A National Football League (NFL) tem a pretensão de adotar medidas rigorosas contra jogadores envolvidos em escândalos de apostas. De acordo com informações colhidas pela ESPN, espera-se que a liga imponha suspensões por toda a temporada para alguns atletas infratores. Essa decisão ocorre após uma investigação que envolve o cornerback e kick returner Isaiah Rodgers, que está sob investigação por possíveis violações da política de jogos e apostas da liga, o que inclui ter realizado apostas em jogos do seu time, o Indianapolis Colts. Rodgers, por sua vez, admitiu a situação publicamente em suas redes sociais, assumindo “total responsabilidade” por suas ações.

Com o objetivo de reforçar a sua política de apostas, a NFL planeja implementar medidas mais severas para os jogadores nos próximos meses. Entre as ações, agora todos os novatos serão obrigados a participar de sessões de educação sobre jogos e apostas, enquanto um grupo de oficiais da liga realizará visitas pessoais às instalações das equipes, a fim de enfatizar e esclarecer quais atividades são estritamente proibidas em meio à rápida proliferação das apostas esportivas nos Estados Unidos.

Regras

Entre as principais regras da nova política de jogos e apostas que deve ser adotada pela da NFL, estão:

• Não apostar na NFL;
• Não apostar enquanto estiver nas instalações do time, enquanto viaja para um jogo fora de casa ou se hospeda em um hotel da equipe;
• Não deixar ninguém apostar por você;
• Não compartilhar “informações privilegiadas” da equipe;
• Não entrar em apostas esportivas durante a temporada de jogos da NFL;
• Não jogar Fantasy diariamente.

Essa postura mais rigorosa da NFL vem à tona após a suspensão de quatro jogadores do Detroit Lions e um jogador do Washington Commanders, devido a violações das regras de jogos de azar. O wide receiver Quintez Cephus e o safety CJ Moore, ambos do Lions, foram suspensos indefinidamente por apostarem em jogos da NFL, assim como o defensive end Shaka Toney, do Washington Commanders.

Outros dois wide receivers dos Lions, Jameson Williams e Stanley Berryhill, receberam suspensões de seis jogos cada um por realizarem apostas dentro das instalações da equipe em Allen Park. Em resposta, o Detroit Lions optou por dispensar Cephus, Moore e Berryhill, demonstrando uma postura firme em relação a tais infrações.

É importante ressaltar que esse não é um caso isolado. No ano passado, o então recebedor do Atlanta Falcons, Calvin Ridley, foi suspenso por toda a temporada de 2022 por envolvimento em apostas em jogos da NFL durante um período de cinco jogos, quando estava afastado do time. Ridley posteriormente foi negociado com o Jacksonville Jaguars durante a trade deadline de novembro e reintegrado ao esporte em março deste ano.

Segundo a ESPN, a NFL está determinada em preservar a integridade e a reputação do esporte, deixando claro que qualquer envolvimento com apostas é inaceitável e será severamente punido. A liga continuará a adotar medidas para educar e conscientizar os jogadores sobre as regras e os perigos associados às apostas esportivas, buscando manter a competição justa e o esporte limpo de escândalos relacionados a jogos e apostas.

Como lidar com esses casos?

As informações reveladas pela ESPN mostram que estamos todos aprendendo a lidar com o “boom” das apostas esportivas e os seus efeitos no esporte. É bobeira achar que todo mundo é desonesto e que os atletas são profissionais ruins por realizar apostas. A verdade é que, na maioria dos casos, os jogadores não querem influenciar os resultados. As apostas estão inseridas na sociedade e não podemos esquecer que os atletas também estão incluídos nessa amostragem, por mais complexa que possa ser a relação direta entre esses personagens sociais.

Confesso que, ao longo dos últimos meses, mudei um pouco a minha visão sobre os atletas e as apostas. No começo do ano, cheguei a publicar alguns artigos bem fortes sobre esse tema aqui na Casa do Apostador. A minha visão era bem rústica e cheia de fantasias a respeito de um mundo ideal que nunca existiu. Refletindo sobre os inúmeros casos de “atletas apostadores”, percebi que esse problema é muito mais complexo do que parece. É fácil julgar e querer o banimento desses atletas do esporte, mas as coisas não funcionam assim.

Quantos dos atletas envolvidos com apostas esportivas fizeram isso por problemas com jogo? Quantos atletas realmente sabiam que estavam errando? Quantos desses atletas realmente quiseram levar vantagem em cima de um resultado esportivo? Quantos atletas se corromperam? É difícil responder. E sem essas respostas, qualquer tipo de julgamento está fadado ao erro, principalmente porque estamos diante de erros diferentes, com implicações diferentes e motivações completamente distintas.

É claro que eu não estou defendendo a impunidade. Pelo contrário, sou totalmente a favor das punições e que todos os atletas que descumpriram as regras do esporte sejam punidos de acordo com os seus atos. É preciso que cada ser humano adulto seja responsabilizado pela sua própria conduta. Entretanto, penso que talvez seja importante para a sociedade como um todo que esses recentes casos envolvendo atletas e apostas sirvam de algo. A punição sem aprendizado, na minha opinião, não tem efeito algum e, em alguns casos, só vai servir como agravante do problema.

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Escritopor Sérgio Ricardo Jr