O futebol paraibano está, mais uma vez, mergulhado em um escândalo envolvendo apostas esportivas. O assunto da vez é o rebaixamento do Atlético-PB no Campeonato Paraibano. O motivo por trás dessa decisão é a escalação irregular do jogador Pedro Bahia. O clube foi julgado pelo Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB) e condenado a perder 13 pontos no estadual por ter escalado, de maneira irregular, o atleta Pedro Bahia, que segundo uma decisão do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP), estava suspenso até meados de abril.

Pedro Bahia, cujo histórico inclui passagens pelo Fernandópolis, foi condenado pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) por envolvimento em práticas ilícitas relacionadas ao futebol (manipulação de resultados). Sua suspensão por 200 dias, conforme estipulado pelo artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), não impediu que o Atlético-PB o contratasse e o escalasse em três partidas cruciais do Campeonato Paraibano.

O Fernandópolis, aliás, foi punido por suspeitas da manipulação de resultados. Pelo menos 12 jogadores da equipe do ano passado também foram condenados pelo TJD-SP. A situação do Atlético-PB tomou um rumo drástico quando o São Paulo Crystal apresentou uma denúncia ao Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB), expondo a irregularidade na participação de Pedro Bahia nas partidas da equipe. Após uma investigação minuciosa, o tribunal determinou que o clube perdesse 13 pontos, levando ao seu rebaixamento para uma divisão inferior.

A reação do Atlético-PB foi imediata, com a diretoria iniciando os procedimentos de recurso junto ao Pleno do TJDF-PB. Para liderar sua defesa, o clube contratou o renomado advogado Michel Assef Filho, demonstrando sua determinação em reverter a decisão e assegurar sua permanência na primeira divisão do Campeonato Paraibano. Contratado pelo Atlético-PB e envolvido no caso, Pedro Bahia atuou nas três primeiras partidas do Trovão Azul no Paraibano, contra CSP, Pombal e Treze. Após a denúncia, o jogador acabou dispensado do clube sertanejo e não faz mais parte do elenco do Atlético-PB.

 Como lidar?

O recente escândalo envolvendo a escalação irregular de Pedro Bahia e a subsequente punição do Atlético-PB no Campeonato Paraibano é apenas mais um capítulo lamentável na recorrente saga de manipulação de resultados que assombra o futebol brasileiro. É frustrante testemunhar como esse tipo de situação tem acontecido de forma recorrente no esporte que tanto amamos.

O caso suscita várias questões importantes que precisamos enfrentar como amantes do futebol. Como é possível que clubes que deveriam ser profissionais escalem jogadores punidos por manipulação de resultados? Não deveríamos partir do ponto que os clubes têm responsabilidade na contratação e na verificação do histórico de seus atletas? E o que podemos fazer para evitar que casos como esse se repitam no futuro? Como lidamos com isso?

Esse tipo de situação só reafirma que algumas medidas mais enérgicas por parte das autoridades esportivas foram importantes para tentar frear o crescimento dessas movimentações que minam a essência do jogo. Por mais que as investigações e punições que têm sido realizadas no futebol brasileiro não tenham sido suficientes para acabarmos com esse tipo de situação, o passar do tempo mostra que é necessário seguir neste caminho.

O caso do Atlético-PB também reacende o debate sobre a implementação de medidas mais rigorosas de verificação de antecedentes dos jogadores. Além disso, nunca podemos esquecer da necessidade de seguir conscientizando e educando os envolvidos no futebol, desde os dirigentes até os próprios jogadores, sobre a gravidade e as consequências de tentar driblar as regras do esporte. Por fim, deixo a provocação: e se um clube grande do futebol nacional estivesse no mesmo lugar do Atlético-PB? Teríamos uma punição semelhante?

Escrito por Sérgio Ricardo Jr.