Ministério do Desenvolvimento contesta questionamentos do varejo as apostas
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, sob o comando de Geraldo Alckmin, divulgou recentemente um estudo que rebate as alegações sobre o impacto negativo das apostas esportivas na economia brasileira. Segundo o levantamento, não há evidências de que o crescimento das apostas esteja diretamente relacionado à queda no setor varejista ou ao aumento do endividamento familiar, como apontado por algumas entidades. O assunto tem sido uma polêmica bastante difundida nas últimas semanas.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo apresentou desempenho positivo, com um crescimento de 0,6% entre junho e julho de 2024, além de um acumulado de 5,3% no primeiro semestre do ano. No comparativo anual, o setor também registrou alta de 3,7%. Entretanto, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) revisou a projeção de crescimento do varejo para 2024, reduzindo-a de 2,2% para 2,1%. A entidade atribui essa revisão ao aumento expressivo das apostas online, levantando questionamentos sobre a influência dos jogos no consumo.
Outro ponto de debate envolve um estudo do Banco Central (BC), que gerou polêmica ao afirmar que beneficiários do Bolsa Família teriam transferido cerca de R$ 3 bilhões para apostas esportivas em agosto de 2024. Os valores anuais estimados pelo BC variam entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões, mas o Ministério do Desenvolvimento contesta esses dados, argumentando que os números divulgados são brutos e não consideram os prêmios que retornam aos apostadores. A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) também questionou a metodologia do BC, apontando inconsistências graves.
Apesar da controvérsia, o Ministério do Desenvolvimento destacou que o endividamento familiar, medido em relação à renda acumulada, apresentou leve queda, passando de 48,25% em agosto de 2023 para 47,93% em julho de 2024. Isso indica uma estabilidade nas finanças das famílias, apesar do crescimento das apostas. A pasta comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin se comprometeu a continuar monitorando o impacto das apostas na economia e no varejo, utilizando metodologias de análise amplas, que consideram múltiplos fatores.
A verdade sempre aparece
A recente polêmica entre o setor de varejo e o mundo das apostas revela muito mais do que uma simples preocupação econômica. As acusações de que o crescimento das apostas estaria prejudicando o comércio e endividando as famílias caíram por terra com o estudo do Ministério do Desenvolvimento, que demonstrou estabilidade tanto no varejo quanto nas finanças das famílias. Aos poucos, as verdadeiras intenções por trás dessas reclamações começam a aparecer, pois ninguém é ingênuo nessa história.
O setor de varejo tentou desviar o foco, jogando a culpa de suas revisões de crescimento sobre o aumento das apostas online, como se fosse essa a causa dos seus desafios. A estratégia parecia clara: usar o apelo popular e a crescente atenção política ao setor de apostas para justificar suas dificuldades e promover uma reserva de mercado. Claro, o estrago foi feito. A repercussão abalou as apostas, e o discurso de que os jogos online são vilões ganhou força. Porém, como em toda disputa desse tipo, a verdade começa a se revelar com o tempo.
Como diz o ditado: nada como um dia após o outro. Aos poucos, fica evidente que o problema do varejo não está nas apostas, mas talvez na sua própria estratégia de mercado. O uso do setor de apostas como bode expiatório foi inteligente, mas não o suficiente para enganar a todos. A tentativa de deslocar a narrativa mostrou-se apelativa e desesperada, principalmente quando confrontada com dados concretos que desmentem as acusações. Pode demorar, mas no fim, as intenções por trás de certas movimentações sempre se revelam. É o ciclo do mundo.
Escrito por Sérgio Ricardo Jr.