EUA debate os desafios proporcionados pela expansão da indústria iGaming
A recente Conferência Nacional de 2023 do Conselho Nacional de Jogo Problemático (NCPG) trouxe à tona discussões cruciais sobre a expansão da indústria iGaming nos Estados Unidos. Especialistas e reguladores se reuniram em um painel para debater os desafios e as oportunidades relacionados ao crescimento desse mercado no país. Entre as diversas conclusões, os estudiosos acreditam que os EUA ainda não estão completamente preparados para lidar com essa situação.
Um dos pontos mais enfatizados durante a conferência foi a crescente preocupação com o jogo problemático que pode ser desencadeado pela disseminação das apostas e dos jogos de cassino online. As autoridades regulatórias destacaram a necessidade de estudar e calcular os riscos associados a essa expansão, assegurando que a diversão não se transforme em um pesadelo para os apostadores que desenvolvam algum tipo de vulnerabilidade.
Embora os Estados Unidos tenham mantido uma postura tradicional em relação aos jogos e as apostas online ao longo dos anos, alguns estados já legalizaram a atividade e outros estão começando a explorar a possibilidade de legalizar essa forma de entretenimento. No entanto, a abordagem tem sido cautelosa, pois muitas partes da sociedade americana ainda expressam preocupações sobre os efeitos negativos que podem surgir com o avanço dessa indústria no país.
Preparação necessária
David Rebuck, diretor da New Jersey Division of Gaming Enforcement, compartilhou a sua visão sobre o crescimento da indústria iGaming. De acordo com informações divulgadas pelo site Gambling News, ele expressou a necessidade de uma preparação maior por parte dos Estados Unidos, mesmo reconhecendo que as consequências precisas da revolução causada pela expansão desse mercado são incertas. Essa postura foi reiterada por Amanda Blackford, diretora de serviços de jogos de azar da Ohio Casino Control Commission, que confirmou que a expansão do iGaming “já está acontecendo”.
Durante o evento, os especialistas concluíram que o principal desafio reside na capacidade da indústria de lidar com as ramificações do mercado iGaming. Dado que os Estados Unidos ainda estão engatinhando na regulação de jogos online, a falta de preparação para os riscos potenciais preocupa muitos observadores. Estudos de outras jurisdições indicam que a acessibilidade aos jogos online pode aumentar os riscos para os jogadores em situação vulnerável.
Além disso, os reguladores também reconhecem a necessidade de proteger os jovens de anúncios envolvendo apostas e de jogos de azar. Muitas vezes, a introdução de novos segmentos legais é acompanhada por campanhas de marketing intensivas, que podem influenciar negativamente públicos suscetíveis. A pauta de proteção aos jovens da exposição aos anúncios sobre jogos e apostas tem sido intensamente discutida em diversas regiões pelo mundo. Países como Noruega e Irlanda, por exemplo, já enfrentam essa problemática de forma mais agressiva.
Planejamento estratégico
Segundo o site Gambling News, foi consenso entre os especialistas durante os debates que aconteceram na conferência que os estados com mercados emergentes de iGaming podem se inspirar em outras regiões que já possuem uma longa experiência nessa área. David Rebuck destacou a importância de identificar estratégias eficazes e de ser flexível na implementação dessa indústria, reconhecendo que cada estado pode ter necessidades e desafios únicos, o que exige um planejamento estratégico individualizado.
Com a expansão da indústria iGaming nos Estados Unidos acontecendo, os reguladores estão enfrentando a tarefa de equilibrar a empolgação por essa nova era de entretenimento com a proteção dos jogadores e da sociedade em geral. O uso inteligente de dados, além de um indispensável planejamento, são elementos cruciais nesse processo. Como bem afirmou David Rebuck, os estados americanos precisam melhorar a adaptação de suas medidas com base nas realidades de cada região, pois só assim será possível minimizar os riscos envolvidos com a expansão dessa indústria.
Dever coletivo
A discussão promovida pela recente Conferência Nacional de 2023 do Conselho Nacional de Jogo Problemático nos Estados Unidos trouxe à tona o debate crucial sobre a expansão da indústria de iGaming no país. Enquanto especialistas e reguladores exploravam os desafios e oportunidades dessa crescente tendência, uma questão fundamental emergiu: como encontrar um equilíbrio entre a empolgação com o entretenimento digital e a proteção dos jogadores vulneráveis e da sociedade em geral?
A expansão do mercado iGaming reflete a evolução do entretenimento na era digital, mas essa mudança não pode desviar a atenção dos riscos potenciais do jogo problemático. O fácil acesso aos jogos de azar online levanta preocupações sobre vícios e comportamentos compulsivos, especialmente entre os mais suscetíveis. Embora alguns estados tenham adotado medidas de legalização com cautela, é crucial que os EUA como um todo se preparem para enfrentar os desafios associados a essa expansão. E o mesmo serve para outras regiões do mundo, como o Brasil.
A proteção dos jogadores vulneráveis e dos jovens é uma preocupação central da sociedade como um todo. Medidas rigorosas são necessárias para evitar que anúncios e campanhas de marketing exerçam influência negativa sobre esses grupos demográficos, principalmente em ambiente digital. A aprendizagem com as experiências de outras regiões e a adaptação dessas estratégias às realidades individuais de cada lugar – e aqui novamente não estou me referindo apenas aos EUA – são fundamentais. Criar um planejamento estratégico e manter a vigilância constante sobre o desenvolvimento da indústria é um dever coletivo de todos nós.
Faça parte da minha lista Vip e receba conteúdos profissionais e exclusivos de apostas esportivas.
Escrito por Sérgio Ricardo Jr