Jogadores do Brasil e do mundo em apoio ao craque Vinicius Junior

Acredito que, se você é usuário de alguma rede social, com certeza se deparou nos últimos dias com, ao menos, um repost com a seguinte hashtag: #BAILAVINIJR.
E se você não teve, até aqui, curiosidade para entender o que aconteceu, hoje você vai descobrir o motivo e o porquê de vários torcedores e jogadores, do Brasil e do mundo, estarem repostando essa hashtag.
Primeiro de tudo, uma indignação, estamos em pleno o século 21 e por mais absurdo que pareça, ainda há pessoas que não entenderam que somos todos seres humanos e merecemos ser respeitados, independente de cor, classe social, sexualidade, enfim, são diversas as nossas diferenças, mas uma coisa sempre vai continuar sendo igual, somos todos seres humanos.
Como se já não bastasse a falta de compreensão, de alguns, para compreender o básico, ainda temos que nos deparar com pessoas que tem uma alta visibilidade e até, podemos dizer, influência, falando frases racistas e isso é inaceitável.

Vini Jr. é vítima de fala racista

Considerado um dos melhores jogadores brasileiros, o atacante Vinicius Jr. foi, infelizmente, vítima de uma fala racista durante um programa esportivo na televisão da Espanha, na noite do dia 15 de setembro.
O empresário Pedro Bravo, que fez uma participação no “El Chiringuito de Jugones”, debate futebolístico da emissora espanhola Mega, disse “Você tem que respeitar o adversário. Quando você faz um gol, se quer dançar, que vá ao sambódromo no Brasil. Aqui o que você tem que fazer é respeitar os companheiros de profissão, e deixar de fazer macaquice”, fazendo uma referência às danças que o jogador tem o costume de fazer após marcar um gol.
A fala infeliz do presidente da Associação Espanhola de Empresários de Jogadores foi rebatida por outro comentarista, Tomás Roncero, que é jornalista setorista do Real Madrid no jornal espanhol, e que disse, “Espera aí, um jogador que dança não está fazendo macaquice.”
Ainda assim Bravo questionou, “Como que não?” e Tomás proferiu, “É uma pessoa e você tem que respeitar isso”.
Pedro Bravo, após a sua declaração racista e como decorreu, o empresário pediu desculpas através do Twitter, “Quero esclarecer que a expressão “fazer macaquice” que utilizei mal para descrever a dança de comemoração nos gols de Vinicius foi feita de maneira metafórica (“fazer besteira”). Como minha intenção não era ofender ninguém, peço sinceras desculpas. Sinto muito!”, digitou.
Por mais que Pedro tenha reconhecido o seu erro, o que chega ser difícil de acreditar, devido a forma que a fala foi dita, precisamos deixar claro, que um pedido de desculpas não limpa o que aconteceu, não impede que mais pessoas se inspirem e faça o mesmo, não apaga o que foi escutado e só aumenta, mais uma vez, o número da conta de falas racistas que, infelizmente, o jogador já teve que escutar várias vezes até aqui.

Apoio de jogadores e clubes brasileiros

Após o acontecido, o atacante do Real Madrid recebeu diversas declarações em seu apoio, de grandes jogadores como Pelé, Neymar, Raphinha, Bruno Guimarães, Paquetá, Thiago Silva e também de clubes brasileiros como Cruzeiro, Flamengo, Atlético-MG, Grêmio, Fortaleza, entre outros times.
“O futebol é alegria. É uma dança. É uma verdadeira festa. Apesar de que o racismo ainda exista, não permitiremos que isso nos impeça de continuar sorrindo. E nós continuaremos combatendo o racismo desta forma: lutando pelo nosso direito de sermos felizes”, escreveu o Rei do Futebol, Pelé, com uma foto do jogador.
Já o volante Bruno Guimarães, do Newcastle, cobrou por punições mais severas ao autor das falas, dizendo “Esse babaca precisa sair daí já preso. Não tem desculpa! Se o cara fala isso numa TV que está ao vivo imagina o que não fala quando não está. Incompreensível se esse cidadão não for preso”, postou o atleta no Twitter.
O Real Madrid também divulgou uma nota oficial defendendo o atleta e prometeu acionar judicialmente quem proferir falas racistas ao jogador ou a qualquer outra pessoa do clube, “O Real Madrid repudia todo tipo de expressões e comportamentos racistas e xenófobos no âmbito do futebol, do esporte e da vida em geral, como os lamentáveis e desafortunados comentários dirigidos nas últimas horas contra nosso jogador Vinicius Júnior”, dizia o comunicado.
A CBF também se pronunciou: “Vai ter dança, drible, mas, acima de tudo, respeito. Na noite desta quinta-feira (15), nosso atleta Vinicius Júnior foi alvo de declarações racistas. A CBF se solidariza e reforça: BailaViniJr”.

#BAILAVINIJR

A hashtag usada por Vinicius Jr. em posts publicados em suas redes sociais ganhou força e apareceu nos tópicos em alta na internet, além disso no Instagram, a hashtag foi usada em mais de 10,8 publicações.
No vídeo postado em suas redes sociais o jogador começou dizendo, “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”, do meu ver, além de ser uma frase forte é a mais pura verdade. Já parou para pensar quantas catástrofes poderiam ter sido evitadas se levássemos em conta o caráter de um ser humano, em vez da cor da sua pele?
Para completar Vinicius Jr. deixou um recado bem claro, “As minhas danças começaram a criminalizar há semanas. Danças que não são minhas. São de Ronaldinho, Neymar, Paquetá, Griezmann, João Félix, Matheus Cunha… são de artistas de funk e sambistas brasileiros, cantores de reggaeton e negros americanos. São danças para celebrar a diversidade cultural do mundo. Aceite, respeite. Eu não vou parar.”