Corinthians vive desconfiança em relação aos contratos de patrocínio anunciados
Após anunciar uma parceria que parecia histórica com a casa de apostas VaideBet, o Corinthians agora tem lidado com muitas suspeitas a respeito desse acordo. Divulgado ao público no início deste mês, o contrato de patrocínio não teria passado pelo sistema interno de compliance do clube, de acordo com informações divulgadas pelo portal jornalístico Gazeta Esportiva, algo que tem gerado enormes desconfianças sobre os reais valores envolvidos na negociação. Segundo o clube, a parceria com a VaideBet terá duração de 36 meses e envolve um montante expressivo de R$ 370 milhões.
A notícia de um patrocínio tão elevado gerou reações diversas, inclusive de rivais. A presidenta do Palmeiras e da Crefisa, Leila Pereira, chegou a colocar em xeque os valores anunciados pelo Corinthians. Em suas declarações, Leila Pereira ressaltou a importância da transparência em contratos milionários, levantando questionamentos sobre a credibilidade da VaideBet e sua capacidade de cumprir o compromisso firmado com o Corinthians.
“Não adianta fechar patrocínio com valores astronômicos e ninguém ver o contrato. Depois (o patrocinador) não paga nada e como faz? Tem que ter responsabilidade para divulgar patrocínio (…) De 15 em 15 dias aparece uma empresa querendo patrocinar o Palmeiras. Qual o nosso critério? Potencial econômico da empresa (…) Não acredito em milagre. Aparecem empresas recém-criadas com capital social ínfimo, como podem oferecer patrocínio milionário com essas características? Não vamos aceitar, queremos empresas com credibilidade para honrar o patrocínio. Quero empresas sérias do lado do Palmeiras. Senão, fica muito bonito, falo que vai ser R$ 400 milhões e não pagam nada”, afirmou Leila.
Pulou etapas?
De acordo com informações da Gazeta Esportiva, o contrato em questão não passou pelo rigoroso sistema de compliance implementado pelo clube no segundo semestre de 2021. O Programa de Integridade do clube, liderado por Herói Vicente e Adriano Monteiro Alves, tem como objetivo garantir transparência em contratos, mas o acordo com a VaideBet teria pulado etapas e não foi analisado pelo setor. Em sua defesa, a administração atual do Corinthians assegura que o departamento jurídico submeteu o contrato da VaideBet ao processo de compliance, o que contradiz as informações iniciais divulgadas pela Gazeta Esportiva.
A VaideBet, uma empresa relativamente nova no mercado, teria iniciado as suas operações no final de 2022 e tem sede em Curaçao, com investimentos originários de Campina Grande, Paraíba. De acordo com informações da Gazeta Esportiva, a casa de apostas pertence a José André da Rocha Neto, um empresário com mais de 30 empresas vinculadas ao seu nome. Em coletiva de imprensa, Augusto Melo defendeu a parceria, destacando a aprovação pelo jurídico do clube e reforçou a confiança em Yun Ki Lee, o novo diretor jurídico do Corinthians. Recentemente, o Corinthians teria tomado um calote da Taunsa, empresa do agronegócio que esteve no uniforme da equipe e não teria arcado com os compromissos financeiros.
Compromisso ético
A notícia sobre as suspeitas em torno do contrato de patrocínio do Corinthians com a VaideBet reacendeu uma polêmica recente sobre a transparência nos acordos milionários no mundo do futebol. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, trouxe à tona uma reflexão importante ao questionar a divulgação de valores astronômicos sem uma clareza efetiva nos contratos.
É compreensível que, em um ambiente altamente competitivo como o futebol, clubes busquem parcerias financeiras substanciais. No entanto, a responsabilidade de divulgar informações transparentes sobre esses acordos é um dever inquestionável dos clubes. Afinal, representam uma comunidade de torcedores que esperam honestidade e integridade.
É claro que é muito difícil entender quem está correto nessa história. O Corinthians, oficialmente, diz que está tudo certo no acordo. Outras informações apontam problemas nessa construção do contrato. Tudo isso se resolveria com mais transparência, algo que deveria ser um alicerce para esses processos, o que parece não ter acontecido, deixando espaço para questionamentos legítimos.
A recente experiência do Corinthians com o calote da Taunsa, aliada às suspeitas em torno da VaideBet, ressalta a importância de se estabelecer critérios rigorosos na seleção de parceiros comerciais. Os clubes não podem se dar ao luxo de ignorar a credibilidade e a capacidade financeira de seus patrocinadores, sob o risco de comprometerem sua estabilidade financeira e reputação. Fazer tudo com transparência é um compromisso ético com os torcedores e o esporte em si.
Escrito por Sérgio Ricardo Jr.
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