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Anúncio de Halloween fez operadora de apostas violar regras de publicidade no Reino Unido
sex 05 jan/24

Anúncio de Halloween fez operadora de apostas violar regras de publicidade no Reino Unido


A Advertising Standards Authority (ASA), organização autorreguladora da indústria publicitária do Reino Unido, emitiu uma advertência ao operador de jogos e apostas Buzz Bingo após uma reclamação referente a um anúncio de Halloween em desenho animado, considerado pela autoridade como “irresponsável” e violador do código publicitário. Assim como em outras regiões do mundo, no Reino Unido as operadoras de negócios relacionados a jogos e apostas não podem veicular qualquer tipo de propaganda que possa ser interpretada como atrativa ao público infantil.

O anúncio, veiculado na página do Facebook do Buzz Bingo em 20 de outubro de 2023, promovia ofertas especiais para a temporada de Halloween na plataforma da operadora. De acordo com informações publicadas pelo site Casino Beats, a peça publicitária apresentava elementos típicos da festividade, como uma grande lua cheia, cabeças de abóbora sorridentes, uma igreja iluminada cujos telhados lembravam chapéus pontudos de bruxa, morcegos voando, uma aranha em uma teia e um cemitério com lápide. A ASA fundamentou sua decisão ao destacar que o anúncio, pela natureza do tema Halloween, provavelmente teria forte apelo para as crianças.

O estilo de desenho animado utilizado e a menção ao termo “monstro” foram identificados como fatores que poderiam atrair um público mais jovem. Embora o Buzz Bingo tenha alegado que o anúncio foi direcionado exclusivamente a usuários com 18 anos ou mais, a ASA contestou a eficácia desse direcionamento, uma vez que o Facebook, onde o anúncio foi veiculado, não possui uma “verificação robusta de idade”, segundo a organização autorreguladora do Reino Unido.

Ainda de acordo com o Casino Beats, a empresa controladora do Buzz Bingo, a Buzz Group, prontamente removeu o anúncio e indicou estar implementando alterações em seus procedimentos internos de aprovação de marketing após a polêmica. A ASA reconheceu as ações tomadas pelo grupo, mas enfatizou que o anúncio era “irresponsável e violava o código”, determinando que não deveria mais aparecer nos canais da operadora. A ASA também instruiu o Buzz Group a evitar temas ou imagens que provavelmente terão forte apelo para menores de 18 anos em futuros anúncios, destacando a importância do cumprimento das diretrizes publicitárias para proteger o público mais jovem.

Dentro da linha

O episódio envolvendo o anúncio de Halloween da Buzz Bingo no Reino Unido reacende a constante e importante discussão sobre a publicidade de jogos e apostas, especialmente no contexto das restrições de público e como isso pode impactar o presente do Brasil, visto que agora temos uma regulamentação do segmento em vigor no país. A proibição de anúncios que possam atrair o público infantil, imposta pelo Advertising Standards Authority no Reino Unido e que também se aplica de forma semelhante no Brasil, é uma constatação da sensibilidade em torno desse tema.

No Brasil, à medida que a regulamentação das apostas entra em vigor, regras similares ao Reino Unido sobre publicidade já estão sendo adotadas para proteger as crianças da exposição inadequada a conteúdos relacionados a jogos e apostas por aqui. Apesar de eventualmente a execução dessas restrições serem feitas de formas diferentes, a ideia é a mesma. É preciso destacar que esse tipo de acompanhamento já está sendo feito por aqui, e que tanto operadores quanto influenciadores devem seguir dentro da linha, pois diariamente ainda é possível acompanhar casos de clara violação sendo cometidos nas redes sociais.

Essa problemática ressalta a importância de um controle rigoroso. No Reino Unido, apesar da argumentação contrária à decisão da ASA, o Buzz Group prontamente removeu o anúncio e informou estar revisando seus procedimentos internos, demonstrando a responsabilidade necessária diante da situação. Em nosso país, mesmo com exposição pública, alguns influenciadores seguem ignorando o bom senso e, ironicamente, “apostam” na impunidade, como se estivessem blindados de responsabilidade sobre a forma como “vendem” as apostas.

Portanto, à medida que o Brasil avança na implementação final do processo de regulamentação do setor de apostas, é crucial que as empresas e os influenciadores, principais responsáveis pelos anúncios envolvendo o segmento de jogos e apostas, estejam atentos às diretrizes éticas de cada país, e que se dediquem à promover práticas publicitárias responsáveis. Não estou afirmando que as regras aplicadas no Brasil e também no Reino Unido, por exemplo, são as melhores possíveis, muito menos que elas são justas. Eu não poderia fazer esse tipo de julgamento, aliás, até porque nem tenho capacidade técnica para isso. O que eu estou apenas relembrando é que elas existem e são aplicadas, ou deveriam, a todos.

 

Escrito por Sérgio Ricardo Jr.

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