Dono da SAF do Botafogo, John Textor acusa atletas de manipulação de resultados
Um novo capítulo polêmico agita o cenário do futebol brasileiro. O proprietário da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, John Textor, trouxe à tona acusações graves envolvendo atletas de renomados clubes do país. Em comunicado oficial divulgado em seu site, Textor lançou suspeitas sobre a integridade de jogadores do São Paulo e do Fortaleza, sugerindo manipulação de resultados em confrontos cruciais do Campeonato Brasileiro.
O centro das alegações recai sobre duas partidas específicas envolvendo o Palmeiras, adversário direto do Botafogo na disputa pelo título da última edição do Brasileirão. O proprietário da SAF do clube carioca, por meio de análises de especialistas e softwares de inteligência artificial, identificou ocorrências suspeitas durante os jogos em que o Verdão aplicou goleadas: 4 a 0 sobre o Fortaleza, em 2022, e 5 a 0 contra o São Paulo, em 2023.
De acordo com Textor, o relatório detalhando essas manipulações foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no final de 2023, porém, a entidade optou por não aprofundar a investigação. Apesar da falta de nomes publicamente divulgados, o empresário afirmou ter entregue as provas às autoridades competentes, preservando a identidade dos envolvidos.
Posição dos clubes
As reações não tardaram. O São Paulo, em nota oficial, rejeitou veementemente as acusações, destacando a trajetória de integridade do clube ao longo de seus 94 anos de história e anunciando medidas legais contra Textor. Da mesma forma, o Fortaleza assegurou que buscará reparação judicial diante das declarações que, segundo eles, mancham a imagem da instituição.
Por sua vez, o Palmeiras também se pronunciou, refutando veementemente as acusações e classificando Textor como um “caricato cartola”. A presidente do clube, Leila Pereira, expressou confiança nas autoridades para lidar com o assunto de forma adequada. Essa não é a primeira vez que o empresário lança acusações de manipulação no futebol brasileiro. Em entrevista anterior, ele já havia mencionado supostas irregularidades ocorridas no último Brasileirão, sempre defendendo os interesses do Botafogo.
Teatral
É sempre intrigante quando o calor da competição no futebol é intensificado para episódios extra campo. E aqui, claro, não estou me referindo a nenhum episódio de violência ou algo do tipo. A famosa briga de bastidores sempre existiu no futebol brasileiro e segue voltando à tona nos últimos anos. No entanto, a recente saga envolvendo John Textor e suas denúncias de manipulação de resultados tem parecido mais uma peça de teatro do que um drama legítimo. Embora ele esteja convencido da existência de manipulação, suas alegações carecem de substância pública.
Textor parece estar em um frenesi com suas ferramentas de análise de jogos suspeitos, mas negligencia o aspecto crucial para que esse tipo de denúncia ganhe apoio: às provas evidentes e, claro, uma boa explicação de como essas ferramentas realmente operam. Sem uma explicação clara e transparente, suas denúncias perdem credibilidade e geram mais confusão do que esclarecimento. Não é de se admirar que os tribunais esportivos estejam olhando para suas alegações com desdém.
Além disso, um ataque público aos atletas e as instituições, principalmente rivais diretos, somados à ausência de evidências concretas tornam a missão de Textor muito mais difícil. É difícil até mesmo para os próprios clubes acusados levarem essas acusações a sério. É compreensível que o São Paulo, o Fortaleza e o Palmeiras rejeitem veementemente as acusações, especialmente quando suas reputações estão em jogo.
Se Textor realmente deseja fazer uma mudança positiva no cenário do futebol brasileiro, ele precisa adotar uma abordagem mais transparente e responsável. Acusações infundadas apenas contribuem para a desordem e prejudicam a credibilidade do esporte que todos amamos. Como já foi especulado por diversos atores que formam a comunidade do futebol brasileiro, Textor apostou alto nessas ilações. Se estiver errado, deve ser gravemente punido, algo que pode afetar e muito o próprio clube que ele gerencia.
Escrito por Sérgio Ricardo Jr