Clubes da Libra: Debate Sobre Regulamentação
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<strong>Debate sobre regulamentação das apostas abalou relação dos clubes da Libra</strong>
seg 17 abr/23

Debate sobre regulamentação das apostas abalou relação dos clubes da Libra


A relação dos clubes que formam a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) nunca esteve tão abalada. Capitaneada por Flamengo e Palmeiras, dois dos players mais relevantes do futebol brasileiro atualmente, a Libra vive um momento interno conturbado, inclusive com trocas de farpas públicas entre a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. De acordo com informações reveladas pelo jornal O Globo, um dos motivos do desgaste da relação entre os clubes da liga foi a recente discussão a respeito da regulamentação das apostas esportivas no Brasil.

No início do mês de abril, os principais clubes de futebol do Rio de Janeiro e de São Paulo lançaram uma nota pública conjunta para contestar a participação deles no processo de construção da Medida Provisória (MP) que deve formalizar a regulamentação das apostas esportivas no Brasil. No texto, equipes como Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos se diziam preocupados com a regulamentação das apostas esportivas no país e pediam ao Ministério da Fazenda uma participação mais ativa no processo. Segundo O Globo, a nota causou incômodo em outros clubes da Libra, principalmente aqueles que não fazem parte do eixo Rio-SP.

Confira abaixo, na íntegra, as revelações trazidas pelo jornal O Globo sobre a relação abalada dos clubes que formam a Libra..

Leila x Landim, eixo Rio-SP, apostas: entenda os embates recentes da Libra

Criada com o objetivo de unir os clubes, a Liga do Futebol Brasileiro (LiBra) tem colecionado desentendimentos internos. Os últimos deles envolveram o “centralismo” do Flamengo e a atitude dos times do Rio de Janeiro e São Paulo em criarem um “eixo”, sem consultar os demais clubes, para negociarem a Medida Provisória das apostas esportivas com o governo federal.

Em uma das últimas reuniões do grupo, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, foi confrontado pela mandatária do Palmeiras, Leila Pereira, por causa de sua postura centralizadora. Segundo testemunhas do diálogo, Leila cobrou de Landim uma mais colaborativa com os demais clubes.

A principal reclamação do grupo é que a postura de Landim tem dificultado discussões internas e também avanços em relação à Liga Forte Futebol (LFF), outro grupo que quer montar uma liga. Leila teria dito que o presidente do Flamengo quer tudo para ele. Entre os clubes, a unanimidade é que o Flamengo não pode emperrar o progresso dos outros 19. O “toque” de Leila foi para evitar que haja um racha no grupo.

Mas também causou desconforto na LiBra o fato de os quatro clubes grandes de São Paulo e os três do Rio de Janeiro, que compõe a entidade, terem se associado ao Fluminense para emitirem um comunicado oficial. Os clubes se intitularam como “eixo RJxSP” e cobraram serem ouvidos pelo governo sobre a Medida Provisória das apostas esportivas.

A iniciativa foi vista como bairrista e como a criação de um subgrupo dentro da própria LiBra, já que as agremiações de outros estados e outras menores não foram consultadas. O grupo se reuniu em Brasília, na terça-feira, com membros do Ministério da Fazenda, e fora dos clubes do eixo RJxSP, apenas o Bahia participou.

Cedo ou tarde

Quem acompanha minimamente os bastidores do futebol brasileiro já imaginava que, cedo ou tarde, a bolha das ligas iria estourar. Como unidade, o futebol brasileiro jamais existiu, exceto por períodos muito curtos. Os motivos que desmontaram todas as tentativas de organização de um movimento unitário dos clubes brasileiros sempre teve as origens observadas atualmente: ego, individualismo e disputa por poder.

É muito improvável que o futebol brasileiro avance nos próximos anos. Os clubes individualmente estão crescendo, alguns projetos bem promissores de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) estão surgindo e podemos esperar que, talvez, tenhamos mais clubes brigando por coisas importantes em um contexto regional nas próximas temporadas. O que isso vai significar para o coletivo? Para um produto único? Nada.

Sinceramente, absolutamente nada do que aconteceu até agora traz esperança de mudança. A criação da Libra sempre esteve cercada de picuinhas. As divergências entre os clubes foi tanta que foi necessária a criação de uma outra liga, a Liga Forte Futebol. Gostaria de ser mais otimista, mas não vejo o futebol nacional tendo capacidade e amadurecimento tamanho para superar as adversidades e caminhar junto nos próximos anos. Os desgaste da relação entre os clubes estão cada vez mais claros e insustentáveis.

Escrito por Sérgio Ricardo Jr

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