Declínio do mercado de apostas na Alemanha pode causar mudanças na regulamentação
A Associação Alemã de Apostas Esportivas (DSWV) lançou um apelo urgente para que sejam feitas reformas nas regulamentações do setor de jogos e apostas no país. O grande motivo das solicitações é a revelação alarmante de números que mostram uma perda significativa de participação do mercado alemão legalizado de apostas para operadores ilegais. De acordo com dados divulgados pela DSWV, em 2023 as apostas esportivas registraram uma queda de 5,4% em comparação com o ano anterior (2022), totalizando um volume de apostas de 7,7 bilhões de euros.
Esta tendência descendente é atribuída, em parte, às restrições rigorosas de marketing impostas pelo Tratado Estadual sobre Jogos, em vigor desde 2021 no país europeu. Proibições vistas como desnecessárias e ultrapassadas, como a inibição da oferta de apostas ao vivo, têm incentivado operadores não licenciados a oferecer propostas mais atrativas aos consumidores, o que tem causado um grande desafio direto à sustentabilidade do mercado regulamentado de apostas da Alemanha.
A Eurocopa e as leis
Com a iminente chegada da Eurocopa deste ano, que acontece na Alemanha, espera-se um aumento significativo nas atividades de apostas esportivas. Nesse contexto, a DSWV está intensificando os seus esforços, instando a Autoridade Conjunta de Jogos dos Estados (GGL) a reavaliar a política regulatória atual. Em sua declaração oficial, a associação também expressou forte oposição às proibições de publicidade de jogos, argumentando que essas medidas só serviriam para prejudicar ainda mais a indústria.
A DSWV identificou a migração de apostadores para operadores ilegais como uma das principais causas para o declínio no mercado regulamentado. Desde a implementação do Tratado Estadual sobre Jogos, os operadores licenciados têm lutado para competir com a ampla oferta de apostas no mercado paralelo. A falta de possibilidades de atuação das empresas no mercado de publicidade é vista pela DSWV como um elemento que colabora para os problemas do setor atualmente.
Uma pesquisa recente revelou que apenas metade das apostas online na Alemanha são realizadas com operadores licenciados, enquanto aproximadamente 30% são feitas com fornecedores não licenciados dentro da União Europeia (UE) e cerca de 20% com fornecedores não licenciados offshore. Diante disso, a DSWV destaca a necessidade premente de uma política publicitária mais flexível, a fim de diferenciar claramente os operadores legais e ilegais, protegendo assim os consumidores e promovendo uma concorrência equitativa.
Tem que mudar
O declínio preocupante no mercado de apostas esportivas na Alemanha destaca uma questão urgente que exige atenção: a necessidade de reformas regulatórias para acompanhar a dinâmica do setor. A Associação Alemã de Apostas Esportivas (DSWV), na minha opinião, está correta ao levantar essa bandeira, apontando para as restrições obsoletas e prejudiciais impostas pelo Tratado Estadual sobre Jogos. O mercado de apostas avançou e certas posições restritivas não cabem mais.
As proibições, como a limitação das apostas ao vivo, não só são contraproducentes, como também estão impulsionando os consumidores para operadores ilegais, minando a integridade do mercado regulamentado. Com a Eurocopa se aproximando, é vital que a Autoridade Conjunta de Jogos dos Estados (GGL) reavalie as suas políticas, abrindo espaço para uma concorrência mais justa e protegendo os consumidores de práticas duvidosas.
A pesquisa que revelou que apenas metade das apostas online são realizadas com operadores licenciados é um alerta alarmante. Inegavelmente é necessário que uma política publicitária mais flexível seja adotada para reaproximar os apostadores do mercado legal e também para que fique muito claro a diferenciação entre operadores legais e ilegais. Essa parece ser uma das únicas vias de garantir a proteção dos consumidores e promover um ambiente de apostas mais justo e transparente. Assim como acontece em diversos outros setores e indústrias, as leis que regem o mercado de apostas precisam se adaptar aos tempos modernos, e isso inclui a revisão urgente das regulamentações obsoletas que atualmente oprimem a indústria alemã.
Escrito por Sérgio Ricardo Jr.