O jogador Lucas Paquetá, meio-campista do West Ham e integrante da Seleção Brasileira, continua tentando se defender das polêmicas acusações envolvendo uma suposta participação dele na manipulação de resultados em benefício de apostadores esportivos. A Football Association (FA), da Inglaterra, acusa o atleta de forçar a obtenção de cartões amarelos em jogos da Premier League com o intuito de beneficiar apostadores que vivem na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, local de nascimento do jogador. De acordo com O Globo, a defesa do atleta trabalha com uma “carta na manga” para tentar livrá-lo das acusações.

A defesa de Paquetá tem trabalhado na apresentação de um argumento considerado robusto. Segundo O Globo, os advogados do jogador afirmam que Lucas Paquetá teria solicitado ao então técnico do West Ham, David Moyes, para ser poupado na partida contra o Bournemouth, um dos jogos sob investigação. A justificativa seria a negociação em andamento com o Manchester City, período em que Paquetá buscava evitar qualquer lesão que pudesse comprometer a transferência. Dessa forma, a defesa sustenta que não haveria lógica em forçar um cartão amarelo em um jogo que ele não desejava participar.

A estratégia da defesa é enfraquecer as acusações da FA, colocando em dúvida as intenções do jogador. Informações do jornal inglês The Sun indicam que diversas fontes dentro do West Ham estariam dispostas a confirmar a versão de Paquetá. Na ocasião específica do jogo contra o Bournemouth, o brasileiro recebeu o cartão amarelo aos 48 minutos do segundo tempo, evento que desencadeou as suspeitas. As partidas específicas em que Paquetá é acusado de manipulação incluem confrontos contra Leicester (2022), Aston Villa (2023), Leeds United (2023) e Bournemouth (2023).

De acordo com a FA, aproximadamente 60 pessoas teriam apostado que Paquetá receberia cartões amarelos nesses jogos, com todas as apostas originadas da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, local de nascimento do jogador. A gravidade das acusações é destacada pela FA em nota oficial: “O jogador procurou influenciar diretamente o progresso, a conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência das partidas, buscando intencionalmente receber um cartão do árbitro com o propósito indevido de afetar o mercado de apostas para que uma ou mais pessoas lucrassem com apostas“, relata a nota.

Lucas Paquetá, desde o início das investigações, tem afirmado sua inocência e negado qualquer irregularidade. Tanto a FA quanto a defesa do jogador devem apresentar seus argumentos sobre o caso a um Comitê Independente, que será responsável pelo veredito final. Se alguma das partes não concordar com a decisão, há a possibilidade de recorrer ao Comitê de Apelações na Inglaterra. O processo pode se estender por mais de um ano até que uma decisão definitiva seja anunciada. Enquanto isso, Paquetá está livre para continuar em ação.

Apenas Lucas

É inegável que a defesa está lançando mão de todos os recursos possíveis para salvar Paquetá de uma punição iminente. Eles têm buscado criar uma narrativa plausível, baseando-se em fatos como a tentativa de Paquetá de ser poupado no jogo contra o Bournemouth, uma das partidas que faz parte da acusação da FA. Além disso, diversas fontes dentro do West Ham estariam dispostas a corroborar essa versão, o que adiciona peso ao argumento da defesa.

No entanto, para nós que estamos de fora e sem acesso a todas as provas, julgar a veracidade das alegações é uma tarefa árdua. A complexidade do caso é ampliada pelo fato de que as apostas suspeitas foram realizadas na Ilha de Paquetá, local de nascimento do jogador, o que levanta ainda mais suspeitas sobre sua possível participação no tal esquema. Enquanto a justiça segue seu curso, Paquetá continua em campo, defendendo o West Ham e a Seleção Brasileira. E nos resta saber se a defesa conseguirá realmente livrar Paquetá ou, pelo menos, amenizar a punição que ele poderá vir a enfrentar.

A história de Lucas Paquetá nos ensina sobre a delicadeza e a complexidade de tais investigações e como a vida de um atleta pode ser drasticamente afetada por movimentos próprios ou alheios. O dinheiro, a fama e a posição social de um atleta de alto nível, coisas que são amplamente buscadas e sonhadas por diversas pessoas, neste tipo de caso não significa nada. Diante da FA e sentado no banco dos acusados, Paquetá é apenas mais um Lucas.

Escrito por Sérgio Ricardo Jr