O futebol feminino me ensinou sobre valor nas apostas
E aí os caras!
Quando a regulamentação das apostas esportivas no Brasil proibiu os mercados de categorias de base, como o sub-20, muita gente, inclusive eu, precisou mudar o foco. O que parecia uma barreira virou uma oportunidade. Sem o sub-20, que sempre foi uma fonte sólida de valor nas minhas análises, fui obrigado a olhar com mais atenção para mercados que antes passavam despercebidos. E foi aí que descobri o potencial do futebol feminino brasileiro para quem aposta.
Em poucos meses, mergulhei de cabeça na Série A1 e na Série A2 do Brasileirão Feminino. Até aqui, com 40 apostas realizadas apenas na Série A1, acumulei 10 unidades de lucro, um ROI de 26% e uma taxa de acerto de 67%, com odds médias de 1.90. Resultados sólidos, que mostram como esse mercado ainda é cheio de oportunidades para quem sabe onde procurar.
Mas o que exatamente o futebol feminino tem ensinado sobre valor nas apostas? Muito mais do que eu imaginava!
Menos olhos, mais valor
O primeiro ponto que chama atenção é que mercados pouco explorados tendem a ser mal precificados. No futebol feminino, as casas de apostas ainda cometem muitos erros de linha, especialmente em jogos que não envolvem os grandes times, como Corinthians, Ferroviária ou Palmeiras, por exemplo. Geralmente, em partidas que envolvem essas equipes mais conhecidas, as linhas oferecidas são muito esticadas, com o mercado esperando grandes goleadas. Nem sempre essas goleadas acontecem e eu geralmente me posiciono nas “zebras” em linhas de handicap asiático como +3, +4, etc.
Outra coisa que acontece muito é que alguns times com bom desempenho, boas jogadoras e campanhas consistentes muitas vezes são subestimadas porque o modelo de precificação das casas se baseia em informações incompletas ou defasadas. Nesta temporada mesmo, o Cruzeiro entrou nas competições com mais investimento, montando uma equipe competitiva e as casas demoraram a entender isso. Em muitos jogos, as odds estavam erradas e havia bastante valor nas linhas das raposas.
É verdade que a baixa liquidez também afasta muitos apostadores do futebol feminino, o que diminui a movimentação financeira nas casas e faz com que as odds boas permaneçam disponíveis por mais tempo. Ou seja, o mercado “não corrige” o preço tão rápido quanto na Série A de futebol masculino, por exemplo. Isso cria um terreno fértil para encontrar valor de verdade, seja na abertura ou próximo aos jogos, quando stakes maiores começam a derrubar odds de um lado, gerando valor na linha inversa. Acredite, isso é algo que se repete com frequência!
A informação não chega fácil
Outro aprendizado importante que tive ao me dedicar ao futebol feminino: quem estuda o futebol feminino tem vantagem competitiva. As informações existem, seja sobre escalações, desfalques, estilo de jogo, entrevistas, mas é preciso ir atrás. Nem sempre você encontra tudo isso em um só lugar, e muitas vezes é necessário cruzar dados de diferentes fontes.
Eu gosto muito do perfil Arquibancada Feminina, no Instagram. O Binho, que é o redator do perfil, sempre compartilha boas informações. E a maioria delas em primeira mão. O perfil informa muita coisa sobre o que acontece nos bastidores do futebol feminino.
Essa assimetria de informações é exatamente onde nasce o valor. Quando você sabe que um time vai a campo poupando três titulares, ou que a artilheira do time adversário não joga, isso não se reflete imediatamente nas linhas. E se estiver refletindo, ainda há tempo de aproveitar. O mesmo não acontece em mercados mais “maduros”, como a Série A do futebol masculino, onde qualquer informação viraliza em minutos e tanto casas de apostas quanto os apostadores ajustam as linhas do jogo rapidamente.
Os handicaps
Como disse anteriormente, no futebol feminino brasileiro ainda existem muitos erros de precificação de linhas. Apostando na categoria, rapidamente é possível perceber que em alguns confrontos as linhas de handicap asiático são muito esticadas, e em outros é possível encontrar linhas de handicaps mais parelhas. Não é preciso sempre buscar as zebras para ter lucro.
Eu, que não aposto apenas em zebras, consegui uma odds média de 1,90, uma taxa de acerto de 67% e um ROI de 26%, números que considero excelentes para qualquer apostador profissional. Isso mostra que muitas vezes as linhas estão simplesmente erradas ou mal ajustadas ao contexto real da partida.
Então, sabendo isso, não tenho medo de apostar no underdog para não ser goleado ou no favorito para vencer por muitos gols, o importante é medir quão favorito é uma equipe em relação a outra. Não se trata de caça a grandes surpresas, mas sim de apostar em cenários que o mercado não entendeu direito.
O futebol feminino é menos volátil
Esse ponto pode surpreender quem não acompanha de perto. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, o futebol feminino — especialmente nas divisões principais— é mais previsível do que muitos campeonatos masculinos. Os favoritos geralmente se impõem, as goleadas acontecem com frequência e os padrões de jogo são mais consistentes. E isso facilita a criação de modelos preditivos. Com uma boa leitura tática, é possível antecipar cenários com mais clareza.
Em outras palavras, o risco de aleatoriedade é menor, o que aumenta o valor real das boas análises, principalmente se tratando da A1 Feminina em comparação com o Brasileirão masculino. Contudo, para entender grande parte desses cenários, é importante assistir os jogos, que na maioria das vezes tem transmissão gratuita no YouTube.
Existe espaço para crescer
O futebol feminino está em ascensão no Brasil, tanto em audiência quanto em estrutura. Isso significa que, com o tempo, mais atenção será voltada para esse mercado, e as casas de apostas começarão a ajustar melhor as suas linhas. O que hoje é subvalorizado, amanhã pode estar mais equilibrado.
Por isso, este é o momento ideal para explorar esse nicho. Quem entrar agora e se especializar, terá vantagem competitiva quando o mercado estiver mais maduro. E, nesse processo, pode construir um histórico sólido e confiável — exatamente como venho fazendo.
Já é possível perceber odds mais justas na reta final da competição do que no início da mesma.
Outra coisa que eu creio ser importante é não se limitar somente a série A1, pois também existe a série A2, A3, as competições regionais e internacionais de futebol feminino.
O futebol feminino brasileiro tem me ensinado muito mais do que eu esperava, pois ele me mostrou que ainda há valor real no mercado de apostas, desde que você esteja disposto a olhar onde poucos estão olhando. Essa experiência também me ensinou que, com estudo e atenção aos detalhes, é possível manter a consistência. E acima de tudo, me lembrou que o verdadeiro diferencial nas apostas não está em saber tudo, mas sim em sem saber mais do que a maioria sobre um mercado específico.
Hoje, o futebol feminino é mais do que uma alternativa para mim: é uma fonte de lucro e aprendizado. E acredito que ele ainda vai ensinar muito mais para quem tiver a humildade de estudar, a paciência para esperar as oportunidades e a coragem para apostar fora do óbvio.
Esqueça o preconceito de que é um futebol de baixo nível, isso não existe. O futebol feminino é somente diferente. A intensidade, a maneira de jogar, as questões físicas, mas você acaba se acostumando e aprendendo a gostar.
E aí, curtiu a coluna? Já havia parado para pensar que o futebol feminino pode ser uma oportunidade para você também?
Então deixe o seu comentário e compartilhe nos grupos de apostas que você participa!
Até a próxima!
Sérgio Freitas
Leia também:
Como lidar com o emocional nas apostas?
Identificando fraudes esportivas — Parte 1: Introdução
O gerenciamento de tempo nas apostas esportivas
Fortaleza encaminha contratação de Renato Paiva
Receita Federal tem plano para aumentar fiscalização sobre apostas
Bets mudam vaquejadas no Nordeste e transformam vaqueiros em influencers
Betfair sofre ataque cibernético e expõe dados de 800 mil usuários