MLS permite retorno de jogador afastado por fazer apostas esportivas
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MLS permite retorno de jogador afastado por fazer apostas esportivas
sáb 05 fev/22

MLS permite retorno de jogador afastado por fazer apostas esportivas


A Major League Soccer (MLS), liga profissional de futebol dos Estados Unidos e que conta com equipes do Canadá, permitiu o retorno do jogador Felipe Hernández, do Sporting Kansas City, suspenso dos gramados após ter sido penalizado por desrespeitar as normas de integridade e os padrões de conduta da competição de futebol norte-americana no ano passado.

O pedido de reintegração do meio-campista americano às competições veio por meio do empenho dos diretores do Sporting Kansas City, que convenceram Don Garber, comissário da Major League Soccer, a liberar o jogador para voltar aos gramados. “Esta é uma oportunidade para ele. É uma segunda oportunidade. Ele tem que ser esperto para isso e acho que ele vai ser”, declarou Peter Vermes, diretor esportivo do clube do Sporting Kansas City.

 Após um longo período afastado por desrespeitar as normas da liga americana, o Sporting Kansas City tem apoiado o meio campista neste retorno. “Estamos dando-lhe toda a assistência que ele precisa. Como jogador, ele precisa voltar à forma com que nos deixou no ano passado, porque ele estava em ótima forma, apresentando seu melhor futebol. Então, ele tem a pré-temporada para trabalhar nisso e tentar arranjar seu lugar no time como qualquer outro”, afirmou Peter Vermes.

Jogador teria apostado em dois jogos da MLS

De acordo com informações da imprensa americana, o caso envolvendo o meio campista Felipe Hernández aconteceu durante a última temporada, quando o jogador nascido na Colômbia, mas naturalizado americano, foi suspenso após uma apuração independente apontar que ele teria realizado apostas em dois jogos da Major League Soccer.

O processo investigativo que culminou no afastamento do meio campista aconteceu em julho de 2021, logo após o jogador ter reconhecido ao seu clube, o Sporting Kansas City, que estava preocupado com a sua própria integridade física em função de dívidas adquiridas com apostas esportivas. A investigação, no entanto, não encontrou indicativos de que Felipe Hernández tenha apostado em jogos do seu próprio time.

 

 As apostas esportivas nos Estados Unidos

 

O mercado das apostas esportivas tem crescido de forma constante nos Estados Unidos. O crescimento, claro, não justifica a postura inadequada do jogador do Sporting Kansas City, mas é inegável que casos como esse do meio campista Felipe Hernandez provavelmente não aconteceriam em outra época. De certa forma, tudo está interligado.

Segundo dados da American Gaming Association, o segmento das apostas esportivas nos Estados Unidos alcançou uma marca histórica no ano passado. Somente com os dados coletados até novembro de 2021, o mercado norte-americano já havia arrecadado US$ 48,34 bilhões com as apostas, o que significa a quebra do recorde anual da indústria (2019) de US$ 43,65 bilhões.

Relação dos jogadores com as apostas

 O caso de Felipe Hernandez não é único, mas ainda temos poucos relatos de jogadores sobre as apostas esportivas e como elas estão inseridas dentro do ambiente profissional do futebol. Temos visto alguns ex-jogadores se pronunciarem sobre isso, caso do atacante Rafael Sóbis, ex-Cruzeiro e Internacional, que recentemente deu fortes declarações sobre jogadores com postura inadequada dentro dos clubes.

 É preciso ficar muito atento nessa relação, visto que as apostas esportivas são um segmento muito forte e que precisa de idoneidade para existir. O tema é delicado, mas precisa ser discutido e, acima de tudo, fiscalizado. Não tenho uma opinião formada sobre a liberação do atleta americano para voltar aos gramados, principalmente porque não temos informações sobre como foi feito o acompanhamento do caso dele.

A situação envolvendo Felipe Hernandez deveria servir como exemplo para todas as ligas futebolísticas. O avanço das apostas esportivas é incontrolável, e não existe a possibilidade de ignorar isso. O impacto que esse crescimento pode causar nos jogos é real. Cabe aos clubes e federações, responsáveis pelo esporte, criar instrumentos de orientação e fiscalização mais rígidos acerca do que pode ou não pode ser feito por jogadores e atletas profissionais. Informação nunca é demais.

 

 

Sérgio Ricardo Jr

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