril, os clubes da Premier League aprovaram a proibição de patrocínios de casas de apostas da frente das camisas. Porém, a mudança só será para valer na temporada 2026/27.

 

Especialistas analisam situação

 

Especialistas em marketing consultados pelo ge analisaram a situação do Forest.

 

– É natural uma empresa ou segmento, que tem na audiência de esportes grande parte de seu público alvo, investir em patrocínio que impacte essas pessoas. O poder econômico das casas de apostas trouxe para os clubes contratos muito relevantes, tanto que dominaram as camisas em diversas ligas, subindo a barra de preço sensivelmente. Isso também aconteceu com o segmento cripto, aliás – opinou Armênio Neto, especialista em negócios do esporte.

 

– Muitas vezes, as empresas operadoras de apostas também atuam em outros segmentos do entretenimento ligado ao esporte e tecnologia, dificultando o enquadramento como “casa de aposta” e possibilitando que brechas legislativas sejam exploradas. A título de comparação, a regulamentação que se desenha no Brasil atualmente já está atenta a essas situação, proibindo expressamente o patrocínio de clubes por parte de empresas não regulamentadas no Brasil, independente se tais empresas estão ou não devidamente regulamentadas em seu país de origem – explicou Eduardo Diamante Teixeira, advogado especializado em direito desportivo e sócio do Carlezzo Advogados.

 

Papelão

 

A atitude do Nottingham Forest de tentar “esconder” a verdadeira natureza de seu novo patrocinador, a empresa Kaiyun Sports, que é claramente uma casa de apostas, é desnecessária e contraproducente. Esta ação levanta questões sobre a transparência e a ética da administração do clube, especialmente considerando que a Premier League ainda permite acordos com marcas de apostas esportivas até a temporada 2026/2027. O time não precisa recorrer a estratégias de dissimulação quando se trata de algo que é de conhecimento público.

 

Primeiramente, é importante reconhecer que a indústria de apostas esportivas é uma parte legítima e crescente do mundo esportivo. Muitos clubes em todo o mundo têm acordos de patrocínio com casas de apostas, e isso não é necessariamente prejudicial. No entanto, tentar mascarar a verdadeira natureza do patrocínio como uma “plataforma digital líder em esportes” é desnecessário e até mesmo prejudicial à reputação do clube.

 

Em segundo lugar, o Nottingham Forest passa vergonha ao tentar iludir a imprensa e seus próprios torcedores. A honestidade é sempre a melhor solução, e os fãs merecem ser tratados com respeito e transparência. Tentar esconder a natureza do patrocínio só prejudica a confiança dos torcedores no clube e na gestão. O Nottingham Forest deveria agir com responsabilidade e não tentar contornar as regras ou mascarar a natureza de seu mais novo acordo de patrocínio.

 

Enquanto a polêmica sobre a Kaiyun Sports não estar presente na Inglaterra, nós já debatemos isso aqui na Casa do Apostador. Aliás, o poder de entrega da Premier League em relação aos patrocínios envolvendo casas de apostas foi justamente o ponto mais lamentado pela indústria quando soube das proibições da liga a partir da temporada 2026/2027. Essa estratégia é comum, principalmente por empresas que desejam “entrar” em países que não possuem licença de atuação. É claro que esse tipo de postura provoca debate, e acho natural que isso aconteça. Agora, o papelão promovido pelo Nottingham Forest de tentar esconder um elefante dentro de uma sala não é maneiro, e isso eu jamais vou entender.

 

Faça parte da minha lista Vip e receba conteúdos profissionais e exclusivos de apostas esportivas.

Escrito por Sérgio Ricardo Jr

Deixe seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News.
vip

Inscreva-se gratuitamente e receba conteúdo profissional e esclusivo por e-mail!