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Estudo europeu avaliou produção de relatórios da empresa contratada por Textor
seg 03 jun/24

Estudo europeu avaliou produção de relatórios da empresa contratada por Textor


O relatório elaborado pela empresa Good Game, contratada pelo Botafogo para analisar partidas do Campeonato Brasileiro, não pode ser considerado prova isolada de manipulação de jogos. Essa é a conclusão de um estudo realizado pelo Conselho da Europa, que avaliou metodologias para identificar resultados arranjados. No mês passado, outra empresa a questionar os relatórios do mandatário do Botafogo foi a Sportradar, especializada no monitoramento de jogos.

 

John Textor, proprietário do Botafogo, recorreu à Good Game para investigar possíveis manipulações em jogos do Campeonato Brasileiro de 2022 e 2023. Baseado no relatório da empresa, Textor alegou que o Palmeiras foi favorecido em duas partidas. As denúncias foram apresentadas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas no Senado e à Polícia Civil do Rio de Janeiro. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também está apurando as alegações.

 

O Conselho da Europa, através do Grupo de Copenhague, conduziu uma pesquisa entre 2017 e 2019 para avaliar as metodologias de três empresas especializadas na identificação de manipulação de resultados: Footvision, Good Game e StatsPerform. O relatório, publicado em setembro de 2023, analisou a eficácia dessas empresas na detecção de fraudes esportivas. Segundo o estudo, a análise de desempenho no esporte, incluindo a realizada pela Good Game, pode auxiliar na identificação de manipulação de resultados. No entanto, essas análises não são suficientes como prova isolada e devem ser complementadas por investigações mais detalhadas e dados empíricos independentes.

 

A Good Game utiliza um algoritmo que analisa vídeos de jogadores e juízes sob aspectos físico, biomecânico e fisiológico. O objetivo é identificar deficiências que possam indicar manipulação. Jogos são classificados como normais, suspeitos ou manipulados, dependendo do número de jogadores com deficiências. John Textor afirmou que cinco jogadores do São Paulo e quatro do Fortaleza manipularam partidas contra o Palmeiras. Entretanto, ele não divulgou nomes nem forneceu detalhes específicos que sustentem essas alegações.

 

O Grupo de Copenhague reforçou que análises de desempenho são ferramentas valiosas para agentes da lei e profissionais da integridade esportiva na detecção de manipulação. Contudo, essas análises devem ser associadas a outros elementos investigativos para atingir o padrão de prova necessário. Isoladamente, elas são apenas o ponto de partida para uma investigação mais aprofundada. Portanto, o relatório da Good Game deve ser utilizado como um complemento a outras informações analíticas e evidências, e não como prova conclusiva de manipulação de jogos.

 

Quebra-cabeça

 

Já havia comentado anteriormente sobre as acusações de John Textor em relação à suposta manipulação de jogos no Campeonato Brasileiro, e o estudo do Conselho da Europa apenas reforça as observações iniciais. Textor contratou a empresa Good Game para analisar partidas e baseou suas acusações em um relatório que, segundo o estudo do Conselho da Europa e outros especialistas do ramo, não pode ser considerado prova isolada de manipulação de jogos.

 

O uso de algoritmos para detectar irregularidades nos comportamentos de jogadores e juízes é uma ferramenta inovadora e promissora. No entanto, é importante entender que tais análises devem ser vistas como um complemento, e não como uma evidência conclusiva, como apontou o estudo analisado. As acusações feitas por Textor, alegando que jogadores do São Paulo e do Fortaleza manipularam partidas contra o Palmeiras, levantam sérias dúvidas pela falta de detalhes específicos e pela fragilidade das evidências.

 

Relatórios como os da Good Game são valiosos, e não cabe a mim questionar o trabalho de ninguém, mas esse tipo de acusação só deveria ser feita com evidências concretas. A postura em relação aos apontamentos segue igual para este que vos escreve. É essencial que as alegações de manipulação de jogos feitas por Textor sejam investigadas com rigor. Só o tempo e uma investigação detalhada revelarão a verdade por trás dessas acusações. Até lá, devemos ser cautelosos em tirar conclusões precipitadas e lembrar que, no complexo mundo do esporte, análises tecnológicas são apenas uma peça do quebra-cabeça.

 

Escrito por Sérgio Ricardo Jr.

 

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