Copa do Mundo: Protestos de Torcedores
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Alguns protestos de seleções e torcedores tomam conta na Copa do Mundo no Catar
qui 08 dez/22

Alguns protestos de seleções e torcedores tomam conta na Copa do Mundo no Catar


Há quem pensa que Copa do Mundo se trata apenas de futebol, mas devo dizer que vai muito além disso.
A Copa do Catar, tem mostrado para todos que o contexto social que esse grande evento está inserido deve ser levado em consideração sim.
Para quem ainda não sabe, essa é a primeira vez que a Copa é sediada por um país do Oriente Médio.
Também devemos mencionar que a principal religião do Catar é o islamismo e o país é considerado um emirado, ou seja, governado por um membro da classe dominante, neste caso, um emir.
E apesar do Catar ser considerado o país com maior renda per capita do mundo e possuir um alto índice de desenvolvimento humano e qualidade de vida, muitas coisas ainda deixam a desejar, principalmente quando o assunto é: direitos humanos.

Leis do Catar

Você sabia que no Catar é proibido consumir bebidas alcoólicas na rua?
Acredite ou não, a população catarense só pode fazer o uso de álcool em locais particulares, como hotéis, restaurante e bares, autorizados, além disso o consumo de álcool é rigorosamente controlado.
Essa é apenas uma de muitas das leis do Catar que para nós chegam a ser absurdas e agora, que todo o mundo está com o olho virado para o país, muitas pessoas tem aproveitado este momento para protestar.
Diferentes manifestações marcaram a fase de grupos da Copa do Mundo tanto dentro como fora de campo, a respeito de causas sociais.

Dentro de campo

As primeiras partidas da Copa do Mundo foram marcadas com protestos por partes dos jogadores que não aceitaram ser censurados.
Isso porque, antes mesmo do início do torneio, seleções europeias como Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Inglaterra, País de Gales e Suíça
tinham planejado que os capitães, como forma de manifestação, entrariam em campo com uma braçadeira com as cores do arco-íris, que é o símbolo da causa LGBT+, acompanhado da frase “One Love”. A manifestação seria contra ao código penal do Catar que proíbe o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo e prevê até apedrejamento como pena máxima.
Porém, a ideia de sair em defesa da diversidade, da tolerância e contra as leis discriminatórias no Catar, foi por água abaixo, pois a entidade máxima do futebol informou que o regulamento não permitia o uso de braçadeira com as cores do arco-íris. Além disso, a FIFA deixou claro que as seleções que descumprissem a regra imposta, seriam punidas com cartão amarelo antes do início da partida e uma multa financeira também seria empregada.
Desta forma, as federações dos países não quiserem colocar em risco os seus atletas e cancelaram esta forma de protesto. Mas se enganou quem achou que isso pararia os jogadores.
Os alemães, por exemplo, no dia 23 de novembro, no jogo contra o Japão, fizeram bom aproveito da foto da equipe e posaram para o registro com uma mão sobre a boca, simbolizando a censura, este ato foi feito por todo o time.
Já do outro lado, nas arquibancadas, Nancy Faeser, a ministra do Interior da Alemanha, usava a braçadeira que havia sido banida pela FIFA.

Mais manifestações

Para quem acompanha a Premier League já sabe que os ingleses, desde 2020, se ajoelham como forma de protesto a discriminação e na copa não foi diferente.
Todos os jogadores da Seleção Inglesa se ajoelharam na partida do dia 21 de novembro, contra o Irã e o capitão da Seleção Inglesa, Harry Kane, usou uma braçadeira escrita “Sem Discriminação”, essa, no entanto é permitida pela Fifa.
A Seleção Iraniana também não se calou e fez o seu protesto nesta mesma partida contra a Inglaterra, porém para uma causa diferente.
Os jogadores iranianos por sinal, não cantarem o hino nacional do seu país no início da partida, pelo contrário ficaram calados e alguns até abaixaram a cabeça, com o olhar voltado para o chão. Este gesto foi entendido como um apoio aos protestos que acontecem no Irã desde a morte de Mahsa Amini.
No entanto, s jogadores não pararam por aí, novamente os ingleses se ajoelharam antes da partida do dia 25 de novembro, contra a seleção dos Estados Unidos.
Já no jogo entre Inglaterra e País de Gales, mais um protesto ocorreu na terça-feira, 29 de novembro, juntos os jogadores de ambas as seleções se ajoelharam no gramado do estádio Ahmad Bin Ali, não só como um protesto no combate ao racismo, mas também em apoio à causa LGBTQIA+.

Protestos fora de campo

Algo um tanto inusitado, mas não anormal, aconteceu na partida entre Portugal e Uruguai, no dia 28 de novembro, já que o italiano Mario Ferri adentrou no campo tendo em mãos uma bandeira com as cores do movimento LGBT+ e vestindo uma camiseta repleto de significados e claro, de reivindicações.
Na frente da camiseta de Mario havia uma frase de apoio à Ucrânia “Save Ukraine”, país atacado pela Rússia, junto com a imagem do Superman. Já na parte das costas, tinha uma frase que dizia “Respect for Iranian Woman” pedindo respeito pelas mulheres iranianas.
O ato de Mario é corajoso já que o país-sede é repleto de oposições em relação aos direitos das mulheres e pessoas LGBT+.

Diante de todos essas manifestações o que fica para nós é o seguinte questionamento: até onde vai a cultura de um país e quando começa os direitos humanos?

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Escrito por Paulina Costa

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